sexta-feira, 7 de setembro de 2012

[Vitor Ramil] Foi no mes que vem... (noticias)

Alô, todos.

A Ana Maia, CEO e céu da Satolep Music, com seus lindos olhos azuis, tem me cobrado a retomada dos meus relatos das gravações de Foi no mês que vem. Segundo ela, as pessoas têm escrito reclamando não só da pausa prolongada dos meus textos, como da falta de notícias em geral da página do Facebook, que a Ana ajuda a coordenar. Pois bem, aqui venho quebrar o silêncio e nos justificar.

Acontece que eu, a Ana Maia e muitos outros envolvidos no projeto, estamos trabalhando em ritmo alucinado para finalizar o disco e tudo que diz respeito a ele. Como a Satolep é uma empresa modestíssima, não temos como tocar uma produção em seu auge e, ao mesmo tempo, manter um dialogo fluído com o público que tem nos acompanhado. Se trocarmos o foco de uma coisa pela outra, o disco definitivamente não sai este ano.

Como talvez todos saibam, o projeto de Foi no mês que vem não se restringe à produção de um disco. Abrange uma campanha de financiamento coletivo (um trabalho imenso e de grande responsabilidade, graças aos compromissos que assumimos com o público apoiador) e uma estratégia em conjunto com a editora Belas Letras (pretendemos que disco e songbook saiam no mesmo período).

No que me toca, esses compromissos todos significam que, além de produzir, cantar e tocar no disco, de tomar decisões relativas a coisas como capa ou fabricação, tenho de trabalhar duro na equipe executiva do crowdfunding, já que muita coisa depende de mim, e na realização do songbook, selecionando material e informações, revisando textos e partituras ou discutindo a programação visual. Fazer com que o conjunto de um trabalho tenha coerência e qualidade exige extrema dedicação.

Hoje estou em Porto Alegre, desfrutando uma tarde tranqüila como há muito tempo não me acontecia. Tive de vir de Buenos Aires para dois compromissos, e aconteceu de me sobrar este sete de setembro livre para que eu pudesse dar uma caminhada até a Redenção na hora do almoço e depois me sentar para escrever esta mensagem com calma.

A semana que vem e a seguinte vou dar uma pausa nos trabalhos finais do disco para poder me dedicar à finalização do songbook, pois a editora já tem datas marcadas para lançamento em feiras do livro, e elas estão muito em cima. Com isso, é possível que o disco saia um pouco depois do songbook e que os nossos apoiadores via financiamento coletivo recebam esse antes daquele. Não há a menor possibilidade de eu finalizar o disco de qualquer jeito apenas para atender a um plano ideal de ver as duas coisas saírem do forno ao mesmo tempo. Como dizia o Saramago, não perca tempo, mas não tenha pressa. Para todos, nós e o público, tenho certeza de que o que importa é a qualidade do trabalho.

Apesar de lamentar um possível atraso no lançamento do disco, essa pausa breve em sua produção, para priorizar a edição do livro, veio a calhar para mim. Em meus últimos dias em Buenos Aires, diante da necessidade de algumas revisões de mixagem apontada numa primeira sessão de masterização, quase sucumbi ao cansaço. Num disco do tamanho do que estamos fazendo, tudo é superlativo, inclusive as dificuldades. Cheguei ao ritmo de dormir de três a quatro horas por noite. Achei que era o momento de parar um pouco, botar a cabeça em outra atividade, dormir e comer bem e só então retomar os trabalhos.

Talvez por isso, quando cheguei a Porto Alegre, tive a sensação de nunca ter visto a cidade tão aberta, ensolarada, florida, arejada. Era um contraponto a Buenos Aires, cidade muito mais vertical e sombria, mas também era eu mesmo, pondo os pés no chão e deixando a luz entrar.

Abraços

V

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