domingo, 21 de julho de 2013

Bancários vão cobrar reajuste de 11,93% e piso de R$ 2.860

Pauta aprovada na conferência nacional da categoria será entregue no dia 30 à Fenaban e prevê 
ainda vales-refeição e alimentação de um mínimo
e PLR de três salários mais R$ 5.553

São Paulo – A Conferência Nacional dos Bancários terminou hoje (21) em São Paulo com a aprovação de uma pauta de reivindicações encabeçada pelo pedido de reajuste salarial de 11,93%, o que, pela projeção de inflação, resultaria em um aumento real de 5%. A lista a ser aprovada no último dia 29 em assembleias e entregue no dia 30 à Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) inclui ainda um piso salarial de R$ 2.860,21, mais que o dobro do valor atual, e uma participação nos lucros ou resultados equivalente a três salários acrescidos de uma parcela fixa de R$ 5.553,15.

Outra questão que será levada à mesa de negociação é o pedido para que os vales-refeição e alimentação sejam de um salário mínimo cada, igual a R$ 678, acrescidos de auxílios para creche e babá. A pauta cobra ainda defesa do emprego, fim da terceirização e combate às metas abusivas e ao assédio moral.

“Nao é justo que os executivos de bancos ganhem até R$ 8 milhões ao ano enquanto os trabalhadores tenham piso de R$ 1.519,00. Temos que valorizar os salários e reduzir essa diferença”, disse a presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, Juvandia Moreira. “Estamos reivindicando não só o aumento do salário, mas melhores condições de trabalho. O bancário não pode mais conviver com a pressão para a venda de produtos e com metas abusivas, impostas pelos bancos.”

Participaram da conferência, em um hotel na zona sul de São Paulo, 629 delegados de todo o país, sendo 422 homens e 207 mulheres. Além das reivindicações da categoria, eles aprovaram uma pauta política que prevê a oposição ao Projeto de Lei 4.330, de 2004, do deputado Sandro Mabel (PMDB-GO), que abre a possibilidade para a terceirização de atividades-fim. Os bancários se somarão a outras categorias em protestos ao longo de agosto contra a proposta, que está sendo negociada por uma comissão que envolve trabalhadores, empresários, governo federal e parlamentares.

A pauta apoia ainda a realização de reformas política e tributária, a criação de um marco regulatório pela democratização das comunicações, a destinação de 10% do Produto Interno Bruto (PIB) para a educação e de 10% do Orçamento da União para a saúde, além de cobrar a realização de uma conferência nacional para debater regras para o sistema financeiro.

Para o presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Carlos Cordeiro, o Carlão, a campanha deste ano será muito forte. "Os bancários estão mais mobilizados que na greve do ano passado, inclusive pelo momento em que estamos vivendo. Esta campanha não será apenas por questões corporativas, vamos lutar contra o PL 4330 da terceirização e por toda a pauta colocada pelas centrais sindicais”, disse. "Os bancários não aguentam mais as demissões e as péssimas condições de trabalho. Aliás, este ano, a luta contra o assédio moral e as metas abusivas terá um peso maior. Não podemos admitir que nossa categoria continue adoecendo física e psicologicamente por causa dos bancos."

A Convenção Coletiva de Trabalho da categoria tem validade nacional, ou seja, as reivindicações englobam os 500 mil bancários em todo o país.




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