quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Varrer a "era Lula" é projeto da grande imprensa

Texto de Roberto Amaral - cientista político, advogado e escritor


Tira-se a política da vida democrática, fica o quê?

Tiram-se os partidos do processo político, fica o quê?

Tirem-se os políticos da política, ficará o quê?

Ainda que a expressão golpe sugira putsch, ação rápida, virada de mesa, os golpes-de-Estado são longamente preparados. A implantação do Estado Novo foi gestada já nas entranhas do governo constitucional de 1934; o golpe militar que culminou com o suicídio de Vargas e a posse de Café Filho, a serviço da UDN e dos militares, foi longamente preparado pela grande imprensa que também preparou a opinião pública para o golpe de 1964 que, na caserna, começou a ser tramado pelo Gal. Denis (cf. suas memórias) no dia imediato da posse de João Goulart.

De comum, na retórica dos golpistas, a denúncia da corrupção, não como fenômeno em si, mas como doença sistêmica do Estado e, agora, manipulada pelos partidos que ousam ocupar os cargos para os quais seus representantes foram eleitos pela vontade da soberania popular. Foi igualmente o combate à corrupção que construiu Jânio Quadros (“varre-varre vassourinha, a sujeira desse país”) e Fernando Collor (o ‘caçador de marajás’), com os resultados conhecidos.


(...) Para essa imprensa preconceituosa, é insuportável as ruas cheias de carros dirigidos por pobres e pobres superlotando os aeroportos. E mais: é insuportável que seja essa gente, a gente do povo, quem esteja decidindo as eleições no Brasil.

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