Segundo dados de 2010 da Ancine, o Brasil conta com 2.206 salas de cinema. Pois metade delas, 1.100, serão ocupadas nesta sexta-feira por Amanhecer — Parte 1, primeiro capítulo do epílogo da saga vampiresca Crepúsculo. O recente boletim do portal Filme B informa que se trata de uma ocupação do circuito nacional possivelmente sem precedentes – em abril, a animação Rio estreou de forma retumbante em 1.024 salas.
No Rio Grande do Sul, são 142 salas de exibição. E das 66 de Porto Alegre, 25 estarão com Amanhecer em cartaz, uma taxa de ocupação (38%) menor que a média nacional (50%). Talvez ajude a arrefecer o brutal impacto que uma estreia desse porte provoca no circuito o fato de a Capital ter consolidado relevantes espaços "de resistência" no chamado circuito alternativo, integrado tanto por salas comerciais tradicionais como a rede Guion, por algumas salas do Unibanco Arteplex, por espaços públicos (Sala P.F. Gastal, as três salas da Casa de Cultura e a Sala Redenção) e privados (CineBancários, Cine Santander e Instituto NT). Desta forma, é possível garantir que estreiem nesta sexta junto com o blockbuster filmes como o canadense Amores Imaginários, os brasileiros O Céu sobre os Ombros, Roubando Ofício — Ademar Berois e Walachai, o francês A Chave de Sarah e o alemão Se Não Nós, Quem?
Além disso, permancem em cartaz — para citar apenas filmes com perfil menos comercial — , Além da Estrada, A Árvore do Amor, Avenida Brasília Formosa, Caminho para o Nada, Copacabana, Cópia Fiel, A Criança da Meia-Noite, O Guri, Medianeras, Meia-noite em Paris, O Palhaço, A Pele que Habito, Rock Brasília, Tarde Demais, Transeunte, Uma Doce Mentira, Um Conto Chinês, Um Gato em Paris, Um Homem que Grita e Whisky. E tem ainda mostra Seleção de Filmes, que vai exibir até o dia 24, 14 longas inéditos, entre eles os premiados O Garoto da Bicicleta, dos irmãos Dardenne, Fausto, de Alexander Sokurov, e O Porto, de Aki Kaurismäki.
Por fim, um dado curioso. Nos EUA, com cerca de 36 mil salas, Amanhecer estreia em 4 mil (11%).
É tema para muito debate, que abrange a carência de salas no Brasil, o gosto do público (afinal, um lançamento ambicioso desses atende a uma demanda), a estratégia voraz dos estúdios para faturar em massa nos cinemas o mais rapidamente possível, antes dos estragos da pirataria, e até mesmo a falta (ou necessidade) de políticas regulamentárias como, por exemplo, a que existe na Argentina, que prevê taxação de filmes estrangeiros lançados no país em valores que aumentam conforme o número de cópias.
http://wp.clicrbs.com.br/cineclube/2011/11/17/como-resistir-a-invasao-dos-vampiros/?topo=13,1,1,,,13
fonte: www.smvc.org.br
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