quinta-feira, 3 de abril de 2008

Benzedores terão encontro nacional em São Miguel das Missões



Depois de realizar duas experiências locais com benzedores, rezadores e mateiros, São Miguel das Missões quer tornar o encontro de dimensão nacional. A expectativa é reunir esses profissionais para dois dias de espiritualidade, tendo como cenário o histórico Sítio Arqueológico, um pedacinho do que restou do povoado guarani que habitou essa região há mais de 300 anos. O Sítio é reconhecido pela Unesco, desde 1983, como Patrimônio da Humanidade. Está localizado no Noroeste do Rio Grande do Sul.
O encontro traz à tona toda a herança cultural dos pajés que habitavam as tribos guarani no período das Missões Jesuíticas da Companhia de Jesus em território nacional, argentino e paraguaio. E promove uma viagem espiritual através dos ensinamentos, rezas, benzimentos e receitas que podem auxiliar na busca pela harmonia do corpo e da alma. Reúne mais de 50 rezadores de São Miguel, pessoas com idade entre 50 e 80 anos, herdeiras dessa sabedoria e que fazem parte de um projeto local de valorização da terceira idade. Além de resgatar uma cultura religiosa e mística que atravessa gerações.

Quem conhece fala

É fato relevante para o mundo que os pajés realizavam as curas através de chás, rezas e benzimentos. Hoje encontramos em São Miguel das Missões mais de 50 pessoas, herdeiros dessas sabedorias, que são benzedores, rezadores e mateiros, e que afirmam curarem os mais diversos males: mal olhado ou olho gordo, dor nas costas, dor de dente, pegadinha, praga na lavoura, cobreiro, alergia, entre tantos outros.
Florentino Costa Leite, 86 anos, é um dos herdeiros dessa sabedoria. Ele conta que se pode melhorar até mesmo o rendimento da produção de grãos e da pecuária com um bom benzimento. “Existe bastante mal olhado, que atrapalha os negócios”, revela. Ele costuma ser chamado para benzer, inclusive, chiqueiros e lavouras. E diz que em toda sua vida nunca cobrou nada por esta ação. “Eu largava até o meu trabalho (ele se aposentou como oleiro) para atender a quem estava necessitando. A recompensa é ver as pessoas melhores”, destaca.
Florentino é conhecido no País e fora dele por sua sabedoria e habilidade ao lidar com as rezas. Ele conta que aprendeu benzer aos 45 anos, com um padre de Santa Rosa. Ele ganhou recentemente um telefone, e diz que atende, inclusive, pessoas de fora do Estado pelo celular.


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