quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Um tombo necessario

Ao que consta na sabedoria popular, para fins de um imóvel assumir as características de patrimônio cultural e histórico de uma determinada região, necessário a realização de um ato legal, seja via lei, seja via decreto, além é claro de ter as características e justificativas necessárias para tal.

E na nossa história recente, já acompanhamos uma situação muito parecida. O sonho do então alcaide Pautilho Palhares, poderia estar num depósito de entulho qualquer espalhado pela cidade, mas por incrível que pareça, vive-se a reconstrução do Paço Municipal, para o futuro Centro Cultural Pautilho Palhares.

Agora, descendo na própria Avenida Rio Branco, um novo impasse: vamos vender o Clube Concórdia para pagar as dívidas? Ok. Vende-se, paga-se as dívidas, se limpa a área, promove-se um novo empreendimento e ai? Do que adianta querer lançar livro e filme sobre fatos históricos, se destruímos a lembrança concreta da história?

De bailes de carnavais, casamentos, festas de formaturas, debutantes, aniversários, boates, baladas, alegrias, decepções, amores, foras, cantadas, noitadas, tudo ali, registrado nas paredes da sede social do Clube Concórdia.

Lembro inclusive, de uma campanha realizada para pintar o clube. Era fornecida uma folha com o desenho do clube e todos deveriam pintá-lo para sugerir uma cor e ao final, a cor escolhida ganharia um prêmio, acho ao menos. O que conduz ao fato de que referida argamassa e tijolos ter um valor além do material ali empregado.

Não obstante, considerar que a entidade possua uma diretoria e um estatuto social, a destinação do patrimônio é uma questão de toda a comunidade. Não basta uma votação interna para decidir o futuro do imóvel. É preciso um aval de toda a sociedade, não basta tratar como um espaço nobre e valorizado no centro da cidade.

Comenta-se que o cavalo encilhado passa somente uma vez na vida. Para a felicidade dos santa-rosenses quebramos este ditado, estamos diante de um novo cavalo encilhado, pronto para encarar o trecho, bastando apenas que a sensibilidade dos governantes entenda o momento e confira este direito, se não aos que aqui estão aos futuros cidadãos deste povoado de 14 de Julho.

Tomba, tomba, tomba!!!

[por Sávio Hermes]

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