domingo, 27 de setembro de 2009

Serra, a única opção da direita

do site www.cartamaior.com.br

Ao afirmar, em discurso na sede do Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (IPEA), que os atuais pré-candidatos à presidência da República têm todos origem na esquerda, Lula desenhou um cenário que precisa ser melhor delineado para entendermos seus desdobramentos. Qual seria o alcance dessa observação feita em clima de descontração? Onde estão seus limites teórico-políticos? Por que foi rapidamente endossada pela grande imprensa e por conhecidos acadêmicos que pontificam em suas folhas?

Se, por sua trajetória pessoal, o governador de São Paulo, José Serra, em princípio, não chega a ser o “queridinho do mercado", é bom lembrar que circunstâncias históricas particulares não raramente produzem uma alteração diferencial do voto conservador. Sua provável candidatura vem de uma linhagem político-partidária definida desde a eleição de Fernando Henrique em 1994. Um consórcio que, por oito anos, abrigou parte dos grupos oligárquicos mais reacionários da política brasileira.

Não faltará quem argumente que os maiores problemas de Serra serão o entorno e a política de alianças que terá que manter. Lorota, falácia pura. Como lembrou o sociólogo Chico de Oliveira em entrevista para a Revista Adusp, dois anos após a vitória de FHC, "a liderança da coalizão que sucateou o país sempre coube ao PSDB". Foram desse partido, e não do PFL, as diretrizes do neoliberalismo, de uma modernização conservadora que, reforçando as estruturas oligárquicas do Estado brasileiro, aprofundou o fisiologismo e o patrimonialismo que impedem a republicanização da prática política e do gerenciamento das demandas populares.

Afirmações que dão como esgotadas as contradições entre tucanos e petistas são mais exercícios de transformismo do que análises calcadas em qualquer evidência. Ignoram que a identidade partidária é, sobretudo, um fenômeno vinculado ao que é construído na participação política e no exercício do poder. Fingem não se dar conta de que os avanços obtidos no governo do presidente Lula dramatizam a urgência de profundas reformulações político-institucionais. E é isso que estará no centro das eleições de 2010: da consolidação das políticas sociais ao marco regulatório do pré-sal.

Com sua política de terra arrasada, o governo FHC açulou várias contradições e antagonismos da sociedade brasileira. Porém, ao mesmo tempo em que as levou ao paroxismo, construiu uma unidade de pensamento que aglutinou parcelas expressivas da população em torno de aspirações de uma mudança substantiva nas estruturas que sustentavam a ordem social vigente.

Os dados da Pesquisa Nacional por Amostras de Domicílios (PNAD) relativa ao ano de 2008 atestam a inegável inflexão ocorrida no país. Um quadro totalmente distinto daquele herdado em 2002, quando 46 milhões de habitantes viviam abaixo da linha da pobreza. Sem contar os 20% de desempregados e os que, mantendo os postos, sofriam uma queda de 10% na renda nacional.

Se a fluidez do processo político brasileiro com freqüência prepara armadilhas para o analista, a identificação dos núcleos de inconformismo com os avanços obtidos permite uma clivagem segura. O governador Serra conta com o apoio da grande mídia e dos segmentos mais associados a modelos excludentes e a políticas externas marcadas por inserção subalterna no cenário mundial.

Votam no governador os que defendem o Estado mínimo, os que advogam que o mercado é um mecanismo capaz de auto-regulação perfeita, os que se opõem a uma mudança de paradigma econômico, em suma, a direita truculenta que nunca teve qualquer projeto de país ou compromisso com a democracia. Os que se negam a passar a limpo radicalmente as instituições políticas, econômicas e culturais. Toda esta acumulação de farsa se reagrupa novamente sob a plumagem do tucanato.

Dessa vez, ao contrário de outros momentos da história brasileira, há partidos políticos do campo democrático-popular consolidados e lideranças que podem assumir com coerência e nitidez a vocação renovadora exigida pela nova cidadania brasileira. Nunca foi tão nítida a distinção entre esquerda e direita. Forjar falsos consensos no ano que antecede um pleito majoritário, uma disputa em que tudo "é ou bola ou búlica" apenas serve para levar água para os moinhos da direita. A moagem que só interessa à candidatura de José Serra.


Gilson Caroni Filho é professor de Sociologia das Faculdades Integradas Hélio Alonso (Facha), no Rio de Janeiro, colunista da Carta Maior e colaborador do Jornal do Brasil


sábado, 12 de setembro de 2009

Transparência de resultados: quanto a mídia gaúcha está recebendo do governo Yeda?

do site RS Urgente - www.rsurgente.opsblog.org

Em março deste ano, o jornalista Sérgio Bueno, do Valor Econômico, publicou uma matéria tratando do aumento dos gastos em publicidade do governo Yeda Crusius (PSDB). A reportagem afirmou:

“Fustigada por mais uma onda de turbulência política, provocada por denúncias de corrupção e embates com o funcionalismo estadual, a governadora do Rio Grande do Sul, Yeda Crusius (PSDB), decidiu reagir com investimentos pesados na imagem de sua administração para tentar virar o jogo a seu favor. O plano será sustentado por um orçamento de R$ 93 milhões para publicidade neste ano, umcrescimento de 560% em comparação com os R$ 14 milhões gastos na área em 2008, conforme informações do Palácio Piratini”.

Entre outras coisas, o plano do governo Yeda definia, em março, campanhas publicitárias semanais em emissoras de rádio e televisão e em outdoors para mostrar à população “o que o governo está fazendo”. De lá para cá, a crise política só aumentou e o governo segue apostando na publicidade como uma forma de “melhorar sua imagem”.

As grandes empresas de comunicação têm como um de seus esportes preferidos denunciar a ineficiência da máquina estatal e criticar os gastos públicos. No dia 3 de setembro, o jornal Zero Hora publicou um editorial intitulado “Gastos em alta”, onde critica a política de gastos públicos do governo federal. Entre outras coisas, o editorial diz: “O país não pode dar-se a liberalidade quando se trata do uso de recursos públicos. A máquina pública, da mesma maneira que seu eventual e indesejável inchaço é mantida pelo esforço da sociedade”.

Outro esporte preferido dessas empresas é afirmar a transparência e a independência como valores definidores de sua atuação.

Essa transparência não se aplica, porém, quando se tratar de informar o público de quanto dinheiro recebem graças à publicidade estatal. Neste caso, vale a “liberalidade no uso de recursos públicos” e a sociedade não tem o direito de conhecer a relação entre a linha editorial desses veículos e os recursos que recebem via publicidade. Em seu site institucional, a RBS promete uma “relação transparente com todos os públicos”. Mas essa transparência não se aplica no tema da publicidade. Por outro lado, a empresa “considera fundamental proporcionar a seus clientes a certeza de que o benefício oferecido é superior às outras opções de mercado”.

O governo Yeda, conforme dados do próprio Palácio Piratini, está gastando milhões de reais em publicidade. Estará obtendo o benefício esperado?

Nos últimos dias, multiplicaram-se relatos e resmungos confidenciais de jornalistas intrigados com o comportamento editorial de seus veículos. Ninguém fala publicamente, obviamente. A prioridade é assegurar o emprego. Neste momento, os valores da transparência e da independência que essas empresas afirmam seguir ficam trancados em uma caixa preta, juntamente com os números da publicidade. O público não tem acesso a esses números e não pode saber até que ponto a injeção publicitária está contaminando a linha editorial.

Um levantamento preliminar dos números apresentados no portal da Transparênciado governo do Estado revela que, de 2008 até hoje, a RBS Zero Hora Editora Jornalística, a Caldas Junior e o Jornal O Sul receberam mais de R$ 1 milhão do governo do Estado. O valor exato é R$ 1.034.881,30, assim distribuídos:

RBS/Zero Hora: R$ 552.102,58
Caldas Junior: R$ 339.737,02
O Sul: R$ 143.041,70

Esses números são apenas parte do todo. Considerando os gastos com publicidade anunciados pelo próprio governo, as campanhas publicitárias em horários nobres de TV e a especificação das rubricas (no portal) dos gastos com empresas de comunicação (a maioria refere-se a “assinatura de periódicos e recortes”), os valores são, na verdade, muito maiores. Segundo o portal da Transparência, o governo gastou, em 2009, mais de R$ 1,6 milhão com “divulgação promocional ou institucional”. Sete agências de publicidade aparecem como destinatárias desses recursos: Matriz, CPL, DCSNet, Dez Propaganda, Escala, Publicis e SLM. O portal não informa quanto cada veículo recebeu em publicidade. O orçamento de publicidade para o ano, cabe lembrar, é de R$ 93 milhões.

As mesmas empresas de comunicação que mantém esses números sob sigilo não se cansam de cobrar transparência nos gastos e receitas de movimentos sociais (MST em especial) e sindicatos. Quantas vezes Lasier Martins e outros “comunicadores” já cobraram dos dirigentes da CUT e do CPERS, por exemplo, quanto as entidades estão gastando em outdoors que criticam o governo Yeda e de onde vem o dinheiro?

Pois bem, quanto dinheiro os grandes grupos de mídia do Estado estão recebendo do governo Yeda? A população que lê jornal, ouve rádio e vê televisão não tem direito de saber? Por que essa informação é mantida em sigilo?

É fácil saber de onde vem o dinheiro de uma fábrica de pregos. Ela precisa vender pregos, simplesmente. No caso das empresas de comunicação, o produto principal é a informação. Quanto é mesmo que está custando a informação?

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

A psicologia da delação

publicado no site www.novae.inf.br

Luis Nassif, www.luisnassif.com.br

Esse caso do italiano é exemplar por permitir traçar o perfil psicológico do chamado delator público - aquele que se empenha no exercício da delação amparado por leis. É um tipo similar ao que eu costumava chamar de “assassinos na legalidade” - aqueles cidadãos que, sentindo que alguém transgrediu alguma regra ou lei, aproveitavam para exercitar seus instintos mais animalescos contra o presumível culpado. No meu livro “O jornalismo dos anos 90″ descrevo vários casos em que o linchamento se fazia supostamente amparado pela legalidade - com leis ou o clamor das ruas fornecendo o salvo-conduto para o linchamento.

O italiano estava na piscina com a filha, a esposa e amigos. Foi delatado por um casal - que a televisão protegeu, não identificando, do mesmo modo como se protege a quem delata grandes criminosos.

Os delatores estavam escudados em uma causa legítima em si: o combate à pedofilia que assola as capitais do nordeste. Com essa bandeira sagrada, se viram no direito de emitir julgamento sobre as carícias que o pai fazia em sua filha de 8 anos. Não se tratava de nenhum ato oculto, dissimulado. O pai estava fazendo carinhos em um local público. Todas as testemunhas que assistiram não viram nenhum sinal de libidinagem. Prevaleceu o julgamento moral de dois deformados, que viram sinais de luxúria onde todos os demais viram sinais de carinho paterno, que apresentaram como prova dois beijos que o pai deu na filha no intervalo de 30 minutos.

Como prende-se uma pessoa, traumatiza-se sua filha, baseado em um julgamento moral de dois anônimos - que podem ser os deformados morais da história?

Pinçando o que saiu nos jornais, pinçando mesmo, porque nenhum teve a coragem de ir a fundo investigar as razões dessas testemunhas, fica claro o somatório de detalhes que alimentou seu preconceito: o pai é italiano; a mãe uma negra brasileira; a filha, uma mulata. De 8 anos. É impossível um pai branco ter carinho por uma filha mulata. O preconceito era contra a filha.

De nada adiantaram os atenuantes, de nada adiantaram as demais testemunhas negando terem visto qualquer ato malicioso. A malícia está na cabeça dos pervertidos. A juíza terceirizou o julgamento moral e permitiu a prisão do pai, permitiu que ele fosse arrancado do convívio da família e jogado num xadrez.

No Recife, os advogados tentaram um habeas corpus com um desembargador. Só poderia dar depois de consultada a juíza - que não trabalha no feriado. E uma criança traumatizada esperando o final da folga dos meritíssimos.

Alguns comentários, aqui no Blog, de pessoas estranhas, dão boa dimensão de como é moldado esse comportamento fascista, típico para estimular delatores.

Um deles garantiu que, se comprovado que não é pai biológico, a culpa estará provada. Outra se baseou na lógica monofásica: a pedofilia é praticada por estrangeiros; o pai é estrangeiro; logo, só pode ser pedófilo.

Não adianta o exercício da razão, a busca de evidências, o raciocínio em cima do que saiu. À priori é culpado. Como diz uma outra ET, nos comentários, melhor errar por excesso do que por falta de punição. Como se o excesso fosse virtude, e não um possível erro que penalizou fortemente uma família inteira.

No episódio Escola Base, uma mãe desequilibrada levou o filho para ser analisado por uma psicóloga irresponsável, que estimulou o menino a fantasiar episódios que não ocorreram. Nada aconteceu com os delatores.

Nesse episódio, muito provavelmente o italiano foi vítima de dois deformados morais. Nada acontecerá com eles. Porque delataram tendo como álibi a defesa de crianças contra pedófilos - mesmo que a pedofilia, no episódio, só existisse na sua imaginação

terça-feira, 8 de setembro de 2009

O raciocínio simplista de que não somos racistas

[Leituras do Globo in Observatório da Imprensa]

www.observatoriodaimprensa.com.br

Por Bárbara Lobato em 8/9/2009

O Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas (Ipespe) realizou uma pesquisa de opinião com cerca de mil pessoas sobre a destinação de cotas para as universidades públicas. Toda a discussão veio à tona quando o partido Democratas (DEM), ex-PFL, pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) a suspensão de cotas raciais na Universidade de Brasília (UnB).

A pesquisa aponta que "75% dos brasileiros preferem que as cotas nas universidades federais sejam destinadas a alunos pobres que estudaram em escolas públicas, contra 11% que preferem a cota racial", segundo reportagem de O Globo online desta quarta-feira (2/9).

Esses dados, reproduzidos como estão, geram argumentos falaciosos e reproduzidos em raciocínio simplista. A proposta do DEM é deixar bem claro que, no Brasil, não há racismo. Ou pior: excluir, das cadeiras acadêmicas públicas, os negros.

Antes de formar uma opinião simplista a respeito do assunto, é importante destacar que o governo Lula, em janeiro de 2005, implantou o Programa Universidade Para Todos (ProUni). Entre os vários questionamentos que rondavam o programa destaca-se a argumentação de que não era possível mensurar ao certo qual seria o resultado do desempenho dos alunos egressos do ensino médio da rede pública, favorecidos por bolsas integrais ou parciais, frequentando cursos de graduação em instituições privadas do ensino superior.

Quatro anos depois, a resposta: desde a implantação do ProUni, já foram distribuídas mais de 500 mil bolsas de estudo. Não há dados do governo federal em relação ao impacto do ProUni nas universidades privadas, mas sabe-se que o estudante não pode repetir nem perder matéria, sob pena de ter a bolsa cancelada.

Palanque eleitoral

Então, por que a concessão de cotas para universidades públicas "irrita" tanto? Será que é porque a maioria dos alunos dessas instituições públicas tem os estacionamentos lotados, em grande parte, por carros novos? Ou porque a maioria dos alunos das universidades públicas estudou em escolas particulares? Ou porque boa parte desses estudantes são de classe média ou média alta?

Eu apóio, sem restrições, as cotas para negros: primeiro, o Brasil tem uma dívida histórica com os quatro milhões de negros escravizados no Brasil, entre os séculos 16 e 19, e seus descendentes. Há contra os negros brasileiros um preconceito social, econômico, político e estético – realmente, isso nunca foi superado. O sistema de cotas foi a primeira ação do Estado a enfrentar, de fato, essa situação. Por isso incomoda tanto.

Em segundo lugar, e não por último: a defesa de quem é a favor unicamente de cotas sociais e não étnicas, vê, num futuro próximo, um palanque eleitoral enorme. Os defensores das cotas para os pobres – e nesta condição pode-se burlar o sistema – ganharão novo cenário na política eleitoreira.

De acordo com a pesquisa do Ipespe, 84% dos entrevistados não tomaram conhecimento da ação do DEM em relação às cotas na UnB. Após serem informados sobre o teor da proposta, 54% disseram apoiá-la.

A propósito, o Ipespe é coordenado pelo cientista político Antonio Lavareda, que presta consultoria ao DEM.

domingo, 6 de setembro de 2009

Há método na loucura tucana

por Marco Aurélio Weissheimer - www.rsurgente.opsblog.org

As constantes manifestações de desequilíbrio emocional da governadora Yeda Crusius podem induzir ao erro de se avaliar que o problema do governo tucano no Rio Grande do Sul é, em certo sentido, decorrente de uma certa dose de insanidade da titular do Piratini. Esta, a insanidade, até pode existir, mas há método na loucura tucana. Vide o que está acontecendo no governo do tucano José Serra, em São Paulo. Com apoio e cumplicidade da chamada grande mídia, está em guerra com moradores de favelas na capital paulista. Paulo Henrique Amorim afirma que os recentes ataques aos pobres da comunidade de Heliópolis (ou vândalos, como prefere o Jornal Nacional) seguem um mesmo padrão. Ele compara esse padrão ao exercício pleno daquilo que o filósofo italiano Giorgio Agamben chama de “estado de exceção”.

Nessas situações de exceção, explica, o Estado faz as suas próprias leis e usa os dispositivos legais justamente para suprimir os limites à sua atuação: para suprimir a própria legalidade e os direitos dos cidadãos. O comportamento de José Serra é muito similar ao de Yeda Crusius. Manifestações sociais e protestos são tratados como casos de polícia e os instrumentos de negociação são o cassetete e as balas. Outra semelhança é o modo como essa truculência é diluída pelos grandes meios de comunicação de São Paulo e do Rio Grande do Sul. As vítimas da violência policial são transformadas em vândalos e arruaceiros. Os autores da violência, por sua vez, ganham ares de vítimas, mesmo sendo acusados de tortura e assassinato. Aqui como em São Paulo, jornalistas estão se tornando cúmplices da ilegalidade e da violência.

Agentes ativos e administradores dos interesses de grandes corporações e grupos criminosos travestidos de agentes públicos, esses jornalistas e políticos alimentam uma política que tem ódio visceral a qualquer coisa que tenha cheiro (argh!) de povo. Fazem campanhas contra esmolas nas esquinas, contra moradores de rua, contra ambientalistas e movimentos sociais. Esmeram-se na distribuição de prêmios e troféus duvidosos a homens e mulheres apresentados como estandartes do “bem”. Protestam irados quando alguém desse grupo ganha braceletes de metal também conhecidos como algemas. Exigem eternamente provas e, a cada nova prova ou fato novo que aparece, entra em movimento o processo de qualificação e uma nova, prova, um novo fato, é exigido. A mentira e a violência compõem o brasão desse método.