A especialista Maria Blasco – coordenadora do Grupo de Telômeros e Telomerase do Centro Nacional de Pesquisa sobre câncer da Espanha e co-fundadora da Life Length – descobriu no telômero um marcador biológico do envelhecimento – uma espécie de relógio – que se ainda não revela o dia exato do fim da vida, é capaz de assegurar o tempo aproximado que resta a cada um. Quanto mais comprido for o telômero, maior será o tempo de vida de uma pessoa. Da mesma forma, as perspectivas não serão muito alentadoras para quem tiver telômeros mais curtos: apontarão que o estilo de vida – ou um problema de saúde – pode ter roubado anos preciosos daquela pessoa.
Assim, por exemplo, um homem de cinquenta anos poderia saber se viverá até os noventa ou se lhe restam somente mais cinco anos de vida. Desta forma, ele poderia planejar uma longa velhice ou mergulhar em profunda depressão, sucumbindo em espaço de tempo menor do que a perspectiva mais sombria lhe apontara. É uma loteria cujo prêmio é a própria existência, ou o encurtamento dela, e estará disponível no mercado europeu até o fim do ano. Fazer sua aposta neste teste comercial custará o equivalente a R$ 1 mil.
Segundo o que Maria Blasco publicou na revista especializada Scientific American, telômeros mais curtos estariam associados a doenças respiratórias, circulatórias e ainda à obesidade, estresse ou Alzheimer. Teorias de envelhecimento documentam a associação de telômeros mais curtos com o envelhecimento e suas consequências, como a perda de vitalidade, sistema imunológico debilitado e falência progressiva dos órgãos. Vendendo o próprio peixe, Blasco sustenta que é importante saber o tamanho dos telômeros – indicando o estado de saúde – “ou nossa idade fisiológica antes mesmo de algumas doenças aparecerem”, afirma ela na publicação. Médicos contestam a teoria de que o telômero seja determinante para o envelhecimento e o consideram mero indicador do tempo que resta.
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