sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Stédile diz que esquerda tem obrigação política de derrotar Serra e manifesta apoio a Dilma


Em entrevista a Nilton Viana, do jornal Brasil de Fato, João Pedro Stédile, dirigente nacional do MST e da Via Campesina, analisa o processo eleitoral e o que está em jogo para o futuro do Brasil. Indagado sobre qual candidatura “abre melhores perspetivas para a classe trabalhadora e para a reforma agrária”, Stédile fez uma rápida caracterização dos nomes em disputa e manifestou apoio a Dilma Rousseff:
Serra representa os interesses da burguesia internacional, da burguesia financeira, dos industriais de São Paulo, do latifúndio atrasado, com sua Katia Abreu de coordenadora de finanças, e setores do agronegócio do etanol.
Dilma representa setores da burguesia brasileira que resolveram se aliar com Lula, setores mais arejados do agronegócio, a classe média mais consciente, e praticamente todas as forças da classe trabalhadora organizada. Vejam, apesar de toda popularidade do Lula, nessa campanha, a Dilma reuniu mais forças da classe trabalhadora do que na eleição de 2006.
A candidatura da Marina representa apenas setores ambientalistas e da classe média dos grandes centros, e por isso seu potencial eleitoral não decola. E temos três candidaturas de partidos de esquerda, com companheiros de biografia respeitada de compromisso com o povo, mas que não conseguiram aglutinar forças sociais ao seu redor, e por isso, o peso eleitoral será pequeno.
Nesse cenário, nós achamos que a vitória da Dilma permitirá um cenário e correlação de forças mais favoráveis a avançarmos em conquistas sociais, inclusive em mudanças na política agrícola e agrária. E evidentemente que nesse cenário incluímos a possibilidade de um ambiente propício para maior mobilização social da classe trabalhadora como um todo, para a obtenção de conquistas. Como militantes sociais, e como movimentos sociais, temos a obrigação política de derrotar a candidatura Serra, que representa o núcleo central dos interesses da burguesia e a volta do neoliberalismo. (A íntegra da entrevista)

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