terça-feira, 19 de maio de 2015

Como fazer uma manchete canalha

Por Lelê Teles

Na verdade, a manchete da Folha se não fosse canalha deveria ser: Com ação anticrack de Haddad, 6 em cada 10 dependentes encontram um novo caminho.

Além de ser otimista, é honesta. O próprio cidadão da foto, de quem pincelaram uma frase descolada do contexto, diz ter reduzido o consumo de dez para duas pedras diárias.

A prefeitura informa, na mesma reportagem, que queles que abandonaram a ação voltaram para suas famílias ou aderiram a outros programas de tratamento.

E o mais curioso, “especialistas ouvidos pela Folha dizem que a desistência segue o padrão de outros tratamentos”, ou seja, nada de anormal.

A reportagem ainda afirma que esse modelo de tratamento foi exitoso no Canadá e nos Esteites, portanto não se trata de nenhuma invenção bolivariana tresloucada.

A prefeitura informa também que houve redução de 80% nas aglomerações de viciados, um problema que afligia a população e gerava insegurança.

No infográfico, a Folha mostra que entre 70% e 80% dos assistidos pelo programa municipal afirmam ter reduzido o consumo de crack.

Ao oferecer emprego para os viciados que moram nas ruas, a prefeitura lhes dá autonomia e eleva sua autoestima, além de garantir assistência social, de saúde e psicológica.

A única coisa realmente negativa na reportagem é a manchete canalha, típica de uma mídia que aposta no mundo-cão, na urubologia, no negativismo, na desinformação, e na fabricação de odiosos midiotas.

É com base nesse tipo de manchete que sociopatas midiotizados saem às ruas xingando e rezando o terço, batendo penelas, tilintando taças de cristais, ameaçando espancar bebês e ofendendo autoridades em estádios, hospitais, restaurantes e casamentos.

Como sabe que o brasileiro têm dificuldade em interpretar texto – e o midiota não vai além da chamada de capa- a grande mídia geralmente tem feito afirmações negativas em manchetes, mesmo que o conteúdo do texto desminta o que vem como epígrafe.

Um grande simulacro, diria Baudrillard.

Palavra da salvação.



quinta-feira, 14 de maio de 2015

Ao assalto do sono

Em geral, consideramos a necessidade de dormir uma perda de tempo. O sono serve frequentemente como metáfora para ilustrar a apatia de povos diante da ditadura. Num momento em que o capitalismo deseja fazer da vida humana um processo de produção e consumo ininterruptos, não seria o caso de revisar essas representações?


por Jonathan Cary




Qualquer um que tenha vivido na costa oeste da América do Norte sabe: certas aves migratórias partem todos os anos na mesma estação para percorrer, de Norte a Sul e do Sul ao Norte, distâncias de amplitude variável ao longo desse platô continental. Uma dessas espécies é o pardal-de-garganta-branca. Diferentemente de seus congêneres, essa variedade possui a capacidade pouco usual de permanecer desperta por até sete dias em período de migração. Esse comportamento sazonal permite a essa espécie voar ou navegar à noite e caçar durante o dia sem necessidade de repouso.

Nos últimos cinco anos, o Ministério da Defesa dos Estados Unidos alocou verbas importantes para o estudo dessas criaturas. Pesquisadores de diversas universidades, em particular a de Madison, no estado de Wisconsin, beneficiaram-se de financiamentos públicos com a finalidade de estudar a atividade cerebral dessas aves em razão dos longos períodos de privação de sono, com a ideia de obter conhecimentos que possam ser transferidos para os seres humanos.

O objetivo é criar um soldado que não dorme. O estudo dessa espécie de pardal é apenas uma pequena parte de um projeto muito mais vasto que visa assegurar o domínio, ao menos parcial, do sono humano. O objetivo a curto prazo é elaborar métodos que permitam a um combatente permanecer operacional, sem dormir, durante um período mínimo de sete dias, com a ideia, a longo prazo, de dobrar esse lapso com a manutenção de níveis elevados de desempenho físico e mental. Até o momento, os meios de que dispomos para produzir estados de insônia são acompanhados de déficits cognitivos e físicos (nível de vigilância reduzido, por exemplo). Essa pesquisa científica não busca descobrir formas de estimular a vigília, e sim de reduzir a necessidade corporal de sono.


Insônia generalizada

Como mostra a história, as inovações nascidas na guerra tendem a ser, em seguida, transpostas a uma esfera social mais ampla: o soldado sem sono figura, assim, como o precursor do trabalhador ou do consumidor sem sono. Os produtos que “tiram o sono” promovidos agressivamente pela indústria farmacêutica começarão a ser apresentados como uma simples opção de modo de vida, antes de se tornar, para muitos, uma necessidade.

Dada sua profunda inutilidade e seu caráter essencialmente passivo, o sono, que também é um estorvo por ocasionar perdas incalculáveis em termos de tempo de produção, circulação e consumo, será submetido às exigências do 24/7 (24 horas por dia, sete dias por semana). Passar grande parte da vida dormindo, longe das necessidades vãs, é uma das maiores afrontas que os seres humanos podem fazer à voracidade do capitalismo contemporâneo. O sono é uma interrupção sem concessão ao roubo do tempo que o capitalismo comete à nossa custa.

A maior parte das necessidades aparentemente irredutíveis da vida humana – fome, sede, desejo sexual e, recentemente, o desejo de amizade – converteu-se em formas mercantilizadas ou financeirizadas. O sono impõe a ideia de uma necessidade humana e de intervalo de tempo que não pode ser colonizado ou submetido a uma operação de lucro em massa, razão pela qual pode ser considerado uma anomalia e um espaço de crise no mundo atual. Apesar de todos os esforços da pesquisa científica nesse campo, ele continua a frustrar e desconsertar estratégias que buscam explorá-lo ou remodelá-lo. A realidade do sono, tão surpreendente quanto impensável, é que dele não se pode extrair nenhum valor.

As investidas contra o tempo de sono se intensificaram ao longo do século XX. O adulto norte-americano médio dorme, hoje, uma média de seis horas e meia por noite, erosão importante em relação à geração anterior, que dormia em média oito horas, sem falar no início do século passado, quando, mesmo que pareça impensável, essa duração era de dez horas. O escândalo do sono é porque ele inscreve em nossa vida oscilações rítmicas da luz do sol e da obscuridade, da atividade e do repouso, do trabalho e da recuperação – oscilações erradicadas ou neutralizadas em outras instâncias da vida.

A partir de meados do século XVII, o sono foi desalojado da posição estável que ocupava nos moldes obsoletos do aristotelismo e do Renascimento. As noções modernas de produtividade e racionalidade se mostravam incompatíveis com o sono, e René Descartes, David Hume ou John Locke estavam longe de ser os únicos filósofos a negar sua pertinência para as operações do espírito da pesquisa do conhecimento. O estado desacordado sofreu uma desvalorização em relação à consciência e à vontade, assim como em relação às noções de utilidade, objetividade e interesse pessoal como atitudes mobilizadoras. Para Locke, o sono figura como uma interrupção indesejável, apesar de inevitável, no cumprimento das prioridades dos homens definidas por Deus: mostrarem-se industriais e racionais. O primeiro parágrafo do Tratado da natureza humana, de Hume, menciona o sono, a febre e a loucura como exemplos de obstáculos ao conhecimento.

Em meados do século XIX, começou-se a conceber a relação assimétrica entre o sono e a vigília segundo modelos hierárquicos que apresentavam o primeiro como uma regressão a um modo de atividade inferior e primitiva: a atividade do cérebro considerada superior e mais complexa estaria inibida. Arthur Schopenhauer é um dos poucos pensadores que voltaram essa hierarquia contra si mesma, chegando até a sugerir que o “verdadeiro âmago” da existência humana poderia ser descoberto apenas no sono.

A industrialização da Europa foi acompanhada dos piores tratamentos infligidos aos trabalhadores, por isso os diretores das fábricas terminaram percebendo que seria mais rentável conceder modestos intervalos de repouso a seus operários. Tratava-se, como mostrou Anson Rabinbach em seu estudo sobre o cansaço,1 de tornar os elementos produtivos mais eficazes e duradouros. Desde a última década do século XX, contudo, com o desmoronamento das formas de capitalismo controladas ou reguladas nos Estados Unidos e na Europa, não há mais qualquer necessidade interna de que o tempo de repouso e a recuperação sejam considerados fatores de crescimento e rentabilidade econômica. Hoje, o repouso e a regeneração humanos custam simplesmente muito caro para serem estruturalmente possíveis no seio do capitalismo contemporâneo.

o analisar o sistema econômico atual, Luc Boltanski e Eve Chiapello mostraram como um conjunto de forças enaltece a figura do indivíduo constantemente ocupado, sempre em interconexão, interação, comunicação, reação ou transação com um meio telemático qualquer. Nas regiões mais prósperas do mundo, sublinham, esse fenômeno caminha junto à dissolução da maior parte das fronteiras que separam o tempo privado do profissional, o trabalho do consumo. Em seu paradigma conexionista, têm como alvo a “atividade pela atividade”: “Fazer qualquer coisa, movimentar-se, trocar, interagir, é mais valorizado que a estabilidade, em geral considerada sinônimo de falta de ação”.2 Esse modelo de atividade não aparece como uma simples versão modificada do paradigma anterior da ética do trabalho, e sim como um modelo de normatividade totalmente novo, que requer temporalidades do tipo 24/7 para ser colocado em prática.

As pessoas, porém, continuam a dormir, e mesmo as megalópoles mais tentaculares têm intervalos noturnos de relativa quietude. Mas não resta dúvida de que o sono, atualmente, constitui uma experiência desconectada das noções de necessidade e natureza. Esse estado cerebral é concebido – assim como outras coisas – como uma função variável que o próprio sono gera e que se define apenas de forma instrumental e psicológica. Pesquisas recentes mostraram que o número de pessoas que se levantam durante a noite para consultar suas mensagens eletrônicas ou acessar dados digitais está crescendo exponencialmente.

Existe uma expressão aparentemente sem importância, embora muito difundida, para designar o estado de uma máquina: “modo de suspensão”.3 Essa ideia de um aparelho sempre disponível, porém funcionando com baixa intensidade, tende a redefinir o sentido do sono como um simples estado operacional de acessibilidade diferida ou reduzida. A lógica on/off está ultrapassada: nada mais está completamente desligado ou fora do ar. Não há mais estado de repouso total e efetivo.

O sono como obstáculo maior – a última das “barreiras naturais” das quais falava Karl Marx – à realização plena do capitalismo 24/7 não pode ainda ser eliminado. Mas é possível fraturá-lo e depredá-lo. Como mostram os exemplos a seguir, as ferramentas e os métodos necessários a esse enorme empreendimento de destruição já estão em curso. Os espaços públicos são, hoje, totalmente concebidos para dissuadir qualquer repouso e chegam ao limite de – com uma crueldade intrínseca – ser ocupados com bancos e outras superfícies altas que, pelo desenho e textura, impedem o corpo humano de se estirar sobre eles.

A investida contra o sono é inseparável do processo de desmantelamento das proteções sociais que assola outras esferas. O mesmo acontece com o acesso universal à água potável, limitado pela poluição e pela privatização programada que culmina na comercialização de água engarrafada – processo paralelo à construção da ideia de bem escasso. Todas as usurpações empreendidas contra o sono criam as condições para um estado de insônia generalizado, no qual não nos resta nada mais além de comprar (pagamos até por um estado quimicamente modificado que é apenas uma aproximação do verdadeiro sono). As estatísticas sobre o uso exponencial de soníferos mostram que, em 2010, medicamentos como Ambien (zolpidem) e Lunesta (eszopiclone) foram prescritos a 50 milhões de norte-americanos, enquanto outros milhões compravam medicamentos de venda livre.

No entanto, seria equivocado acreditar que melhorar as condições atuais de vida permitiria às pessoas dormir melhor e gozar de um sono mais profundo e reparador. No ponto em que estamos, nem sequer há a certeza de que um mundo organizado de modo menos opressivo eliminaria a insônia. Esta ganha significado histórico e textura social específica apenas se relacionada a experiências coletivas e está acompanhada de diversas outras formas de empobrecimento e ruína social que se estendem em escala global. Enquanto falta individual, a insônia se inscreve na continuidade de um estado generalizado de “ausência do mundo”.

Uma das várias razões pelas quais as culturas humanas associaram por tanto tempo o sono à morte se deve ao fato de que esses dois estados atestam a continuidade do mundo mesmo em nossa ausência. A ausência puramente temporária daquele que dorme é, contudo, marcada por uma espécie de ligação com o futuro, com a possibilidade de um recomeço e, portanto, de liberdade. É nesse intervalo que as percepções de uma vida não vivida, de uma vida adiada, podem florescer fugazmente na consciência. A esperança noturna de que podemos entrar em estado de sono profundo até perder a consciência é, ao mesmo tempo, a antecipação de um despertar que poderia comportar qualquer imprevisto.


Sonhar com outro futuro

Na Europa, após 1815, durante várias décadas de contrarrevolução e desmantelamento da esperança, artistas e poetas tiveram a intuição de que o sono não representava necessariamente uma evasão ou fuga da história. Percy Bysshe Shelley e Gustave Courbet, por exemplo, entendiam que o sonho era outra forma de tempo histórico; que seu estado de retiro e passividade aparente englobava também a agitação e a inquietude essenciais ao nascimento de um futuro mais justo e igualitário.

Agora, no século XXI, a inquietude do sono mantém uma relação mais conturbada com o futuro. Situado em algum lugar na fronteira entre o social e o natural, o sono assegura a presença, no mundo, de motivos sinusoidais e cíclicos essenciais à vida e incompatíveis com o capitalismo. É preciso relacionar sua persistência anormal à destruição das próprias condições de vida em curso em nosso planeta. O capitalismo é incapaz de se limitar a si mesmo, por isso a noção de preservação ou conservação é uma impossibilidade sistêmica. Em um contexto como esse, a restauração da inércia do sono é um obstáculo a todos os processos mortais de acumulação, financeirização e desperdício que devastaram tudo o que antes poderia ter o estatuto de bem comum.

Hoje, em realidade, há apenas um sonho, que se sobrepõe a todos os outros: o de um mundo compartilhado cujo destino não seja fatal, um mundo sem bilionários, um mundo que tenha outro futuro para além da barbárie e do pós-humano, e no qual a história possa tomar outro caminho que não o das catástrofes em pesadelos reificados. Imaginar – em qualquer lugar, em estados diversos, incluindo o ato de sonhar e sonhar acordado – um futuro sem capitalismo começa por sonhar durante o sono. E então o sono seria visto como uma interrupção radical, como uma recusa do peso implacável de nosso presente globalizado, como um estado que, no nível mais prosaico de nossa experiência cotidiana, se tornaria generalizado e repetido até começar a esboçar algo próximo do que seriam renovações e recomeços.


Jonathan Cary


Jonathan Cary é professor de Teoria de Arte Moderna da Universidade Colúmbia em Nova York. Autor de 24/7. Le capitalisme à l’assaut du sommeil[24/7. O capitalismo ao assalto do sono], Zones, Paris, 2014, do qual este artigo foi tirado.


1 Cf. Anson Rabinbach, Le moteur humain. L’énergie, la fatigue et les origines de la modernité[O motor humano. A energia, o cansaço e as origens da modernidade], La Fabrique, Paris, 2004.

2 Luc Boltanski e Eve Chiapello, Le nouvel esprit du capitalisme [O novo espírito do capitalismo], Gallimard, Paris, 1999.


3 Sleep mode, ou “modo dormente”, em inglês, ou ainda, curiosamente ao contrário, mode veille, ou “modo vigília”, em francês.



Palavras chave: Trabalho, Sono, descanso, exploração, capitalismo, produtividade.

terça-feira, 12 de maio de 2015

1º Fórum Nacional de Cultura

Evento começou ontem em Gramado


Falar de cultura não se resume apenas a conhecimento ou tradições de um nicho da sociedade, mas é também falar de educação, turismo e economia, entre outros segmentos que se ramificam quanto a esta pauta. Assuntos que circundam a cultura serão debatidos no 1º Fórum Nacional de Conselhos e Dirigentes de Políticas Culturais.

O idealizadores, Secretaria de Cultura de Gramado, Conselho Estadual de Cultura e o Fórum Nacional dos Conselhos Estaduais de Cultura, prepararam uma ampla programação que reunirá conselheiros, gestores, artistas, produtores, agentes culturais, entidades, empresas e interessados na área de 11 a 13 de maio, no Expogramado.

Durante o evento acontecerá o 2º Encontro de Conselhos Municipais de Políticas Culturais do RS, que tem como objetivo promover a reflexão sobre o papel dos Conselhos e Conselheiros Municipais na implementação das políticas culturais alinhadas com o Sistema Nacional de Cultura. Além do Encontro de Conselhos Municipais, acontecerá também o Encontro de Dirigentes Culturais e reunião Ordinária aberta ao público do Fórum Nacional de Conselhos Estaduais de Cultura – ConECta.

“Temos uma ampla programação que abrirá espaço para debates e também para alinhar as atividades realizadas nas esferas municipais e estaduais com o plano de trabalho nacional. O evento é gratuito e toda a comunidade está convidada a participar e contribuir com ideias e sugestões que venham a aprimorar as frentes de trabalho realizadas em seus municípios”, destaca a secretária de Cultura de Gramado, Michele Scariot.

Ao final do encontro serão disponibilizados certificados de participação de 30 horas. Mais informações: Conselho Estadual de Cultura do RS | (51) 3225.8490 | Rua Sete de Setembro, 1020 – 2° andar | Centro Histórico – Porto Alegre | RS. Informações e programação estão no site www.conselhodeculturars.com.br.


Principais pautas:

Participação social na Cultura, os Sistemas Nacional e Estaduais de Cultura, a Agenda 21 da Cultura (Barcelona/2004), a Lei Cultura Viva, a atuação dos movimentos sociais na agenda político-cultural nacional, orçamento público para cultura nos municípios, estados e união, a Cultura na Meta 12.7 do Plano Nacional de Educação e o projeto de integração cultural de fronteiras.

segunda-feira, 11 de maio de 2015

Tres Tiempos o novo DVD-livro de Daniel Drexler



Capa do DVD-livro Tres Tiempos
Daniel Drexler





















‘Tres Tiempos’ é o novo projeto de Daniel Drexler. Um DVD-livro, gravado ao vivo em Buenos Aires, onde realiza o encontro das suas principais músicos, junto com um livro sobre o processo criativo de seus últimos três CD’s conceituais.

Sobre o DVD: gravado ao vivo nos estúdios ION em Buenos Aires, com direção de Ariel Hassan (indicado ao Grammy 2010), onde Daniel Drexler acompanhado por dez músicos (guitarra, baixo, piano, bateria, duo de sopros e trio de cordas), apresenta versões inéditas das principais músicas da sua carreira.

Depois da imensidão de Vacío, das incertezas de Micromundo e de navegar em Mar Abierto, Daniel Drexler encontra as músicas dos três CD’s conceituais, em versões inéditas, recriando as canções que lhe tornaram conhecido na América Latina e Europa.

Sobre o livro: ‘Quando vemos um iceberg à deriva no oceano, o que realmente vemos é 10% do iceberg. Tres Tiempos é um relato breve sobre todos os outros 90% que não estão ao alcance dos olhos”.

‘Tres Tiempos’ é um livro formado por três capítulos, cada um deles, com a temática de seus últimos 03 CD’s conceituais: Vacío, Micromundo (tema: Incerteza) e Mar Abierto (tema: Modernidade Liquida). Onde fala sobre seu processo criativo, backstage de turnês, gravação dos CD’s, sobre sua vida, além de fotos inéditas das gravações.

O livro encerra com um anexo sobre o ‘Templadismo’, termo criado em 2002, por Daniel Drexler, que para falar sobre os músicos de Uruguai, Argentina e Brasil, que tem a geografia e o clima como parte influente em seus processos de composição. " Como o Tropicalismo surgiu a partir da reflexão que gerou a paisagem tropical brasileira sobre a visão de mundo de Caetano Veloso, Gilberto Gil, Gal Costa, Tom Zé e Mutantes, a linha condutora entre os músicos da Cuenca de la Plata era a influência da geografia e do clima que vivemos. Fiquei tão impressionado que comecei a falar sobre o ‘Templadismo’.

CD: digital: 13 músicas do DVD serão lançadas, dia 2/junho, em uma edição digital especial, disponível no Itunes, Spotify, Deezer e outras plataformas de streaming.


Turnê Daniel Drexler Tres Tiempos

A turnê Daniel Drexler Tres Tiempos, estreia uma turnê, pela primeira vez no Brasil, no dia 2/junho em Curitiba. Depois segue com apresentações no Auditorio do Sodre em Montevideo (13/junho) e em julho a turnê será apresentada na Espanha (Madrid, Barcelona e Valencia – até o momento). Ao longo do ano cumpri agenda no México, Colômbia, Argentina, Brasil.


Daniel Drexler

Cantor e compositor uruguaio, Daniel Drexler com cinco CD's editados.
Seus primeiros CD's 'La Llave en la Puerta' (1998) e 'Full Time' (2001) foram editados em seu país.
Com "Vacío" (2006), terceiro disco, Daniel Drexler ultrapassou as fronteiras do Uruguai, com turnês e distribuição do CD na Argentina, Uruguai e Chile. Recebeu a indicação ao Prêmio Gardel 2007 de Melhor Disco Pop e desde então tem realizados importantes turnês na América Latina e Europa.
'Micromundo', quarto disco de Daniel foi editado na Espanha, Uruguai e pela primeira vez no Brasil. O CD recebeu destaque na imprensa espanhola e brasileira integrando a lista dos melhores CD's do ano nos dois países.

'Mar Abierto', quinto CD do artista, foi concebido sob dois signos: o clássico disco Kind of Blue, de Miles Davis, as ideias do pensador polonês Zygmunt Bauman sobre a "modernidade líquida", com distribuição na Argentina, Uruguai, Brasil e Canadá. Recebeu o Prêmio Gardel de Melhor Disco do Ano de Autor (principal prêmio da música na Argentina) e integrou a lista dos melhores discos de 2013, segundo a crítica na Argentina, Uruguai, Espanha e Brasil. A turnê homônima percorreu mais de sete países em um ano e meio de duração e no Brasil foi apresentada em nove cidades no Sul, Sudeste e Nordeste.

Ao longo de 16 anos de carreira como solista, o artista uruguaio, tem realizado turnês em todos os países da América Latina, Europa e México, participado de importantes festivais da América Latina, América Central e Espanha.

Daniel Drexler é o criador do termo “Templadismo” para referir-se a influência geoclimática do sul do continente americano no processo de composição de artistas argentinos, uruguaios e brasileiros sobre a criação e uma atitude criativa aberta, antropofágica e tropicalista.