segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

[Três de Maio] HSVP é referência na área bucomaxilofacial

O Hospital São Vicente de Paulo (HSVP) de Três de Maio é credenciado junto ao Estado para oferecer atendimentos de média complexidade em Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial. Esta especialidade, segundo o odontólogo Moacir Portolan, atende fraturas de face, cistos, tumores de boca e de face, faz biópsia de cânceres de pele ou de boca, cirurgia oral (incluindo a dentária) e atendimento de dores de face. “A média complexidade oferece tanto a cirurgia ambulatorial, que são os procedimentos com anestesia local, como as cirurgias que exigem anestesia geral, estas realizadas no bloco cirúrgico. Realizamos também o atendimento a pacientes com necessidades especiais que precisam de tratamento odontológico, como a remoção de dente necrosado. Em 11 anos já ultrapassamos os 100 atendimentos só desses pacientes”, explica Portolan.

No Rio Grande do Sul, apenas o HSVP é referência em atendimentos de média complexidade, recebendo pacientes dos 22 municípios da 14ª Coordenadoria Regional de Saúde. “Temos a possibilidade de realizar um maior número de atendimentos, tanto em consultas quanto em cirurgias, caso os pacientes sejam encaminhados até nós”, relata Portolan, mestre em Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial. O maior número de casos atendidos no HSVP são de dores de articulação e pacientes com necessidades especiais, com paralisia cerebral e síndrome de down, além de muitos cistos de origem dentária.

Como funciona o encaminhamento

Segundo Portolan, o procedimento para receber atendimento nesta especialidade ocorre da seguinte forma: “A consulta é realizada junto à Unidade Básica de Saúde do município. Após a comunicação do caso à Secretaria Municipal de Saúde, é feita a solicitação de uma consulta à Coordenadoria Regional de Saúde, que agenda esses pacientes junto ao Centro de Especialidades do HSVP, conforme as cotas (Quantidades de Consultas Estabelecidas e Definidas pela 14ª Coordenadoria Regional de Saúde). O HSVP apenas cumpre este agendamento”.

A preocupação, no entanto, é com a falta do encaminhamento de pacientes e com os casos que são encaminhados de forma tardia, o que dificulta o trabalho nesta especialidade. “Existe uma falta de orientação, pois antes de sermos referência em média complexidade, tínhamos um volume igual de pacientes ao que temos atualmente. Essa dificuldade inicia pelo próprio cidadão, que não procura atendimento junto à unidade de saúde, passa pela falta de informação quando é atendido em um pronto-socorro e chega ao próprio sistema, em que as secretarias de saúde, principalmente em épocas de troca de governos nos municípios, demoram para ajustar a rotina do encaminhamento dos pacientes. São vários os fatores que influenciam à baixa procura, pois sabemos que a demanda existe”, argumenta Portolan.

“Alguns municípios usam apenas 40% das consultas, até mesmo por dificuldades em oferecer o transporte para os pacientes, pois o atendimento é todo realizado via SUS, sem custos”, complementa o especialista. Os municípios que rigorosamente têm realizado encaminhamento de todos os pacientes são Três de Maio, São José do Inhacorá, Doutor Mauricio Cardoso e Santo Cristo.

O alto custo da demora na busca por atendimento

São diagnosticados cerca de 20 casos por ano de câncer de boca por ano na região 14ª Coordenadoria, vários deles em estágio avançado, o que, para Portolan, é inadmissível diante das campanhas de conscientização realizadas e do excelente serviço oferecido junto ao HSVP. “É possível curar um câncer inicial somente com uma biópsia, procedimento que custa em torno de R$ 15, deixando o paciente completamente curado. Se esse mesmo paciente vier tardio até nós, além de diminuir consideravelmente a chance de cura, vai precisar de cirurgia, radioterapia, quimioterapia e várias internações, terá de parar de trabalhar, além de algum familiar também deixar de trabalhar para cuidar dele. Essa pessoa irá gerar um custo muito maior do que se tivesse vindo cedo. Temos o exemplo de um homem de cerca de 40 anos que, após cinco anos do início do tratamento, já passou por 33 quimioterapias e 33 radioterapias, precisando parar de trabalhar, assim como a esposa, gerando um custo de cerca de R$ 300 mil ao Estado”, finaliza Moacir Portolan.

Coordenadoria regional promete ações

A 14ª Coordenadoria Regional de Saúde, com sede em Santa Rosa, informou que neste início de ano irá realizar ações que visam oferecer mais informações sobre a Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial. “Salientamos que esta especialidade foi credenciada recentemente, necessitando de um conhecimento maior por parte da população. O setor de planejamento da 14ªCRS, representado pela coordenadora do setor e pela servidora responsável pela especialidade, estão elaborando um informativo para os secretários que estão iniciando a gestão e estão programando uma visita em cada município para dar um conhecimento maior da especialidade.”

Nenhum comentário: