sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Um tombo necessario

Foto: Miguel Oliveira


por Sávio Hermes*

Ao que consta na sabedoria popular, para fins de um imóvel assumir as características de patrimônio cultural e histórico de uma determinada região, necessário a realização de um ato legal, seja via lei, seja via decreto, além é claro de ter as características e justificativas necessárias para tal.

E na nossa história recente, já acompanhamos uma situação muito parecida. O sonho do então alcaide Pautilho Palhares, poderia estar num depósito de entulho qualquer espalhado pela cidade, mas por incrível que pareça, vive-se a reconstrução do Paço Municipal, para o futuro Centro Cultural Pautilho Palhares.

Agora, descendo na própria Avenida Rio Branco, um novo impasse: vamos vender o Clube Concórdia para pagar as dívidas? Ok. Vende-se, paga-se as dívidas, se limpa a área, promove-se um novo empreendimento e ai? Do que adianta querer lançar livro e filme sobre fatos históricos, se destruímos a lembrança concreta da história?

De bailes de carnavais, casamentos, festas de formaturas, debutantes, aniversários, boates, baladas, alegrias, decepções, amores, foras, cantadas, noitadas, tudo ali, registrado nas paredes da sede social do Clube Concórdia.

Lembro inclusive, de uma campanha realizada para pintar o clube. Era fornecida uma folha com o desenho do clube e todos deveriam pintá-lo para sugerir uma cor e ao final, a cor escolhida ganharia um prêmio, acho ao menos. O que conduz ao fato de que referida argamassa e tijolos ter um valor além do material ali empregado.

Não obstante, considerar que a entidade possua uma diretoria e um estatuto social, a destinação do patrimônio é uma questão de toda a comunidade. Não basta uma votação interna para decidir o futuro do imóvel. É preciso um aval de toda a sociedade, não basta tratar como um espaço nobre e valorizado no centro da cidade.

Comenta-se que o cavalo encilhado passa somente uma vez na vida. Para a felicidade dos santa-rosenses quebramos este ditado, estamos diante de um novo cavalo encilhado, pronto para encarar o trecho, bastando apenas que a sensibilidade dos governantes entenda o momento e confira este direito, se não aos que aqui estão aos futuros cidadãos deste povoado de 14 de Julho.

Tomba, tomba, tomba!!! 



(*) Sávio Hermes é advogado.


[Da redaçãoo texto foi escrito e publicado antes da venda do andar térreo do Clube Concórdia. Não obstante os esforços, o gritedo, o protesto de uma parte da comunidade santa-rosense, mesmo assim o negócio foi efetivado e uma parte do clube já foi "pro pau"! O novo proprietário espera 'baixar a poeira' para empreender uma ampla 'reforma' no espaço adquirido. Informações dão conta que a reforma pretende dividir o espaço em lojinhas para aluguel! [Incrível, né?]. E assim caminha a humanidade!]

3 comentários:

Anônimo disse...

Vender o clube Concórdia tinha que ser considerado crime. O clube é nosso, de todos os associados que as vezes com dificuldade conseguiam comprar "a jóia" para se tornar sócio e assim usufruir do melhor e mais belo clube da região. O clube Concórdia faz parte da história de Santa Rosa.
Acho absurdo alguem ter interesse em comprar o clube. Esse mundo tá podre mesmo e só o que vale são interesses pessoais. É muito egocentrismo... querer ser dono de um clube que fez parte da histórias de vida de muitas pessoas??? Já venderam a Vigor, que me deixou chocada, pois como sócia me senti ofendida e até lesada. Agora querem vender o Concórdia??? O que mais vão vender??? O parque de exposições??? Todos perdem com isso. Precisa haver uma manifestação popular impedindo a venda e campanhas para tombar o prédio como patrimônio histórico, porque é isso que pessoas sensatas fazem. Mesmo que eu tivesse dinheiro para botar fora, eu não compraria o clube Concórdia porque ele não poderia ser meu, ele tem que ser de todos, da cidade, dos sócios...da história de SRosa.

Anônimo disse...

Sem comentários! Digo mais, isso é resultado de uma população que pouco participa de decisões importantes e delega à um pequeno grupo a responsabilidade que é de todos. Resultado, é a "desconfiguração de nossa cidade",só quem é santa-rosense da gema sabe da seriedade disso tudo porque possui o conhecimento de sua História,que está incrustada em sua vida

Anônimo disse...

Isso é piada caso de polícia vem uns bostas com o cu na mão que não pensam em um história em uma sociedade pensam só em si eu quero ver a prestação de contas para onde foi o dinheiro da venda.
Me arrisco a dizer que contas não serão pagas o dinheiro vai sumir e ai ano q vem tão vendendo a outra parte digo mais vai saber quanto que os que venderam levaram por fora