segunda-feira, 30 de junho de 2014

Peça teatral com texto de Qorpo Santo será apresentada em Santa Rosa


Apresentação do espetáculo “Hoje Sou Hum; Amanhã Outro” está programada para o dia 18 de julho, no Teatro do Sesc.




O Ubando Grupo, de Porto Alegre, apresenta em Santa Rosa, no próximo dia 18 de julho, sexta-feira, a peça “Hoje Sou Hum; Amanhã Outro”. Baseada no texto do escritor, dramaturgo e poeta, Qorpo Santo (1829 – 1883), a peça trata sobre as relações de poder e suas tramas. A apresentação, que faz parte da programação Arte Sesc, acontece no dia 18 de julho, às 20h, no Teatro do Sesc (Rua Concórdia, 114), e os ingressos têm valores entre R$ 5,00 e R$ 20,00.

A peça, que tem classificação etária de 14 anos, se passa dentro do Palácio de um reino imaginário, enquanto o povo está se matando lá fora. Entre paranoias de conspiração e o ataque de outra nação, tudo muda para não mudar e o poder se perpetuar. O texto tange a farsa e vai da ironia fina ao sarcasmo, revelando sua modernidade e o paralelo inevitável aos dias atuais. O cenário é simplista e realista, assim como os figurinos, porém, estes são colocados em contraste com o uso inusitado dos elementos. Assim como o cenário, que é movimentado pelos atores durante o espetáculo, transformando-se em diversos ambientes de um mesmo lugar. O espetáculo tem a direção de Júlio Saraiva e no elenco: Aline Ferraz, Edgar Alves e Renan Leandro. A trilha sonora é de Gutto Basso e a iluminação de Vicente Goulart. A duração é de 55 minutos.

Ingressos antecipados podem ser adquiridos junto à Unidade do Sesc, a R$ 5,00 para Comerciários e dependentes com Cartão Sesc; R$ 15,00 para Empresários e dependentes com Cartão Sesc; e R$ 20,00 para público em geral. Mais informações podem ser obtidas pelo telefone (55) 3512-6044.

Sobre o Arte Sesc – Cultura por toda parte - Criado em 2007, o programa reúne todas as atividades culturais desenvolvidas pelo Sesc no Rio Grande do Sul, entre teatro, música, artes plásticas, literatura e cinema. Além de promover uma intensa troca de experiências e ampliar o acesso à produção artística, o Arte Sesc busca ser reconhecido como promotor de ações culturais no Estado, sendo elas não só apresentações artísticas, mas também de caráter formativo e educacional, orientadas por três eixos: transversalidade, diversidade e acessibilidade.


SERVIÇO:

Espetáculo “Hoje Sou Hum; Amanhã Outro” - Ubando Grupo (RS)
Data: 18 de julho 2014

Horário: 20h
Local: Teatro Sesc Santa Rosa (Rua Concórdia, 114)

Ingressos: R$ 5,00 para Comerciários e dependentes com Cartão Sesc; R$ 15,00 para Empresários e dependentes com Cartão Sesc; e R$ 20,00 para público em geral.


Quer saber sobre o autor? Acesse: http://pt.wikipedia.org/wiki/Qorpo_Santo




sábado, 28 de junho de 2014

Cotrirosa comemora 46 anos


A Cotrirosa é uma Cooperativa que nasceu da união de 77 agricultores, no dia 29 de junho de 1968, e que tem no trabalho cooperativo motivos que impulsionam seu crescimento e o desenvolvimento de dezenas de comunidades com benefícios a milhares de famílias. Atua com 23 unidadesem 14 municípios da região Noroeste e conta comaproximadamente 6 mil associados e 900 funcionários.

A partir das metas traçadas em seu Planejamento Estratégico, a Cotrirosa procura investir no desenvolvimento tecnológico dos produtores rurais e proporcionar uma estrutura adequada e ágil para o recebimento da produção agrícola, com aquisições de modernos equipamentos.Também, estão consolidados e projetados investimentos na ampliação de negócios como: postos de combustíveis, área de supermercados, industrialização de produtos e postos de recebimentos de grãos. Além disso, a Cotrirosa já iniciou a implantação do seu novo sistema integrado de gestão (Projeto Sincotri), para possibilitar um melhor gerenciamento da Cooperativa.

“A consolidação do nosso compromisso com a comunidade, leva a Cotrirosa a um caminho cada vez mais sólido e com credibilidade para a construção de uma cooperativa capaz de enfrentar os desafios dos novos tempos. Além disso, a cooperação dos associados e colaboradores foram essenciais, tanto para a cooperativa como para a história de vida de cada pessoa”, disse o presidente da Cotrirosa, Eduíno Wilkomm.



LEI OBRIGA ESCOLAS A EXIBIREM FILMES NACIONAIS MENSALMENTE

As escolas de todo o país são obrigadas a exibir filmes de produção nacional, no mínimo, duas horas por mês. A medida foi publicado ontem (27) no Diário Oficial da União.

Assinada pela presidenta Dilma Rousseff e pelo ministro da Educação, José Henrique Paim a lei modifica o texto das diretrizes básicas da educação do país, para incluir a exibição dos filmes nacionais como componente curricular complementar integrado à proposta pedagógica das escolas.

A Lei 9.394, que estabelece as diretrizes e bases da educação do país, já prevê, entre outros pontos que a música deverá ser conteúdo obrigatório, mas não exclusivo, do componente curricular, assim como o ensino da arte, especialmente em suas expressões regionais. A lei ainda estabelece como obrigatório, o estudo da história e cultura afro-brasileira e indígena.

fonte: Thayze Lima / Brasileiríssimos

sexta-feira, 27 de junho de 2014

O jornalista que inventou a manchete: o gênio atormentado de Joseph Pulitzer

por Paulo Nogueira


Ao longo da história, qual foi o jornalista mais inovador?

Uma resposta boa para essa pergunta é Joseph Pulitzer, alemão de origem que fez história nos Estados Unidos no final do século 19 com seu jornal World.

Foi Pulitzer quem rompeu com a tradição de publicar as notícias na ordem cronológica. Ele estabeleceu a hierarquia no noticiário. Estava inventada a manchete, assim, bem como a primeira página. Era um jornalista brilhante, ambicioso, e inevitavelmente acabou tendo seu próprio jornal. Sua lógica como empreendedor no jornalismo era irretocável: “Circulação significa anúncio, anúncio significa dinheiro, dinheiro significa independência.”

Essa independência não era estendida para os jornalistas que trabalhavam para ele. Pulitzer disse a um deles: “Acima de tudo, você é pago para veicular minhas idéias, meus anseios, meu julgamento.” Se aquele funcionário fosse talentoso como ele próprio, Pulitzer lembrou, já teria “seu próprio jornal”. Nunca um barão da imprensa foi tão claro, como Pulitzer, em relação a quem manda na redação.

Sua visão de jornalismo é ainda hoje perfeita. “Para se tornar influente, um jornal tem que ter convicções, tem que algumas vezes corajosamente ir contra a opinião do público do qual ele depende”, afirmou.

Era um idealista, um liberal, um homem quase de esquerda. “Acima do conhecimento, acima das notícias, acima da inteligência, o coração e a alma do jornal reside em sua coragem, em sua integridade, sua humanidade, sua simpatia pelos oprimidos, sua independência, sua devoção ao bem estar público, sua ansiedade em servir à sociedade”, escreveu.

Tinha uma frase que me me tem sido particularmente cara na carreira: “Jornalista não tem amigo.” Como a “Deusa Cega da Justiça”, afirmava Pulitzer, ele ficava ao largo das inevitáveis influências que amizades com poderosos trazem. “O World, por isso, é absolutamente imparcial e independente.”

Era um intelectual, um leitor voraz. Certa vez reconverteu Shakespeare do alemão para o inglês apenas para ver a qualidade da tradução alemã. Lia Platão e Aristóteles em grego. Quando problemas nos olhos o deixaram cego, empregou secretárias para que lessem para ele. Tinha um prazer particular em ouvir histórias eróticas em alemão.

Seu catálogo de inovações inclui a fundação de uma escola de jornalismo na Universidade de Colúmbia, na qual o principal ensinamento deveria ser “ética”, e a criação de um prêmio jornalístico que se tornaria o mais importante do mundo, e que hoje conserva vivo o sobrenome do seu mentor.

Não bastasse tudo, Pulitzer inventou indiretamente ainda o formato dos tablóides. Pouco antes de 1900, ele contratou um jovem jornalista que vinha sacudindo a imprensa inglesa para cuidar de uma única edição: a da virada do século. Foi dado ao inglês, Alfred Harmsworth, poder total nessa edição. Ele decidiu reduzir o formato do jornal para algo mais aproximado de um livro. Surgia o tablóide. (Harmsworth faria posteriormente história no jornalismo inglês.)

Ele só não conseguiu uma coisa: ser feliz. Foi essêncialmente um gênio atormentado. Epicuro escreveu que felicidade é saúde, é ausência de dor – e a cegueira foi apenas um dos males de Pulitzer. Não suportava barulho em seus últimos anos. Nos hotéis em que ficava, nenhum quarto no andar do seu era ocupado para a obtenção de silêncio.

Jamais chegou “perto da felicidade”, segundo o relato de seu filho Joseph.

Se você quer aprender a viver, esqueça Pulitzer. Mas se quer aprender jornalismo estude-o com profundidade.

Fonte: DCM


quarta-feira, 25 de junho de 2014

A Rose, muito obrigado

Um dia, há quase dez anos, quando terminei de entrevistar Rose Marie Muraro, fiz questão de, encerrada a tarefa, agradecê-la. Devo ter dito uma frase meio piegas, a única que me ocorreu na hora, mais ou menos assim: “Muito obrigada. Sem a sua luta, a minha geração não teria chegado onde chegou”. Ela se surpreendeu tanto que, mesmo mas já doente, iluminou o rosto com um sorriso generoso. Fui embora daquele pequeno apartamento no Bairro Peixoto, em Copacabana, pensando como cada geração de mulheres chegava à idade adulta tomando como natural o que, na verdade, havia sido duramente conquistado pelas gerações anteriores.
Ela acabara de me contar, ainda com mágoas, sobre as centenas de vezes que foi chamada de bruxa, mal-amada, feia, prostituta, e como toda a violência havia afetado a sua vida e a dos cinco filhos. Rose caminhava muito lentamente, resultado da doença, mas também como se ainda carregasse no corpo o peso do seu pioneirismo. Em 1972, trouxe Betty Friedan  a feminista norte-americana de quem prefaciaria o clássico “A mística feminina” , e com ela enfrentaria um batalhão de jornalistas do Pasquim, cujo repúdio ao feminismo foi escancarado numa entrevista que entrou para a história do preconceito da esquerda contra a emancipação da mulher. Em nome de uma luta universal  esta sim, digna da atenção masculina  a desqualificação da bandeira feminista se dava primeiro no que seria o campo progressista.
Embora os bravos companheiros fossem críticos do autoritarismo e da moralidade burguesa, voltaram suas baterias contra mulheres que iniciavam uma dura briga contra os estereótipos de gênero. Nessa conversa, por exemplo, o genial Millôr Fernandes seorgulhou de ser considerado “porco chauvinista”, já que a denominação partia da própria Betty Friedan em pessoa, “e ela em pessoa é muito mal apessoada”. Recorrer aos atributos físicos das mulheres como forma de desqualificação tem sido uma estratégia machista até hoje e pode ser ouvido em qualquer esquina quando alguém comenta as roupas ou o cabelo da presidente da República.
Não é demais lembrar que a autora de A mística feminina, lançado nos anos 1960 nos EUA e publicado por Rose pela editora Vozes em 1971, já era um grande expoente do feminismo quando chegou aqui para repetir ideias que hoje são óbvias: ter marido e filhos não é tudo na vida de uma mulher. A visita da ilustre norte-americana ajudou a impulsionar a nova onda feminista da qual Rose foi pioneira. Em 1975, um grupo de mulheres reuniu-se na ABI, no Rio de Janeiro, para debater questões de gênero e fundar a primeira organização feminista brasileira — o Centro da Mulher Brasileira (CMB) —, do qual ela foi uma das fundadoras. Dez anos depois, o governo criaria o Conselho Nacional da Mulher, primeira iniciativa de levar para o Estado o debate sobre políticas públicas específicas das mulheres. Rose fez parte do conselho desde a sua criação até 2012, quando a doença já a impedia de se locomover. Sua história de militante, no entanto, começara muitos anos antes, em 1946, quando ingressou na Ação Católica ao lado de Dom Hélder Câmara, e passou pela criação da Teologia da Libertação, ao lado de Leonardo Boff.
Depois de agradecer a Rose naquela tarde em Copacabana, inúmeros livros da Rosa dos Tempos  selo da editora Record que ela dirigiu por muitos anos, responsável pela tradução de importantes textos feministas como não se vê mais atualmente me caíram nas mãos e eu mentalmente agradecia de novo a ela pela leitura, pensando como uma mulher que era praticamente cega foi tão importante no mercado editorial brasileiro, dedicando a vida a ler, escrever e publicar. Em 1983, seu A sexualidade da mulher brasileira: corpo e classe social no Brasil encabeçou por seis meses a lista dos mais vendidos, dando a impressão de que Rose era onipresente. Revistas femininas, emissoras de rádio e TV, jornais, todos queriam entender melhor outra descoberta que hoje parece óbvia: mulheres pobres e trabalhadoras sofrem muito mais a discriminação sobre o corpo e a sexualidade. A partir daí, pode-se começar a articular a luta específica das mulheres com a luta geral contra a opressão. Enfim, podemos reconhecer que somos todos/as proletários/as.
Agradecer a Rose é uma forma de retomar um problema que me parece ainda não resolvido em relação às feministas da geração dela. Hoje, para as meninas que vão para a universidade, para o mercado de trabalho, usufruem de todos os direitos de uma vida emancipada, recusam a maternidade como destino, tudo parece muito natural. Para mim também, quando votei pela primeira vez, não me passou pela cabeça agradecer às sufragistas dos anos 1930 no Brasil que, inspiradas pelos movimentos internacionais de reivindicação do direito ao voto feminino, tinham me garantido o direito de estar ali.
A naturalização é uma conquista política, porque significa que foram desaparecendo da cultura as marcas mais fortes de discriminação e preconceito. No entanto, a naturalização tem um grande inimigo: o apagamento da memória. Não se trata, aqui, de uma mera política de reparação do passado, como se pudéssemos nos mover em direção a um fim da história reverso  para usar a feliz expressão de Paulo Arantes no seu livro mais recente, O novo tempo do mundo  e apagar todos os conflitos que nos marcaram, em busca de um apaziguamento impossível. Trata-se sim de uma política da memória afirmativa, capaz de relacionar conquistas do presente com as lutas do passado.
Se ainda hoje, contra o termo feminista pesam muitos preconceitos, quando Rose e sua turma começaram a falar em emancipação da mulher colheram ridicularização, violência, preconceito. Manter a história viva é honrar a memória da Rose e de tantas outras que já se foram, ressignificando e atualizando a cada geração as lutas feministas, ainda não necessárias. Muito obrigada, Rose.

Texto de Carla Rodrigues no blog do IMS 

segunda-feira, 23 de junho de 2014

Internet: Marco Civil começa a valer a partir de hoje



E hoje, finalmente começa a valer o Marco Civil da internet. A lei foi aprovada e sancionada(link is external) em abril e tinha dois meses para entrar em vigor - e hoje é o grande dia!

Os defensores da internet livre - incluindo o Muda Mais - estão comemorando muito, como é o caso do pai da world wide web, Tim Berners-Lee.

Mas o que mudou na prática? Com o Marco Civil, mesmo com a pressão das empresas de telefonia e de um grupo articulado espalhando boatos de que a rede seria censurada, a neutralidade foi mantida e assim as teles permanecem proibidas de diferenciar conteúdos da internet e transformar a rede na nova TV a cabo.

Mas como assim? Hoje, a TV por assinatura é um serviço de combos, de pacotes, que oferecem conteúdos diferenciados, que exige um recurso considerável do orçamento das famílias. O oposto disso ocorreu com o Marco Civil, que foi elaborado de forma colaborativa, com amplo debate entre sociedade civil, governo ne setores do empresariado.

Lembremos que essa liberdade na rede é um dos pontos essenciais pra que possamos exercer nossa cidadania, possibilitando o mesmo tipo de acesso a todos, inclusive como ferramenta pra Participação Social \o/.

Uma das principais garantias com o Marco Civil, é a neutralidade da rede. Mas o que significa essa neutralidade(link is external)? O Marco Civil defende que não deve haver “pedágios” na internet. Ou seja, nenhuma empresa poderá criar barreiras ou pagamentos extras, para algum tipo de conteúdo com qualquer tipo de interesse financeiro.

O Brasil, com a aprovação do Marco Civil saiu na vanguarda, sendo o primeiro país no mundo a conseguir esse feito.

O que falta? Normalmente os decretos regulamentadores definem e detalham de que forma a lei será aplicada. Neste caso, basicamente o que terá que ser regulamentado através de decreto serão questões relativas às exceções acerca da neutralidade da rede e da guarda de dados.

Agora, falta avançarmos ainda mais, lutando pela aprovação do Marco Regulatório das Organizações da Sociedade Civil e pela participação popular na reforma política. Queremos ter sim mais voz na política! Bora continuar lutando? Muda Mais Brasil, tamo juntos e continuaremos assim!

Nenhum direito a menos! Podemos ter tudo: Liberdade, Neutralidade e Privacidade!

fonte: Muda Mais


Bibliotecas de Rua


ACISAP realiza projeto Bibliotecas de Rua

A Associação Comercial, Industrial, Serviços e Agropecuária (ACISAP) de Santa Rosa lançou neste mês uma campanha de arrecadação de livros de literatura na cidade. As doações devem compor dez Bibliotecas de Rua, a serem instaladas em paradas de ônibus e outros espaços da cidade.
Os livros deverão ser expostos nos pontos de ônibus, em estantes, que estão sendo planejadas por uma arquiteta da cidade. Cada biblioteca poderá ter um padrinho, que irá abrir a estante durante o dia e fechar a noite, para preservar o acervo.

Ingride Mundstock Bozzetto, diretora de Educação e Cultura da entidade, explica que o objetivo do projeto é proporcionar momentos de leitura para a população que aguarda em paradas de ônibus nas praças da cidade, promovendo acesso à cultura. 

A primeira biblioteca será instalada no mês de outubro durante a Feira do Livro e, neste ano, serão apenas duas. “Será um projeto piloto com acompanhamento, que servirá de experiência para a instalação das demais em 2015”, observa.

Podem ser doados livros usados ou novos, de literatura infantil, infanto-juvenil, juvenil e adulta. As doações deverão ser entregues na sede da ACISAP. 

ACISAP Santa Rosa

Telefone: (55)3512-5280 

Rua Dr. João Dahne, 328 

sexta-feira, 20 de junho de 2014

Encontro debaterá a importância do patrimônio histórico

2º ENCONTRO REGIONAL SOBRE PATRIMÔNIO HISTÓRICO
RECONHECIMENTO, SALVAGUARDA, LEIS E MECANISMO DE APOIO


SEXTA -  DIA 27/06/14 – DAS 18H30 ÀS 22H
SÁBADO – DIA 28/06/14 – DAS 8H30 ÀS 12H
LOCAL: SESC SANTA ROSA


SEXTA – DIA 27/06/14
18H30MIN – ABERTURA
19h20 – A PRESERVAÇÃO DO PATRIMÔNIO HISTÓRICO NO RS.
c/ Miriam Sartori Rodrigues (Arquiteta e Urbanista – Diretora do IPHAE/RS)

20h – OS DESAFIOS DA PRESERVAÇÃO DIANTE DA NECESSIDADE DE EXPANSÃO URBANA
c/ Nilson Guidolin (Presidente do SINDUSCON)

20h30 – A LEI, O BEM E O MAL
c/ Telmo Padilha Cesar (Presidente do DEFENDER – Defesa do Patrimônio Histórico)

21h10 – PATRIMÔNIO CULTURAL – EXEMPLOS SUSTENTÁVEIS
c/ Jorge Luís Stocker Jr. (Bel.Arquiteto e Delegado do DEFENDER)


SÁBADO – DIA 28/06/14
8h30 – ABERTURA
8h45 – PATRIMÔNIO CULTURAL E COMUNIDADES – OS DESAFIOS DAS CIDADES CONTEMPORÂNEAS
c/ Darlan de Mammam Marchi (Historiador, Mestre e Doutorando em Memória Social e Patrimônio Cultural – UFPEL)

9h25 – TURISMO CULTURAL – A PRESERVAÇÃO PATRIMONIAL E O DESENVOLVIMENTO DA ECONOMIA A PARTIR DE SUA EXPLORAÇÃO SUSTENTÁVEL
c/ Juliani Borchardt (Bel. Em Administração de Projetos e Empreendimentos Turísticos. Especialista em História, Memória e Patrimônio.

10h05 – CAPTAÇÃO DE RECURSOS E MECANISMOS DE APOIO PARA MANUTENÇÃO DE IMÓVEIS TOMBADOS
c/ Miriam Sartori Rodrigues (Arquiteta e Urbanista / Presidente do IPHAE/RS)

10H45 – EDUCAÇÃO PATRIMONIAL
c/ Bedati Finokiet  (Professora da UFFS. Doutoranda em Antropologia Social)

11h25 – ENCERRAMENTO.

REALIZAÇÃO:
Conselho Municipal de Políticas Culturais de Santa Rosa
Fórum Setorial de Patrimônio e Museus
Secretaria Municipal de Cultura e Turismo

APOIOS:
Prefeitura Municipal de Santa Rosa
DEFENDER
IPHAE – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado do RS
SEDAC – Secretaria de Estado da Cultura
SINDUSCON
ECOFLORA
SENIOR PARK HOTEL
HOTEL IMIGRANTES





CIDADE INTERATIVA DIVULGA NOTA SOBRE O TAPE PORÁ

Nota Informativa

TAPE PORÃ – Caminho Bonito – Floresta Urbana

Por uma Santa Rosa com harmonia entre  a  natureza e urbanização
O verde em meio à cidade que cresce

            Relato da reunião  ocorrida no dia 17 de junho de 2014

Local: Museu Municipal
Hora: 18h30

Assuntos debatidos

1-Efetivação do Tape Porã
2- Possibilidade de construção de Terminal de ônibus na área verde da Teixeira Mendes (em frente ao parcão)
Participaram 28 pessoas  representando:
1-    OSCIP Cidade Interativa
2-    Conselho Municipal de Meio Ambiente
3-    Conselho Municipal de Políticas Culturais
4-    Câmara de Vereadores: Vereador Valdemar Fonseca   e  Dado Silva
5-    Governo Municipal: Secretarias do Planejamento, Cultura e Turismo, Ambiente  e Mobilidade Urbana
6-    ONG Terra Verde
7-    Imprensa
8-    Representantes da comunidade

Deliberações (resumidas, a íntegra da reunião está registrada em ata)

Após intenso debate, com ampla participação, o grupo definiu que:

1-    Santa Rosa é uma cidade que cresce e  isso é motivo de orgulho aos cidadãos, mas concomitante ao crescimento é preciso pensar em sustentabilidade aliada ao desenvolvimento,  a preservação de espaços verdes urbanos é necessário. A área verde da rua Teixeira Mendes é extensão do parcão e faz parte do Tape Porã. Para que  crescimento  de nossa cidade atinja um nível satisfatório de qualidade de vida,  é necessária a harmonia entre  a população, natureza e urbanização. 

2-    O grupo não desconhece a necessidade de se pensar no bem-estar dos usuários de transporte coletivo, mas a localização deste pode ser pensada de maneira a se achar outra possibilidade de localização,  manifestou-se, portanto,  contrário à instalação de Terminal de ônibus na área verde da Rua Teixeira Mendes .

3-    O Tape Porã é um conceito amplo de qualidade de vida em vários aspectos (engloba ambiente, lazer, cultura, turismo, educação, mobilidade urbana), devido a isso deve ser planejado e projetado de maneira  que contemple todas essas áreas.

4-    Qual o trajeto que compreende o Tape Porã? Com muita clareza, o grupo entende que  é o trajeto que vai da antiga Estação Ferroviária do centro (hoje, Museu Municipal) até a Estação Ferroviária do bairro Cruzeiro.  O início do tape Porã, portanto, inicia no Parcão, passa pela extensão da área verde da Rua Teixeira Mendes e segue até a estação Ferroviária do bairro Cruzeiro.

5-    É necessário que se construa o projeto definitivo do Tape Porã e um Plano Diretor para o mesmo.

6-    Prefeito Alcides Vicini destinou  400 mil reais ao Tape Porã. 200 mil já estão à disposição  e 200 mil  serão liberados no final de 2014. O uso deste recurso será debatido na primeira reunião do Grupo de Trabalho.

7-    Foi formado um GT – Grupo de Trabalho composto por representantes das entidades presentes que vai reunir-se já na próxima semana, terça-feira, 24 de junho, às 8h, na Prefeitura para iniciar os trabalhos de planejamento e  efetivação do Tape Porã.

          Agradecemos a todos os participantes que, por mais de duas horas debateram o projeto Tape Porã, a manutenção e preservação da área verde da Rua Teixeira Mendes e a sua inestimável importância para a Santa Rosa do futuro.

Santa Rosa, 20 de junho 2014
Maria Inez F. Pedroso

Presidente – OSCIP Cidade Interativa


quinta-feira, 19 de junho de 2014

Caravana da Anistia resgata momentos históricos em Três Passos


Três Passos recebeu no último dia 14, a 86ª Caravana da Anistia. A ocasião serviu para resgatar personagens e momentos históricos vivenciados naquela comunidade quando do golpe de estado civil-militar impetrado em 1964.

A Caravana liderada pela Comissão de Anistia do Ministério da Justiça, julgou 29 processos de anistia, além de pedir desculpas, em nome do Estado Brasileiro, pela violação aos direitos humanos praticados por seus agentes.

Na manhã de sábado, 14, a Comissão da Verdade do Rio Grande do Sul, coordenada pelo professor Carlos Frederico Guazzelli, ouviu depoimentos de militantes da Guerrilha de Três Passos (1965), que integravam os Grupos dos Onze, organizados pelo ex-governador gaúcho Leonel Brizola, na luta pela manutenção do governo institucional e legitimado de João Goulart; e da Vanguarda Popular Revolucionária – VPR (1970), que montou uma base de resistência em Três Passos e no interior de Esperança do Sul, vindo a ser combatida pelas forças do Exército, com integrantes sendo presos arbitrariamente e torturados.

Também no sábado, foi criado o Comitê Celeiro – Memória, Verdade e Justiça, que vai integrar a Rede Brasil Verdade, Memória e Justiça.

Para o final deste mês está previsto um evento oficial da Comissão Nacional da Verdade, que virá à região para colher dados referentes à Guerrilha de Três Passos, levante que aconteceu em março de 1965 e que é considerado o primeiro ato de resistência organizado à ditadura civil-militar em todo o Brasil.


Fonte: Rádio Alto Uruguai / Três de Passos News


Poemas nos ônibus

Estão abertas as inscrições para o concurso Poema no Ônibus promovido pela Secretaria de Cultura e Turismo de Santa Rosa.

Os interessados podem fazer suas inscrições até 30 de junho. Será permitido a inscrição de um máximo de três poemas (com até vinte versos cada), de livre temática, em uma das seguintes categorias: infantil (até 13 anos), juvenil (de 14 a 18 anos) e livre.

Os três primeiros colocados em cada categoria serão premiados com troféus e terão seus poemas fixados nos veículos de transporte coletivo municipais.

O regulamento completo e demais informações relativas ao concurso estão disponíveis nos sites da Prefeitura (www.santarosa.rs.gov.br) e da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo de Santa Rosa (http://culturaeturismo.santarosa.rs.gov.br).

Outras informações podem ser obtidas pelo telefone (55) 3511-5112 ou pelo e-mail cultura@santarosa.rs.gov.br.

Entre um fado e um blues

por Otávio Vicari de Siqueira*

Ele andava a passos apertados pela rua. Com o olhar voltado para o chão, procurava proteger o pescoço do frio vento outonal com a gola do blazer, erguendo os ombros, um pouco encolhido, de mãos nos bolsos. Precisava se apressar, pois o seu tempo para almoçar era curto e ele já deveria estar de volta àquele compromisso chato, em uma cidade que não era a sua. Enjoado de ver a laje cinza passar diante de seus olhos, levantou o olhar para contemplar um pouco o cenário urbano. Entre gente, lixeiras e carros, do outro lado da rua avistou uma pequena vitrine. Vinis colados ao vidro misturavam-se a cartazes clássicos do rock. Ele parou. Há muito tempo não via uma loja daquele tipo.Uma rápida olhada no relógio lhe dá exatos 15 minutos. Fitou a vitrine e voltou a olhar o relógio, indeciso. Fez o mesmo mais duas vezes até sentenciar:

- Foda-se.

Atravessa a rua correndo, costurando entre os carros. Ao chegar, abre bruscamente a velha porta do lugar, como a linha de chegada de sua corrida.Ao fundo, de trás de um balcão, um velho levanta devagar, com uma mão nas costas e gemendo um pouco, para ver quem havia chegado fazendo todo aquele barulho.

- E pra ti, o que era? – pergunta o velho dando uma empinada no rosto, um pouco estúpido.

- Eu queria dar uma olhada nos discos – diz o rapaz, apontando para uma das prateleiras.
O velho, já dando as costas, fala enquanto sai por uma portinha nos fundos:

- Tem um toca-disco aí no canto, se quiser ouvir algum.

Seus  15 minutos viram uma hora, entre discos que entram e saem das capas freneticamente, a caminho de breves giros experimentais no aparelho empoeirado. Gostou de muita coisa, mas especialmente de um antigo disco de fados portugueses. Não era exatamente o que ele procurava, mas encantou-se com aquelas melodias. Talvez por ser diferente do que já conhecia. Ao notar o velho voltando nos fundos da loja, levantou a capa do disco e perguntou:

- Quanto custa esse?

- Os dessas caixas? Cinquenta pila e leva o que tu conseguir carregar.

Mal pôde acreditar na oferta do velho. Apressou-se em enfiar o disco preferido no meio da maior pilha que conseguiria levar.Antes de abraçar aquele monte de discos sujos,com as capas soltando fiapos, olhou para o blazer, comprado especialmente para a reunião daquela tarde. O que iriam pensar?

- Foda-se.

Carregou pela cidade suas relíquias nos braços, contra o peito, como uma colegial leva seu caderno.

******************

Sua cidade, sua casa de volta. Tudo que ele queria era desfrutar logo de sua descoberta. Afoito, passou os discos de um em um até encontrá-lo. Ao puxar para fora da pilha, porém, achou muito leve. Estava vazio. Trouxera só a capa. Provavelmente havia deixado no próprio toca-discos, ansioso por pegar tudo mais que podia. Olhou para todos aqueles discos com raiva. A culpa foi deles. Guardou tudo e não quis mais pensar naquilo por um bom tempo.

Um ano foi tempo suficiente para perdoá-los. Certa noite animou-se a ouvir. Escolheu, ao acaso, um antigo LP de blues. Pareceu pesado. Verificou seu conteúdo e lá estava ele: seu disco de fado enfiado na capa errada, junto de um vinil de blues. Riu sozinho ao descobrir, finalmente, seu erro. Ouviu. Com muito prazer. Uma, duas, três vezes, com whisky e um sorriso. Depois, um pouquinho tonto, procurou a capa original para enfim guardá-lo direito. “Mas por que” – pensou ele – “se já passaram um ano juntos?”Achou que eles tinham agora muita afinidade e decidiu não mais separá-los. Afinal, o que é um fado senão um blues em forma de mulher?


*Otávio Vicari de Siqueira é publicitário.

Otávio V. de Siqueira




>> Texto publicado originalmente na edição impressa nº 45 da Revista Afinal.

Barragens e violação de direitos

Pastor Renato Küntzer, da IECLB.
A construção de mega-barragens é geradora de muitos conflitos pelos seus enormes impactos ambientais, sociais, culturais e econômicos. As notícias relacionadas à construção de duas novas megabarragens, Garabi e Panambi, previstas para o já “fragilizado e castigado” rio Uruguai e a falta de informação pública fez com que no final de janeiro e início de fevereiro de 2014 um grupo da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) visitasse a região Noroeste, especificamente os municípios de Alecrim e Porto Mauá, dois dos 19 municípios que poderiam ser atingidos. Durante quatro dias, o grupo visitou comunidades e áreas próximas ao rio Uruguai, participou de reuniões, de entrevistas a rádio local e, principalmente, recebeu muitos pedidos de informações acerca dos impactos desses dois barramentos. O que se percebeu foi uma enorme situação de insegurança e incerteza das famílias e das comunidades devido à falta de informações, situação que se repete de forma deliberada por parte dos responsáveis pelos projetos já que quando há alguma informação esta é dada de forma incompleta ou desvirtuada, pelos próprios interessados nas obras.

O editor conversou com o Pastor Renato Küntzer, da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB) em Três de Maio, onde exerce a função de Pastor Sinodal do Sínodo Noroeste Riograndense. Graduado em Teologia pela Escola Superior de Teologia de São Leopoldo (RS), Küntzer é natural de Ibirubá e reside em Três de Maio desde 1993. Ele tem chamado a atenção nas redes sociais pelos textos em defesa do Rio Uruguai e por sua atuação junto ao MAB (Movimento dos Atingidos por Barragens)
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Confira a entrevista.


 Por que o senhor é contra as barragens?

Entendo que não seja apenas a minha manifestação pessoal contra o empreendimento Garabi e Panambi. É fruto de todo um envolvimento coletivo de famílias ameaçadas pelo projeto binacional. Não precisamos mais depender exclusivamente de projetos megalomaníacos de hidrelétricas. Há outras possibilidades. Visitei e conheci outras formas de produção de energia na Alemanha. Estão trocando a energia nuclear, responsável por 30% da produção, pelas fontes de energia eólica, solar, biomassa – biodigestores e pequenas centrais hidrelétricas. Aqui é uma questão de decisão política. O alto custo é desculpa para continuar privilegiando as grandes empresas do setor elétrico, cimento e ferro.

Tenho me manifestado como pastor e teólogo, profundamente preocupado com o futuro do Rio Uruguai. Rios acima já têm sete barragens em funcionamento, um projeto parado que é o de Itapiranga. Somando o projeto binacional Garabi e Panambi, serão em torno de mil quilômetros de barramentos. Teremos uma escadaria de lagos, sem água corrente, sem rio. A construção desses empreendimentos significará a morte definitiva do Rio Uruguai. Será o ponto alto do maior crime ambiental do Estado do Rio Grande do Sul. Se o Salto do Yucumã permanecer preservado, terá uma bela utilidade. Poderemos admirá-lo como uma bela coroa funerária de um rio sepultado por sua morte.

Quais as igrejas que estão engajadas na luta contra as barragens?
A Diocese de Santo Ângelo (Igreja Católica) e o Sínodo Noroeste Riograndense (Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil) estão envolvidas, em parceria com o Movimento de Atingidos por Barragens (MAB), na tarefa de informar e organizar as famílias ameaçadas pelas barragens. Essa parceria corre já há quatro anos. Ambas se manifestaram condenando os métodos de implantação de projetos que se caracterizam pelo não reconhecimento das populações locais, sonegação de informações, indenizações discriminatórias e não transparentes, indiferença em relação ao ecossistema e desconsideração com as dinâmicas socioculturais presentes e atuantes na região. Assim as Igrejas manifestam seu total apoio às famílias ameaçadas para que se organizem a fim de serem protagonistas e sujeitas de suas decisões frente ao projeto binacional.

Existem movimentos pró e contra as barragens. Há pouco tempo em Santa Rosa, as maiores entidades classistas, representativas da classe empresarial, emitiram nota na defesa do projeto das barragens. Como o senhor avalia isto?

O projeto de viabilidade estima que Garabi e Panambi, juntas, tenham um custo de construção no valor de 5,2 bilhões de dólares e que vão gerar uma série de empregos diretos e indiretos, agitar o setor imobiliário, da construção civil e o setor hoteleiro. Diante dessa conjuntura estão fazendo a sua parte, movidos por interesses particulares, empresariais e classistas. Mas não significa que expressam o interesse e a opinião pública da região e tampouco das pessoas a serem atingidas. A grande parte da sociedade está desinformada, com dúvidas e com perguntas sem respostas.

Por que os maiores veículos de comunicação apoiam o projeto?

Não poderiam ter outra posição. Fazem parte do arsenal de propaganda das grandes empresas e dos projetos megalomaníacos. Desempenham um papel pré-determinado e está de acordo com os interesses do setor energético e do grande capital, fazendo propaganda das vantagens econômicas de sua instalação na região. Ocasionalmente, e excepcionalmente, quando ocorre grande concentração de pessoas, tem havido cobertura jornalística.

O mantra repetido exaustivamente por quem defende o projeto: "as barragens serão um bom negócio para a região, todos vão ser bem indenizados e vai significar o desenvolvimento da região" é uma inverdade? Por quê?

Não é assim como o discurso oficial propõe de que a região é a mais esquecida e pobre do Estado. Se assim fosse, seria uma confirmação da ineficiência de nossos políticos e agentes econômicos. Entendo que não é assim. Vivo aqui há 21 anos e acompanho o desenvolvimento na produção agrícola, industrial, as melhorias na área da saúde e educação. Isto está visível na qualidade de vida.

As barragens provocarão um grande impacto econômico, social e ambiental. Não haverá dinheiro que pague ou compense esses impactos negativos. Do outro lado haverá pessoas, empresas e setores produtivos que irão lucrar com a construção do complexo binacional, para os quais será tratado como um bom negócio. Só que não dá para afirmar que as barragens estão vindo para tirar a região do atraso. Isto não é verdade. Com elas instaladas, os problemas atuais ainda estarão aí para serem resolvidos e a eles serão acrescentados mais os problemas que as barragens provocarão, que são de ordem social, de queda da produção, da perda de recursos públicos e da transferência voluntária ou involuntárias de pessoas. Por que não propor um programa de desenvolvimento sem barragens?

E em relação às indenizações aos proprietários de terras?

Quanto às indenizações, ouve-se com frequência que as famílias receberão bem por suas propriedades e bens. Onde isto está firmado? Quem garante? A experiência de 22 anos de atuação do MAB tem um dado impressionante e assustador. De cada 10 pessoas atingidas por barragens, apenas três chegam a receber sua indenização. O que se esperar do Consórcio Rio Uruguai Energia quando mostra um total desprezo e desinteresse em relação às famílias, as suas dúvidas, incertezas e medos. Não há nenhuma clareza acerca de indenização, reassentamento ou remoção da população. É assim que uma mentira repetida mil vezes passa a ser aceita como verdade.

Como a população pode ajudar para evitar a instalação das barragens?

O meu desejo é de que o rio Uruguai e seus afluentes continuem a correr livremente para poder usufruir de suas belezas. Desejo que os agricultores familiares permaneçam em suas propriedades e permaneçam intocáveis as cidades próximas ao rio. Luto pela preservação dos recursos naturais, fauna, flora, animais terrestres e peixes, criados por Deus, ainda preservados pelos pequenos agricultores neste pequeno paraíso que se mantêm, como oportunidade de lazer de acesso livre e democrático. Estando contra ou a favor das barragens, há que se organizar as pessoas ameaçadas pelas barragens. Não há outro poder senão o da união. Caso não seja possível impedir as obras, há que se ter organizado a população de tal forma que a mesma seja protagonista de seus direitos e não dependa de representantes. Afinal são essas pessoas que estão sendo obrigadas a abrir mão da sua condição de vida e de geração de renda. Estão ameaçadas de ter que abrir mão de tudo o que construíram durante a sua vida sem qualquer garantia de direito expresso claramente. São tratadas como um empecilho a ser removido de qualquer maneira. E boa parte da sociedade tem se comportado segundo a expressão de que pimenta nos olhos dos outros não dói. No mínimo se esperaria da sociedade solidariedade com o sofrimento imposto pelas perdas.

(Com informações do site Sul21 – www.sul21.com.br)

>>Publicado originalmente na edição impressa nº 45 da Revista Afinal.






sexta-feira, 13 de junho de 2014

Mídia Ninja lança plataforma voltada ao “midiativismo”



A Mídia Ninja apresentou nesta quarta-feira, 11, plataforma colaborativa voltada ao "midiativismo e jornalismo cidadão" feita em parceria com a Oximity. A ideia é que a aposta seja na produção colaborativa, financiamento coletivo e livre distribuição de conteúdo.

O anúncio feito por meio da página da Mídia Ninja no Facebook afirma que a plataforma surgiu para "radicalizar" os trabalhos iniciados no ano passado, durante as manifestações de junho.

"No meio de 'tiro, porrada e bomba' e de toda a repressão e criminalização dos movimentos que se seguiram, os ninjas criaram uma rede de colaboração em todo o Brasil, pelo interior e capitais, transformando o streaming, a linguagem do fotojornalismo e a cobertura em tempo real das ruas em uma nova forma de mobilização. Desde então, seguimos ajudando a criar ondas de participação e viralização nas redes em sinergia com milhares de ativistas e movimentos", disse o texto.

No site, é possível encontrar, na parte superior, botões que levam o internauta a informações sobre 'Contato', 'Quem somos' e 'História da Mídia Ninja', além de espaço para cadastro caso o usuário queria colaborar com conteúdo e campo para login e senha.

fonte: Comunique-se


Concurso de fotografia

Concurso busca o olhar dos missioneiros sobre a Copa


Estão abertas as inscrições para o Concurso de Fotografias com o tema: Um olhar missioneiro sobre a Copa dos brasileiros. As inscrições podem ser feitas até o dia 18 de julho. A seleção será de 23 a 25 do mesmo mês, e a premiação deve ocorrer durante a Semana Cultural (de 11 a 17 de agosto).

As fotografias concorrentes precisam abordar imagens e aspectos provenientes das dependências urbanas e/ou rurais da Capital das Missões. Não podem participar fotógrafos profissionais, funcionários e/ou parentes diretos dos membros da Secretaria Municipal de Cultura, Lazer e Juventude, e membros da comissão julgadora. As fotos enviadas para o concurso poderão ser coloridas ou em preto e branco.


INSCRIÇÃO

As inscrições são gratuitas devendo ser entregues na Secretaria Municipal de Cultura, Lazer e Juventude, ou via correspondência para: 5º Concurso Amador de Fotografias de Santo Ângelo- Centro Municipal de Cultura Santo Ângelo Custódio. Rua Três de Outubro, 800, centro. CEP 98801-610. Santo Ângelo-RS.

O primeiro lugar receberá R$ 400,00, o segundo lugar R$ 300,00 e o terceiro R$ 200,00. Haverá menção honrosa para as próximas 27 fotografias classificadas, totalizando 30 fotos. As imagens selecionadas irão compor uma mostra itinerante. O regulamento e a ficha de inscrição estão disponíveis no blog www.pmsacultura.blogspot. com.br ou através do e-mail cultura@santoangelo. rs.gov.br.

O 5º Concurso Amador de Fotografias é uma promoção da Prefeitura Municipal de Santo Ângelo através da Secretaria de Cultura, Lazer e Juventude. A competição é de caráter amador, aberto a qualquer pessoa que tiver interesse. Os participantes não precisam ser residentes no município de Santo Ângelo.




26ª Mostra Artistas da Terra


A Secretaria de Cultura e Turismo de Santa Rosa e a Associação de Artistas Plásticos (AAPLAS) promovem de 22 de julho a 12 de agosto a 26ª Mostra Artistas da Terra.

As obras devem abordar o tema "paz", nas técnicas de pintura, desenho, gravura, escultura, porcelana, fotografia, cerâmica, videoarte, instalações, infogravura, arte objeto e intervenção urbana.

A 26ª Mostra Artistas da Terra é uma realização da Prefeitura de Santa Rosa, através da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo, com o apoio da Associação de Artistas Plásticos de Santa Rosa (AAPLAS).


+infos: Secretaria de Cultura e Turismo - telefone (55) 3511-5100

quinta-feira, 12 de junho de 2014

PACIENTES DA DOENÇA DE PARKINSON FORMAM ASSOCIAÇÃO EM TRÊS DE MAIO




Pacientes da Doença de Parkinson estiveram reunidos ontem (11) à tarde, na Câmara de Vereadores de Três de Maio, para iniciarem processo de formação de entidade que agregue portadores da doença. Cerca de 20 pessoas de Três de Maio e da região estiveram discutindo alternativas que permitam a troca de experiências e informações.

A DOENÇA
Segundo a Wikipédia, a Doença de Parkinson é idiopática, ou seja é uma doença primária de causa obscura. Há degeneração e morte celular dos neurônios produtores de dopamina. É portanto uma doença degenerativa do sistema nervoso central, com início geralmente após os 50 anos de idade. É uma das doenças neurológicas mais freqüentes visto que sua prevalência situa-se entre 80 e 160 casos por cem mil habitantes, acometendo, aproximadamente, 1% dos indivíduos acima de 65 anos de idade.

Embora seja mais comum em idosos, a doença também pode aparecer em jovens. Um britânico de 23 anos já foi diagnosticado com Parkinson e seus sintomas iniciaram com um pequeno tremor na mão aos 19 anos de idade.

O médico Sixto Bombardelli esteve presente à reunião e destacou que a organização do grupo vem ao encontro de todos àqueles que possuem a doença, além de seus familiares, cuidadores e curiosos que desejam conhecer os sintomas e o tratamento. O grupo é aberto. Qualquer pessoa pode participar. A reunião serviu como motivação para agregar outras pessoas, tarefa que as agentes de saúde poderão auxiliar, detectando e convidando as pessoas para se integrarem.

A próxima reunião será dia 8 de julho, às 16 horas, na Câmara, ocasião em que haverá palestra explicativa proferida pelo médico Sixto Bombardelli.

Interessados poderão contatar com:

<> Luís Pereira (Nena) - cel. (55) 9614-5982;
<> Antônio Wünsch - cel. (55) 9972-0865.


quarta-feira, 11 de junho de 2014

Devemos ser ativos em nossa própria informação


Informar-se não pode ser uma atitude passiva. Os meios de comunicação não são confiáveis: o cidadão tem que aprender a verificar, ele mesmo, que fonte usar

Ignacio Ramonet, fundador do Le Monde Diplomatique

No blog L’Ombelico de Mondo, o fundador do Le Monde Diplomatique, Ignacio Ramonet, analisou o papel da mídia no panorama internacional e as novas formas de informação da era digital.

Em uma sociedade “hipermidiatizada”, o papel ativo de quem consome a informação é preponderante. Esta é a conclusão que o escritor e jornalista Ignacio Ramonet traz sobre as práticas dos grandes meios de informação aos quais estamos diariamente exposto.

“Informar-se não pode ser uma atitude passiva”, explicou Ramonet, em uma nova entrevista da série que o L’Ombelico del Mondo leva adiante com os principais protagonistas do jornalismo internacional em espanhol.

- Como o senhor analisa o panorama midiático latino-americano diante da aparição desta grande quantidade de meios alternativos, populares e comunitários?

- Por um lado, é normal que os governos democráticos e progressistas que estão dirigindo a maioria dos países do continente abram espaço para este tipo de mídia. Estamos vendo muitos países da latino-americanos indo em busca de uma configuração desejada por muitos teóricos, onde o espectro midiático se divide em três partes de igual importância: meios privados, financiados pela publicidade; meios públicos, financiados pelo Estado (não pelos governos); e em meios comunitários, cujo objetivo é colocar em cena os movimentos sociais de uma maneira muito mais precisa e mostrar as questões locais, para que a cidadania possa se expressar.

O novo momento tecnológico que estamos vivendo, onde se desenvolveram tecnologias de comunicação muito rápidas e muito baratas e de alcance planetário, está permitindo que, ao lado do setor privado quase hegemônico faz alguns anos e o setor público em desenvolvimento atualmente, haja uma infinidade de meios que estejam se desenvolvendo. Porque hoje, para se ter um meio planetário, basta abrir um blog: qualquer um pode lê-lo, tanto na Argentina, quanto no México ou na Ásia, em qualquer lugar onde haja alguém que fale espanhol. E há gente assim por toda parte do mundo. Isto deu a possibilidade, junto com as redes sociais, que cada pessoa tenha a capacidade de se expressar. Estas duas razões, a política democrática e a tecnologia de rede, permitiram que haja uma emergência da expressão da cidadania no sentido mais amplo da palavra.

- E como reage a mídia hegemônica em relação a isto?

- As duas razões que demos na primeira resposta criam uma atmosfera de inquietude entre os meios de comunicação dominantes. Até pouco tempo, eles eram privados e hegemônicos, não tinham rivais. Eram os únicos que tinham a possibilidade de se dirigir a todo mundo sem que tivessemos a possibilidade de responder. Por conseguinte, tinham o monopólio da informação e o monopólio da ideologia da mensagem.

Nos últimos 10 ou 15 anos, sobretudo desde a chegada da internet e na América Latina desde a expansão dos novos governos progressistas e democráticos, isto mudou. Então esta inquietude faz com que os meios dominantes de antes enfrentem três grandes problemas neste momento: estes dois que acabo de nomear mais a crise econômica, que faz com que tenham menos publicidade, o que faz com que fiquem muito "ansiosos". Então quando eles acreditam que têm uma informação e que são os únicos que dispõem dela, se precipitam. Com esta precipitação, creem que vão ser mais rápidos que os meios digitais e cometem erros que não podem prever. Porque essa manipulação corresponde ao que eles querem dizer.

Por exemplo, no caso célebre da foto falsa do presidente Chávez na mesa de cirurgia, evidentemente, a informação ali contida não era a de que o presidente havia sido operado, disso todos sabem. Eles queriam mostrar um Chávez debilitado, que é o que eles sonharam durante muito tempo. Então, ao invés de dar tempo para verificar se a foto era real ou não, apesar da origem extremamente estranha e labiríntica da foto, imediatamente decidiram publicá-la. O que ocorreu nas redes sociais? Em 20 minutos, demonstraram que a foto era falsa, que nem sequer era uma foto, e sim parte de um vídeo.

Isso demonstrou várias coisas. Por um lado, que os grandes meios de comunicação hegemônicos já não são confiáveis. O que já sabíamos, mas esta foi uma grande mostra disso. Não são confiáveis. Não é porque são grandes, poderosos, tenham muito dinheiro ou sejam difundidos em muitos países que têm de ser confiáveis. E por outro lado, que um enxame de internautas pode em algum momento preciso ser uma fonte de fiscalização e verificação da realidade de uma informação muito mais importante que todas as salvaguardas que os grandes meios de comunicação podem fazer.

- Ainda assim, há muito debate a respeito da confiabilidade das redes sociais. Existem relações de poder, informações mal intencionadas...

- As redes sociais não são confiáveis. Mas assim como podemos afirmar tranquilamente que os grandes meios como El País, o New York Times, El Universal tampouco o são. Hoje em dia, a questão da confiabilidade dos meios é muito importante porque efetivamente não está garantida em nenhum lugar. E o cidadão tem de aprender a verificar ele mesmo que fonte vai usar.

As que se pretendem objetivas não o são e se pode demonstrar isso facilmente. Em certa medida, eu acredito que se tratam de fontes subjetivas, porque sei o que está a me ser dito, que vá no sentido do que creio ou na direção contrária. Porque em relação a isso posso ajustar meu ponto de vista. É daí que se faz cada vez mais importante ter acesso aos fatos, aos dados, para com isso fazer minha própria interpretação.

Hoje as redes sociais procuram novas ferramentas, que não nos deixam a sós diante dos meios de comunicação hegemônicos. Antes eu estava a sós ao me deparar com eles. Quando me passavam uma informação, eu não sabia se era verdadeira ou falsa, devia confiar neles. Agora não. Posso ir a internet e ver o que fulano disse. E talvez eles também se equivoquem, mas eu posso construir minha ideia. Em suma, informar-se é uma atividade.

Isto quer dizer que ninguém pode se informar passivamente. A pessoa não pode se sentar em frente ao televisor e esperar que lhe digam a verdade. Hoje isso já não pode ser, porque temos ferramentas, dispositivos, que estão permitindo que nos armemos. Por conseguinte, se dizemos que somos manipulados, isso não pode ser uma desculpa. É normal que queiram nos manipular. Mas hoje em dia dispomos de ferramentas que nos permitem que nos defendamos contra essa manipulação. E nós devemos ter um papel ativos em nossa própria informação.

Tradução: Roberto Brilhante

fonte: Carta Maior