terça-feira, 11 de setembro de 2012

Meu nome é Jorge

Escritor Jorge Martins estará em Santo Ângelo,
dia 28 de setembro, na Feira do Livro.


Meu nome é Jorge


O livro Meu nome é Jorge é um exemplo de resistência e abnegação. Nele, o autor nos
mostra, na prática, aquilo que, em tese, os especialistas reiteram todos os dias: a importância da família na formação humana.


Essa é a principal mensagem do livro, mostrar ao leitor como a manutenção de vínculos familiares, em todas as circunstâncias da vida, é fundamental para
vencer.

É comovente a insistência de Jorge em manter os vínculos familiares, mesmo diante da rejeição e do clima de beligerância enfrentados desde o nascimento. Em seu livro, é relatada
uma história de vida desde o primeiro berço em uma caixa de sapatos até a construção dos meios para uma sobrevivência digna, a árdua construção de um projeto de vida, a formação acadêmica. Tudo isso por caminhos nada triviais, especialmente nos atribulados anos da infância como menino de rua, até o início da vida adulta. A narrativa retoma o passado e chega ao presente, permitindo passagens com as reflexões de um homem maduro sobre a própria existência construída a ferro e fogo.


Todas as portas que se abriram para Jorge o levariam invariavelmente à marginalidade e ao crime. Mas outros elementos de sua personalidade, além do apego à família, ajudaram-no a superar todo tipo de obstáculos que a ele se apresentaram já a partir da primeira infância. Entre eles, a valorização da amizade, que ele tão bem sabe conquistar e cultivar.

Jorge Martins nasceu em Novo Hamburgo. A mãe tinha problemas mentais e o pai, homem violento, o agredia. Diante dessa atmosfera nada propícia para o início de uma onstrução de vida, foi morar com a avó, de quem recebeu todo o carinho e a atenção necessárias a sua sobrevivência. Mas, quando ainda tinha apenas dez anos, a avó morreu. Aí recomeçou uma luta renhida para ocupar seu lugar ao sol. Foi para a rua, morou um tempo com o pai que o agredia e o submetia a atividades incompatíveis com a idade, mas não agüentou os maus tratos que se repetiam. Então, retornou à rua, onde perambulava dia e noite, alimentando-se de restos de comida, de doações, dormindo em praças e até no cemitério da cidade.

Depois de perambular por Novo Hamburgo, veio para Porto Alegre, trazido por uma pessoa que lhe prometeu uma vida melhor. Viveu durante algum tempo na praça da Alfândega, conviveu com pessoas de baixo valor moral e ético, mas sempre com os olhos voltados para algo que, tinha certeza, o levaria a um caminho de luz e harmonia. Caiu em emboscadas armadas por inimigos, esteve preso, mas, em função de sua fortaleza moral e da arte de cultivar boas amizades, conseguiu vencer todas as adversidades.

Depois de duras batalhas contra o preconceito, conquistou um emprego digno, ganhou confiança dos chefes, montou um negócio próprio, prosperou, formou-se em Administração, em Inglês, é proprietário de uma locadora de automóveis e hoje atua também como ator, sendo um dos mais requisitados do cinema e da televisão do Rio Grande do Sul.

Outra singular virtude de Meu nome é Jorge é, ainda, a disposição do autor de não esconder o passado. Jorge mostra-o em toda a sua dimensão - e contribui com isso para que, a exemplo dele, possamos também enfrentar os duros percalços da vida, tornando o mundo melhor, 
mais solidário e mais humano.

O livro Meu Nome é Jorge aborda questões fundamentais sobre abandono, violência, perda da família e miserabilidade com todas as implicações que isso pode acarretar. Mostra a luta incessante do autor pela suas própria sobrevivência, a busca dos valores familiares o que revela sensibilidade, e o perdão restaurador sobre a dura vida de quem conta com a sorte para permanecer vivo e íntegro.

Um livro para ler de um só fôlego. Uma história envolvente que nos faz refletir sobre as
frágeis relações sociais sobre pessoas que, na sua grande maioria, acabam por percorrer
os caminhos da criminalidade.

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