terça-feira, 14 de junho de 2011

Ignore o Facebook: você só tem 150 amigos

Não importa o que diz o Facebook, você tem apenas 150 amigos. É isso o que afirma uma teoria formulada por Robin Dunbar, professor de antropologia evolucionária da Universidade de Oxford, na Inglaterra, ao observar o crescimento de uma fábrica têxtil. A pesquisa virou um livro, "How Many Friends Does One Person Need", que já está à venda nos Estados Unidos.

O estudo, feito na fábrica da GORE-TEX, uma empresa que produz tecidos especiais, mostrou que o modelo usado pela fábrica, cujo presidente gostava de manter um bom relacionamento com os funcionários, funcionou quando o número de empregados foi de, no máximo 150. Com mais empregados, as coisas não foram muito bem. Segundo Dunbar, isso ocorreu porque o cérebro humano não consegue manter mais de 150 contatos próximos.

O número de Dunbar, usado desde o estudo feito na fábrica, passou a ser usado também em relação ao Facebook. “Vi uma discussão com pessoas dizendo ‘Tenho muitos amigos, mas não conheço metade dessas pessoas’”, afirmou Dunbar em entrevista ao site NPR. “Alguém aparentemente disse, ‘Olha, tem esse cara na Inglaterra que disse que você não pode ter mais de 150 amigos.’”

Em sua pesquisa, Dunbar chegou à conclusão que 150 é o número máximo para todas as sociedades no mundo. Do sul da África às tribos nativas norte-americanas, uma comunidade raramente tinha mais do que 150 membros.

Dunbar acredita que existam mecanismos neurológicos que nos ajudam a lidar com o sempre crescente número de conexões sociais que a vida requer. Humanos têm a capacidade, por exemplo, de reconhecer a face de cerca de 1,5 mil pessoas. E isso seria um impressionante número de amigos no Facebook.

O problema com o grande número de "amigos", de acordo com Dunbar, é que “relações com muitas pessoas tendem a se tornar muito casuais – e não têm a profundidade e o senso de obrigação e reciprocidade que você tem com seus amigos mais próximos.”

Enquanto o mundo moderno dá duro para manter amizades que não estão geograficamente próximas, Dunbar afirma que sua pesquisa diz que família é diferente. “Amigos, se você não encontra, vão perdendo o interesse em você. Já relações familiares são mais estáveis. Não importa o quão distante estejam, eles adoram quando você aparece de novo.”

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