Por Alexandre Haubrich, no blog Jornalismo B:
Repercutiu por aqui o fechamento, na última semana, do jornal News of the World, um dos muitos veículos do maior conglomerado de comunicação do mundo, de propriedade de Rupert Murdoch. O magnata australiano é dono do Wall Street Journal, do The New York Post, da Fox e de diversos outros canais de TV por assinatura, além de dezenas de jornais espalhados pelo mundo.
A News Corporation, conglomerado que controla todos esses veículos, é o equivalente mundial da Rede Globo – no caso do Brasil – ou do Grupo RBS – no caso do Rio Grande do Sul – com a diferença de que está mais longe do que estes de constituir monopólio ou oligopólio em seu território de atuação. A forma de atuação empresarial e jornalística também não é essencialmente diferente.
O News of the Word teve que fechar as portas após a descoberta de que o jornal usava grampos ilegais em telefones de políticos e celebridades para obter seus furos jornalísticos. A partir daí, como escreveu Vladimir Pinheiro Safatle em artigo republicado pelo Diário Gauche, era aplicada a “seletividade do escândalo”, ou seja, “cabe ao jornal decidir quem vai ser exposto e quem será conservado, quem vai para a primeira página e quem vai para a nota do canto”.
Como bem lembrou o Diário Gauche, “no RS a escola Murdoch de jornalismo patife tem seguidores. Vocês não lembram que no governo Yeda (2007-2010) havia profissionais de imprensa que tinham acesso privilegiado ao sistema Guardião administrado pela Secretaria da Segurança para escutas autorizadas pela Justiça?”. Mas essa não é a única forma de atuação que liga setores do jornalismo brasileiro à “escola Murdoch de jornalismo patife”. Na verdade, essa é apenas uma ponta mais visível de uma prática que pouco tem a ver com jornalismo e muito tem a ver com os mais sujos jogos empresariais.
O ideário altamente conservador pregado em sussurros diários pelos conglomerados de comunicação brasileiros e seu trabalho conjunto com as elites econômicas e políticas do país – e de fora dele, como mostraram, por exemplo, recentes documentos divulgados pelo Wikileaks – são o pano de fundo de uma série de desmandos de diversidade muito mais ampla do que a diversidade de conteúdo desses veículos. Esse pano de fundo, obviamente, repercute nas ações jornalísticas.
A reprodução do discurso das elites mais conservadoras do país, o suporte das e às grandes empreiteiras, ao latifúndio, aos fabricantes de automóveis, celulose e cigarros, a publicação cada vez mais constante de releases policiais, a omissão constante da realidade, ao abandono do jornalismo das ruas, as freqüentes tentativas de impulso à privatização de todo o Estado brasileiro – uma especificidade que vem se consolidando é a ideia de privatização do sistema prisional. Todas essas são práticas empresariais dos grandes grupos de comunicação que entram em choque com o interesse jornalístico – e mais, com o interesse público. É a escola Murdoqui.
Na Inglaterra, o órgão responsável pela regulação das comunicações já caiu em cima dos interesses de Murdoch no país. Aqui no Brasil seguimos carecendo de órgãos assim, e mesmo da regulamentação dos artigos constitucionais que versam sobre mídia. A libertinagem de empresa segue atropelando a verdadeira liberdade de imprensa, através das formas mais sujas de constituição legalizada de oligopólio e de ataque à liberdade de expressão.
Repercutiu por aqui o fechamento, na última semana, do jornal News of the World, um dos muitos veículos do maior conglomerado de comunicação do mundo, de propriedade de Rupert Murdoch. O magnata australiano é dono do Wall Street Journal, do The New York Post, da Fox e de diversos outros canais de TV por assinatura, além de dezenas de jornais espalhados pelo mundo.
A News Corporation, conglomerado que controla todos esses veículos, é o equivalente mundial da Rede Globo – no caso do Brasil – ou do Grupo RBS – no caso do Rio Grande do Sul – com a diferença de que está mais longe do que estes de constituir monopólio ou oligopólio em seu território de atuação. A forma de atuação empresarial e jornalística também não é essencialmente diferente.
O News of the Word teve que fechar as portas após a descoberta de que o jornal usava grampos ilegais em telefones de políticos e celebridades para obter seus furos jornalísticos. A partir daí, como escreveu Vladimir Pinheiro Safatle em artigo republicado pelo Diário Gauche, era aplicada a “seletividade do escândalo”, ou seja, “cabe ao jornal decidir quem vai ser exposto e quem será conservado, quem vai para a primeira página e quem vai para a nota do canto”.
Como bem lembrou o Diário Gauche, “no RS a escola Murdoch de jornalismo patife tem seguidores. Vocês não lembram que no governo Yeda (2007-2010) havia profissionais de imprensa que tinham acesso privilegiado ao sistema Guardião administrado pela Secretaria da Segurança para escutas autorizadas pela Justiça?”. Mas essa não é a única forma de atuação que liga setores do jornalismo brasileiro à “escola Murdoch de jornalismo patife”. Na verdade, essa é apenas uma ponta mais visível de uma prática que pouco tem a ver com jornalismo e muito tem a ver com os mais sujos jogos empresariais.
O ideário altamente conservador pregado em sussurros diários pelos conglomerados de comunicação brasileiros e seu trabalho conjunto com as elites econômicas e políticas do país – e de fora dele, como mostraram, por exemplo, recentes documentos divulgados pelo Wikileaks – são o pano de fundo de uma série de desmandos de diversidade muito mais ampla do que a diversidade de conteúdo desses veículos. Esse pano de fundo, obviamente, repercute nas ações jornalísticas.
A reprodução do discurso das elites mais conservadoras do país, o suporte das e às grandes empreiteiras, ao latifúndio, aos fabricantes de automóveis, celulose e cigarros, a publicação cada vez mais constante de releases policiais, a omissão constante da realidade, ao abandono do jornalismo das ruas, as freqüentes tentativas de impulso à privatização de todo o Estado brasileiro – uma especificidade que vem se consolidando é a ideia de privatização do sistema prisional. Todas essas são práticas empresariais dos grandes grupos de comunicação que entram em choque com o interesse jornalístico – e mais, com o interesse público. É a escola Murdoqui.
Na Inglaterra, o órgão responsável pela regulação das comunicações já caiu em cima dos interesses de Murdoch no país. Aqui no Brasil seguimos carecendo de órgãos assim, e mesmo da regulamentação dos artigos constitucionais que versam sobre mídia. A libertinagem de empresa segue atropelando a verdadeira liberdade de imprensa, através das formas mais sujas de constituição legalizada de oligopólio e de ataque à liberdade de expressão.
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