segunda-feira, 5 de março de 2012

Antenas camufladas

Para instalar cerca de 50 mil novas estações, empresas estudam formas de escondê-las para não causar poluição visual

A expansão da telefonia móvel no Brasil nos próximos cinco anos vai exigir a instalação de cerca de 50 mil novas estações rádio base (ERBs), de acordo com estimativa do Sindicato Nacional das Empresas de Telefonia Fixa e de Serviço Móvel Celular e Pessoal (SindiTelebrasil). Para conseguir garantir o serviço sem provocar poluição visual nas cidades, as operadoras de telecomunicações planejam "maquiar" as antenas, de acordo com a Agência Brasil.

Atualmente, o Brasil tem cerca de 50 mil antenas e nos próximos cinco anos o número deve dobrar. Uma das preocupações das operadoras é em relação à poluição visual causada pelos dispositivos, e as empresas estudam alternativas para não prejudicar a paisagem das cidades. "Podemos colocar a antena em uma fachada e pintá-la da mesma cor. Ou colocá-la em um conjunto de coqueiros disfarçada de coqueiro, ou esconder com algo que não interfira na transmissão", afirmou o diretor executivo do SinditeleBrasil, Eduardo Levy.

Para facilitar a instalação das estações, Levy afirmou que vai apresentar ao Ministério das Comunicações sugestões para unificar as leis de implantação de antenas de celulares no Brasil. Atualmente, Levy afirma que existem mais de 250 leis municipais sobre o assunto, o que dificulta as operações. "A intenção é organizar de uma forma equilibrada as necessidades dos municípios, estados, da Federação e dos serviços públicos para que a instalação seja mais rápida", afirmou. A liberação das antenas atualmente demora de seis a oito meses, o que é considerado um prazo muito longo pelas empresas.

O ministro das comuicações, Paulo Bernardo, reconhece que a instalação das estações é difícil e que o ministério está discutindo um projeto de lei que estabeleça uma única regra para a infraestrutura de telefonia. Bernardo lembra que as empresas de telecomunicações terão que fazer muitos investimentos nos próximos anos para atender demandas de qualidade impostas pelo governo, além da implantação das redes 4G. "Vamos cobrar investimentos, mas, por outro lado, temos que dar condições para que eles aconteçam. Se eu faço uma legislação que trava os investimentos, fica difícil cobrar os resultados."

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