sábado, 8 de dezembro de 2012

[Jornalismo] O meio impresso e passado, diz Lafuente

Com o intuito de promover debates sobre o panorama do jornalismo no Brasil e no mundo, o Instituo Itaú Cultural realizou, dos dias 5 a 7 de dezembro, a quarta edição do Seminário Internacional Rumos de Jornalismo Cultural.

Na abertura do evento, o convidado foi Gumersindo Lafuente (foto), professor da Fundación Novo Periodismo Iberoamericano e ex-diretor de mídias digitais do jornal espanhol El Pais, entrevistado pelo editor da edição brasileira da revista Rolling Stone, Pablo Miyazawa.

Reconhecido por chefiar o trabalho que integrou a redação da versão impressa do El Pais com a online, Lafuente refletiu sobre o contexto jornalístico atual. "Infelizmente, ainda há uma negação à tecnologia no jornalismo. Dizem que ela irá acabar com ele. Condena-se a Internet, as redes sociais e a influência delas sobre o ofício de informar, mas se esquecem de que há pessoas por trás disso.

Lafuente defendeu que os profissionais da comunicação deixem o impresso no passado. "O que temos de fazer é dar fim à indústria do papel, fugir desta estrutura mecânica que construímos ao longo do tempo. A internet é uma ferramenta poderosíssima e o jornalismo precisa utilizá-la”.

O protagonismo do leitor e sua interação com a notícia também foram ressaltados pelo professor espanhol. “Há alguns anos, os críticos de arte, por exemplo, ditavam o que era boa cultura. Hoje isso é bem mais difícil. O leitor possui à mão muito mais conteúdo e informação, podendo, inclusive, questionar o que foi dito pelo jornalista".

Questionado sobre a exigência do diploma nas redações, uma das questões mais polêmicas do cenário jornalístico brasileiro, Lafuente ponderou. “O jornalismo não se estuda, se aprende. É óbvio que não se deve descartar nenhum curso, mas sou mais afeito ao modelo onde o profissional tem sua formação oriunda de outras vias, como as ciências sociais”.

fonte: Comunique-se

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