segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Reestruturacao do ensino medio: a farsa tenta se legitimar

Poucas pessoas compareceram, no início da tarde desta segunda-feira (28), à Conferência Municipal de Porto Alegre promovida pelo governo do Estado para discutir a reestruturação do ensino médio. Um grupo formado por cerca 50 educadores em greve compareceu ao Colégio Parobé para cobrar a retirada do projeto.

Construída em gabinetes, a proposta do governo vem sendo amplamente rejeitada pela comunidade escolar. É cada vez maior a insatisfação de alunos, pais e educadores com a proposta defendida pelo governo.

O coordenador da 1ª Coordenadoria Regional de Educação, Antonio Branco, foi vaiado quando chegou ao local. Dos manifestantes, ouviu palavras de ordem.

Depois do protesto, os educadores retornaram para a Praça da Matriz, em frente a Palácio Piratini, para continuar a vigília que cobra do governo a abertura de negociações.

O comando de Greve encaminhou na sexta-feira (25) pedido de audiência com o governo. No final da tarde desta segunda, o governo encaminhou documento ao sindicato marcando uma reunião para terça-feira (29), às 9 horas, no auditório da Procergs.

Em greve desde o dia 18, a categoria exige a imediata implementação da lei do piso salarial para professores e funcionários de escola e a retirada do projeto que reforma o ensino médio, bem como o decreto que muda a avaliação dos professores.


João dos Santos e Silva, assessor de imprensa do CPERS/Sindicato
Foto: Cristiano Estrela

4 comentários:

Prof. Sandro disse...

Conheci o projeto de reestruturação do EM e concluo que é um bom projeto! Precisa de ajustes, mas a ideia é maravilhosa. É fundamentada na melhor teoria pedagógica dos pensadores brasileiros e nada tem de "formação de mão-de-obra", como diz o Cpers. O que não pode é o EM continuar como está. Tenho certeza que o desempenho dos estudantes no ENEM será muito melhor a partir da formação no novo modelo, por ser um estudo mais ligado com a vida real. A propósito, o que os que são contra tem a propor?

Anônimo disse...

Proponho que esta revista publique também notícias sobre o assunto de outras fontes.

Gerson Rodrigues disse...

Outras fontes q vc se refere é a ZH? CP? FSP? ou a Veja?

Maria inez inez disse...

Penso que o projeto não acabará com a evasão e a repetência e não vai melhorar índices do ENEM.
Concordo que o EM não pode ficar como está, mas não será um projeto destes que vai melhorá-lo.
Uma leitura aprofundada mostra algumas coisas por entre linhas: a preocupação com o "mundo do trabalho" é constante, e, a preocupação com uma educação "para o pensar" fica visivelmente diminuída.
Não há preocupação:
- com estudantes do ensino noturno e que por isso não poderiam fazer "projetos" durante o dia,;
- não há preocupação com estudantes que moram no interior e que por isso não poderiam em turno inverso fazer "projetos" em empresas;
- não há preocupação prévia em preparar a estrutura das escolas e formação de professores, isto será feito no “andar da carroça” e, com isto alunos e professores seriam cobaias de um projeto vindo pronto de cima para baixo, sem NENHUMA DISCUSSÃO COM PROFESSORES, que são aqueles que estão diretamente na realidade escolar;
- não há autonomia das escolas, pois terão que se “adequar” a um modelo já estabelecido;
- na escola em que trabalho, uma grande parcela de estudantes do EM, do turno da manhã, ou trabalha ou faz curso no turno da tarde, devido a isto não poderão “fazer projetos” em empresas;
- se um aluno desenvolver projeto na área metal-mecânica, quem poderá orientá-lo, se não há professor dessa área na escola?;
- imaginem a demanda de estudantes das escolas de EM indo à Empresas para fazerem pesquisa e elaborar projetos: as empresas darão abertura para esta demanda, terão paciência e profissionais que os atendam?
- não vejo este projeto como maravilhoso, vejo algo que deveria ter sido elaborado depois de debates com aqueles que estão diretamente, todos os dias, convivendo com a REAL prática das escolas, que são os PROFESSORES.
Estes são apenas alguns dos argumentos que apresentamos às representantes da CRE, em determinada reunião.