sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Por dentro da Historia [por Joao Jayme Araujo]


SOCIEDADES – CONCÓRDIA E CULTURAL

                                                                             João Jayme Araujo



Bloco de Subtenentes e Sargentos da Guarnição de Santa Rosa – [esq p/ direita] Meneghel (pai da Xuxa), Campanaro, Macedo, Atos, Euclides, (...), Jardim, João Tito, Bretas, Juarez, João Lopes.



Na década de 50 os clubes sociais mais destacados na cidade eram o Concórdia e o Cultural.
Tornaram-se entidades sociais pela evolução ou involução dos tempos. Vejamos: Sociedade Lirica Concórdia.
Lira – instrumento musical de cordas em forma de U.
Lírica: Poesia lírica.
Lírico – diz-se do gênero de poesias em que se cantam emoções e sentimentos íntimos.
2 – sentimental – 3 – relativo à ópera. (Mini Aurélio – 4ª Edição - 2001).

Lembro vagamente que um tio meu DORALINO LEUSIN, que para lá ia, de vez em quando, levando seu violino a tiracolo.
De igual sorte, outro tio QUIRINO KOCH e seu pai - FELIPE, -  também atravessavam a rua para, no (a) Concórdia ensaiarem algum tipo ou gênero de música.

Com objetivos similares fundou-se a SOCIEDADE CULTURAL.
 Referentemente ao (à) Cultural, encontramos:

Movimento Cultural

"Conquanto Santa Rosa esteja ainda na infância, conta com uma pleayde de idealistas e estudiosos, que muito vêm se esforçando para elevar o nível cultural do povo santarosense e o próprio nome da comuna no conceito dos municípios mais velhos e adeantados.
Dentre os propósitos: Promover e despertar entre seus associados o interesse pelas sciencias, arte, literatura, bem como o estimular o civismo e a cultura.
Contava com os Departamentos de  Cultura Scientifica e Philosofica; de Cultura Litterária e Cívica; Cultura Artística e Cultura Physica.” (Fernando Albino da Rosa, in Centenário Farroupilha.) 

Ambas serviram de alojamento, quando aqui chegaram os militares com a instalação do 1º Regimento de Cavalaria Transportada.

Com o tempo apareceu o antagonismo.
Julgo, também, que porque a sociedade Concórdia contasse nos seus quadros com pessoas descendentes de imigrantes, a intelectualidade da  época numa rusga bem comum em cidades interioranas, houve como que uma separação entre as duas.

A Cultural sendo, segundo se dizia dos caixas-altas, também trouxe para o seu seio a oficialidade da unidade do Exército brasileiro, aqui aportada.

Na época a oficialidade era completamente separada das praças.
Para permanecer num recinto em que estivessem oficiais, os sargentos, por exemplo, deveriam se apresentar e pedir permissão para ali permanecer.

Talvez, por essa causa, houve uma cisão nos clubes Concórdia e Cultural.
Os oficiais freqüentavam a Cultural.
 Os Sargentos, a Concórdia.

Estes, menos formais se faziam presente, principalmente, nos bailes de carnaval com blocos formados para tal.

“ Velhos tempos, belos dias”...


DA REDAÇÃO:
A propósito da ampla discussão que mobiliza setores culturais de Santa Rosa, sobre a preservação de prédios antigos, históricos e com uma retrospectiva importante no desenvolvimento social e cultural da comunidade local, publicamos aqui texto do Sr. João Jayme Araujo. Santa-rosense da gema, oriundo de uma das famílias mais tradicionais deste rincão, Araujo nos privilegia com uma fantástica história vivenciada em tempos pretéritos e de extrema significância e contribuição ao debate atual.
João Jayme Araujo reside em Porto Alegre. É escritor, militar aposentado e apaixonado por esta terra. Escreveu e lançou há poucos meses atrás, livro comemorativo dos 50 anos da grande vitória do E.C. Aliança no campeonato estadual amador do RS. Oportunamente falaremos sobre o livro.


O colunista João Jayme Araujo enviou o texto acima junto com uma foto no corpo do texto que foi impossível postar aqui no blog. Solicitamos o envio da foto separadamente. Providência que ele já deve estar efetivando. Aguardemos, pois.

Nenhum comentário: