sexta-feira, 18 de maio de 2012

Manifestacoes ocupam as ruas de dez cidades

Movimento pressiona por mudanças na política de drogas e pela liberação do consumo e produção da erva no Brasil

por Aline Scarso, do Brasil de Fato

Manifestantes de dez cidades saem às ruas neste final de semana e promovem a Marcha da Maconha, movimento que pressiona por mudanças na política de drogas e pela liberação do consumo e produção da erva no Brasil.
Curitiba (PR), Manaus (AM), Petrópolis (RJ), Salvador (BA) e São Paulo (SP) recebem a marcha neste sábado (19). No domingo (20), os protestos acontecem em Aracaju (SE), Atibaia (SP), Jundiaí (SP), Natal (RN) e Recife (PE). Outras marchas estão programadas para ocorrer até o dia 09 de junho.
Em São Paulo, mais de 3 mil pessoas confirmaram a presença por meio de um evento criado no Facebook. Segundo um dos organizadores da marcha paulistana, Julio Delmanto, a expectativa é que a participação seja ainda maior. “Estamos em um momento de melhor organização do movimento”, afirma.

A Marcha da Maconha de São Paulo conseguiu arrecadar R$ 15.760, doados por 294 pessoas, para a construção da marcha deste sábado. Além da compra de equipamentos como mega-fones, a arrecadação financiou a publicação de 7 mil cartilhas e a produção de bottons e adesivos, que serão distribuídos aos marchantes.Com o mote “Basta de guerra: Por outra política de drogas”, o movimento questiona a atual diretriz que regulamenta o uso de drogas no país (veja vídeo). “Essa é a primeira vez que a gente pode voltar toda a nossa estratégia não para reivindicar o direito de se manifestar, mas para discutir esse tema”, destaca Delmanto, ressaltando como um avanço a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que em 2011 reconheceu a legalidade das marchas, reforçando a garantia do direito à manifestação.
A programação está prevista para começar às 13h, no Museu de Arte de São Paulo (MASP). O professor de História da Universidade de São Paulo (USP), Henrique Carneiro, o integrante da Associação de Juízes para a Democracia, José Henrique Torres, e o autor do livro “O Fim da Guerra”, Denis Russo, participarão do evento e promoverão uma aula pública sobre drogas. Logo em seguida, haverá apresentação do rapper Sandrão RZO e, depois disso, manifestantes saem em marcha até a Praça da República.
Delmanto lembra que é importante que os marchantes evitem provocações por parte da Polícia Militar. Marchas ocorridas no Rio de Janeiro (RJ) e Belo Horizonte (MG) registram problemas com a Corporação. “Apesar de estarmos resguardados pela decisão do STF, a Polícia segue utilizando a lei de apologia sem critérios para nos reprimir. Estamos tentando nos prevenir de todas as formas, inclusive dialogando com a polícia, e orientamos para evitar portar substâncias ilícitas e responder a provocações”, ressalta.

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