segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Conheça mais a patronesse da 10ª Feira do Livro

Conheça a nova patronesse da 10ª Feira do Livro de Santa Rosa.
A seguir, entrevista completa com Lara Luft, concedida em abril de 2013, veiculada na edição #40 da Revista Afinal.
Confira!

Sonhos e Literatura


“E quando meus sonhos não cabiam mais na cabeça, eles passaram para o papel de forma tão inusitada que até hoje eu fico um pouco atônita com tudo isso. Mas é simples assim, quando algo é grandioso demais e não cabe dentro de mim, eu escrevo. Escrevo e a partir daí eu vejo que aquilo que foi para o papel já não é só meu, é como se eu fosse uma porta-voz dos que não conseguem organizar as ideias para passá-las para o papel. É nesse momento que ser escritor se torna tão gratificante quanto qualquer outra profissão do mundo!”

Lara Luft nasceu em Santa Rosa, tem 16 anos e é escritora. Aluna do Colégio Salesiano Dom Bosco, ela cursa o 2º ano do ensino médio. Obteve destaque nos seus textos escolares e começou a publicá-los em coletâneas a partir de 2004. Adora ficção e seus contos já foram publicados pela Andross Editora.



Como tudo começou?

[Lara Luft] Logo na primeira série, quando estudava na escola Paul Harris, tive dois textos selecionados para comporem a coletânea de texto da escola. Mais adiante na terceira série, foi a vez de um poema. Depois disso, passaram-se anos, eu mudara de escola e só em 2010, quando estava na sétima série produzindo uma revista junto com a minha turma, foi que vieram outras publicações. Gostei da ideia de escrever para uma revista e em 2011 repeti o feito, junto com a criação do meu blog. Em 2012, publiquei o conto “O Último Sonho” na antologia “Dias Contados – vol.3”. Em janeiro deste ano, publiquei mais três contos na antologia “Quimera” e um no livro “Corações Entrelaçados”, sendo todas estas publicações feitas pela Andross Editora.


Qual a tua relação com os teus colegas de escola? Como eles encaram ter uma colega escritora?

[Lara Luft] Tenho uma relação amigável com todos os meus colegas, mas eu sei que sou um pouco fora dos padrões deles. Não há diferenciação por eu ser escritora e também não quero que isso aconteça, eles me tratam como sempre me trataram e é isso que importa.


Quais as pessoas que te motivam a escrever?

[Lara Luft] Eu estive pensando sobre isso há dias, e eu presumo que hoje, quem me motiva escrever são os meus leitores. É tão bom escutar as críticas, os elogios e tudo mais o que eles têm a dizer dos contos, por que, querendo ou não é dessa forma que eles me motivam para seguir em frente. Eu também me automotivo, ou melhor, eu me autodesafio e é preciso que isso aconteça, pois eu sei que se não for assim, eu também não saio do chão.


Quais os temas que tu gostas de abordar em teus livros? Por quê?

[Lara Luft] Ficção, ficção, ficção. (risos) E também romance. Eu não vejo nada melhor do que fantasiar tudo o que vivemos, instigar a mente a pensar coisas que possuam um sentido mais complexo. Isso é tão bom, dá ânimo para a minha escrita. E o romance, bom, não é amor que deveria mover o mundo? Então ele não pode ficar de fora da literatura.


Quais os teus escritores preferidos?

[Lara Luft] Do lado brasileiro estão: Mário Quintana, Martha Medeiros, Clarice Lispector e mais a grande lista de amigos escritores. Do lado mundial: William Shakespeare, Nicholas Sparks, Sidney Sheldon, Fernando Pessoa, Antonie de Saint Exupèry… Todos que considerei aqui escreveram algo que mexeu comigo quando eu estava lendo. Pode ter sido apenas uma única frase, mas se me fez pensar, se me fez sentir algo diferente, já é motivo suficiente para estar nesta lista.


Quais os escritores que influenciam a tua escrita?

[Lara Luft] Tudo o que eu leio acaba influenciando a minha escrita de alguma forma. Mas, os grandes contistas, os meus amigos escritores, os livros da literatura brasileira que é preciso ler para o vestibular. Enfim, não há restrição para autores específicos e muito menos obras, há apenas aquelas obras que por eu estar lendo em determinado momento, acabam por influenciar o conto que estou escrevendo. E isso acaba sendo muito interessante, pois é outra visão sobre determinado tema que passa a ser registrada.


E o futuro? Pretendes prosseguir a carreira de escritora?

[Lara Luft] Se eu te dissesse que ‘não’, eu estaria mentindo. Pois eu não consigo ver o meu futuro, sem os meus livros juntos. São planos de curto e longo prazo que venho alimentando a cada dia mais e correndo a atrás deles, para que o pessoal passe a conhecer mais a minha literatura. Escuto de muitos ‘você não deve parar, deve seguir em frente’. É exatamente isso que estou fazendo, seguindo em frente, dando continuidade a minha carreira literária.


Qual o que curso pretendes seguir?

[Lara Luft] Pretendo cursar, Letras – inglês/comunicação social – hab. editoração/agenciamento literário, pois são áreas ligadas aos livros, nenhuma foge deles e eu penso que será muito proveitoso tudo isso. Agora resta apenas decidir por onde começar. (risos)


Por que os jovens leem pouco?

[Lara Luft] A literatura ainda é muito forçada por aqui, além do que, a que é cobrada em vestibular, é considerada cansativa pelos jovens. E os programas de incentivo a leitura são falhos também. O Brasil não dá vez e voz para novos escritores, não incentiva, é por isso que os jovens que amam ler preferem os livros estrangeiros, claro que a ideia de estrangeirismo vem junto, mas basta perguntar, “quantos escritores brasileiros de ficção você conhece?” para justificar uma boa parcela disso.


O que farias para ampliar o percentual de leitura dos jovens?

[Lara Luft] Eu não faria. Eu vou fazer, aulas de escrita. Pois é só mostrando aos jovens como eles devem olhar para a literatura que a coisa muda. A maioria define ‘o que é literatura?’ através de visões de pessoas que odeiam ler, então por que você acha que eles se distanciam dos livros? Já quem aprende a ler com quem ama livros é diferente, pois o amor por alguma coisa contagia as pessoas e no momento que algo te contagia você se encanta e não larga mais.


O computador é impeditivo para a leitura de livros?

[Lara Luft] De maneira alguma, os e-books passaram a ser incentivos à leitura. Só é preciso saber que existe diferenças entre o livro digital e o livro impresso. Cada um possui certas ‘regras de criação’, diga-se de passagem, e é necessário obedecê-las. O livro digital deve ser animado, conter alguma música que te situe na cena tratada, já o impresso, deve ter suas regras de diagramação, enfim, deve ser como conhecemos. O que fica chato de ler e que não passa nem perto do livro digital mesmo, são os PDFs diagramados para serem livros impressos. Não tem coisa mais chata do que ler naquela tela branca com uma diagramação feita para livro impresso.


Qual o futuro do livro?

[Lara Luft] Tenho dúvidas ainda sobre o ‘desaparecimento’ do livro impresso, pois acho que eles dividirão espaço no mercado com os e-books, tendo suas diferenças de ‘regras de criação’, como disse anteriormente.


O que estará fazendo daqui a 10 anos?

[Lara Luft] Eu fazia planos e mais planos quando era menor “para daqui 10 anos”. Tudo se tornou diferente do que eu pensava, jamais imaginava estar publicando e escrevendo cada vez mais. Eu tenho algumas ideias, mas elas mudam conforme o vento, então decidi fazer planos mais curtos, planos que eu consiga de alguma maneira alcançar agora. E eu não tenho a mínima ideia do que eu estarei fazendo daqui a 10 anos.

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