quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

O som do universo cada vez mais forte

Como é sabido, os alemães levam muito a sério fenômenos cosmológicos e aqui em Dusseldorf, onde estou baseado, não se fala em outra coisa senão nas interferências produzidas em sinais de telecomunicação devido ao efeito de tempestades eletromagnéticas, em número e intensidade jamais vista desde que os atuais medidores de frequência entraram em operação.
Decidi ficar em Dusseldorf porque a cidade é um hub de infovias, sendo o mais importante polo de internet da Alemanha (são 18 provedores de internet e 3 gigantes em radiofrequencia -Vodofone, D2 E-Plus) e ser sede também de uma das unidades do Max Planck Institute.

Estive ainda ontem jantando com engenheiros da E-Plus no restaurante Basile, de italianos, que me disseram operarem, recorrentemente, em espectros de emergência para assegurar regularidade dos sinais. Segundo eles frequências eletromagnéticas desconhecidas competem com a dos transmissores.

Os ruídos de rádio, dizem, começaram em 2006 e foram detectados por americanos da Universidade de Maryland, quando pesquisavam o ruído de fundo do universo. Trata-se de um ruído 6 vezes maior que todas as fontes emissoras do universo juntas. Efetivamente ninguém sabe do que se trata e o assunto já foi tema de programa na ABC americana.

Não há, portanto, uma evidência. Mas várias que se somam, inclusive a desorientação e morte em massa de aves migratórias, que dão sentido aos relatos populares sobre audição de ruídos de origem difusa sem que haja até agora nada oficialmente documentado.

O que há de oficial até agora é a detecção dos ruídos de rádio e as interferências. O pessoal do centro de estudos do ferro do Max Planck aqui de Dusseldorf chega a pensar em reverberações internas da terra devido perturbações magnéticas, com as quais os ruídos de rádio poderiam estar relacionados. Há o receio, nesse caso, de catástrofes iminentes. Como o big one americano, que levaria San Francisco para o
fundo do mar.

Ninguém do Instituto parece disposto a abrir a boca. Agora que tem coisas esquisitas acontecendo, isso todos concordam.

Texto de Luiz Cezar,  Economista, Linguista, Mestre em Cultura, Mestre em Tecnologia (todos pela USP) e Master em Gestão Econômica de Projetos pela GV

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