Encaminhado tombamento do Clube Concordia

Um projeto da Secretaria de Cultura e Turismo de Santa Rosa busca o tombamento municipal de, pelo menos, 15 prédios históricos da cidade. A ação, que se iniciou há dois anos, teve o primeiro pedido protocolado neste mês, na prefeitura. No começo do trabalho, a historiadora e diretora de Cultura de Santa Rosa, Teresa Christensen, e a arquiteta Camila Preisler realizaram um levantamento dos imóveis históricos. Até o momento são 15, mas Teresa garante que outros serão analisados. Para cada prédio, é necessário um estudo da construção, da história e da arquitetura.

O movimento ganhou força no final do ano passado, durante a 2 Conferência Municipal de Cultura. Foi criado um grupo de trabalho para abordar o tema, composto de entidades e profissionais ligados à cultura e ao patrimônio histórico. Com isso, o Conselho Municipal de Cultura de Santa Rosa deu início, em 2012, a uma mobilização pela preservação de um prédio específico, o do Clube Concórdia. O 1 pavimento foi vendido e há possibilidade de alteração na estrutura original.

A presidente do Conselho, Luciana Miranda, destaca que o grupo teme a depredação do imóvel, por isso solicitou ao Executivo providências. Teresa Christensen diz que a secretaria já trabalhava no pedido de tombamento dessa construção. A solicitação foi encaminhada para a Assessoria Jurídica da administração municipal e seguirá também para que o prefeito assine o decreto, o que deve ocorrer ainda em fevereiro. Luciana lembra que donos de prédios tombados têm amparo legal e podem ainda receber recursos por manterem a estrutura histórica. "A ideia não é tirar a propriedade de ninguém, o dono do imóvel segue com sua propriedade, porém, não pode modificar a arquitetura da construção", explica.

A historiadora Teresa Christensen conta que o Clube Concórdia foi fundado em 1919. Já a construção da sede social começou em 1950 e terminou em 1956. "As pessoas que integravam essa comunidade construíram o prédio com recursos e mão de obra próprios. Além disso, o clube sediou centenas de casamentos, bailes de debutantes e eventos sociais da cidade." Parte da edificação ainda abriga as atividades da entidade.

O prédio do clube é o primeiro que pode ser tombado entre os incluídos no projeto. O mesmo vale para os outros 14, a partir do mais antigo. O seguinte deve ser o imóvel que sediou a Comissão de Terras, responsável pela divisão das áreas dos colonizadores, e hoje abriga estrutura regional da Secretaria Estadual da Agricultura. A edificação é de 1916. Deve passar ainda pelo processo o prédio onde funcionam a biblioteca e o museu municipal. O único imóvel tombado na cidade é o da antiga prefeitura, construção de 1946 em reforma para se tornar centro cultural.


Fonte: CP/ Felipe Dorneles