terça-feira, 6 de janeiro de 2015

Investimento na indústria é a base para o desenvolvimento

Pedro Luís Büttenbender[1]


A região noroeste do RS está acumulando novas competências tecnológicas e dinâmicas, convertendo-se em uma das regiões mais promissoras. Este é um dos resultados sustentados na Tese de Doutorado em Administração, concluída em março de 2014 e final de agosto, com o título: práticas inovadoras de gestão do desenvolvimento na Região Noroeste do RS.

As bases para o desenvolvimento sustentável na sociedade do conhecimento se identificam com estratégias focadas na cooperação entre o poder público (estrutura do Estado em todos os níveis), indústrias (empreendedores e empresários que agregam valor), as universidades (centros de formação, pesquisa, ciência e tecnologia) e as organizações comunitárias (cooperativas, sindicatos, igrejas, organizações do terceiro setor, etc).

Com a extensão produtiva e inovação desenvolvida junto a indústria, através da parceria entre a Unijuí/Aipd e a AGDI/RS, articulados com o Corede, ACI´s, Prefeituras e outros, a indústria está incorporando inovações, realizando investimentos, aumentando a produção, a produtividade e a consequente competitividade no mercado. Articulados com outras inciativas, com Universidades, Sebrae, Senai, Peiex, Redes de Cooperação, Incubadoras e Distritos Industriais, está se conformando na prática um ambiente empreendedor, com uma política industrial regional e o aumento geral da competitividade.

Por exemplo, somente pelo NEPI Fronteira Noroeste e Celeiro, com seis técnicos extensionistas, estão sendo atendidas mais de 253 indústrias da região. No somatório inicial entre os projetos liderados pela UNIJUI são atendidos mais de 2.000 empresas da região, representando anualmente mais de R$ 4 milhões investidos com recursos próprios e em cooperação com órgãos de fomento.

No âmbito do estudo é proposto um modelo de constructo para a governança inovadora e a promoção do desenvolvimento territorial, constituindo-se na matriz “Triple-Triple-Tri”, que será detalhada nos próximos textos. Através deste modelo são propostas estratégias para acelerar o processo de desenvolvimento, anotando sinteticamente: Composição de um pacto socio-territorial regional; Qualificação e modernização da gestão pública; investimento na pesquisa, inovação, extensão tecnológica e cooperação (apl´s, cluster´s...) voltados as cadeias produtivas da região; modernização da infraestrutura logística, de comunicação e tecnológica; fomentar o empreendedorismo tecnológico-territorial, priorizando a agregação de maior valor e geração de trabalho e renda; ampliar a educação técnico-profissional e a verticalização com ofertas até o nível stricto sensu; fomento diferenciado ao desenvolvimento, referenciada na democracia participativa, abrangendo as regiões mediterrâneas e de fronteira, via a integração maior com os outros países.

Os resultados que já estão sendo alcançados, com as iniciativas empreendidas, comprovam a importância das iniciativas. Provocam, porém que, no âmbito dos projetos de maior integração das fronteiras e a construção do complexo hidroelétrico Panambi-Garabi, a região está desafiada a perseguir objetivos ainda mais audaciosos em termos de competitividade e de desenvolvimento sustentável, articulados em amplo programa regional de fortalecimento da competitividade e da promoção do desenvolvimento, liderado pelas universidades em cooperação com os empresários, o poder público e a organização comunitária regional.

A Revista Afinal faz a sua parte, de oferecer ao leitor uma abordagem provocadora e propositiva, motivando o desenvolvimento e contribuindo com um ambiente promissor e de esperança num futuro cada vez melhor.



[1] Professor da Unijuí, Mestre em Gestão e Doutor em Administração. Presidente do Corede Fronteira Noroeste e Coordenador da Rede Internacional de Universidades - Cidir. pedrolb@unijui.edu.br

*Texto publicado originalmente na edição #48 da Revista Afinal.


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