quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Jornalismo e redes sociais




Por Cleyton Carlos Torres em 4/1/2011
Não há como não falar do jornalismo contemporâneo e suas interações com as mídias e redes sociais. O New York Times, por exemplo, anunciou a extinção do cargo de editor de mídias sociais exclusivo unicamente a uma pessoa. A ideia era deslocar a responsabilidade então imposta somente a um editor e expandi-la para toda a redação. Isso demonstra, dentre outras coisas, a importância que as redes sociais possuem para com a condução de um jornalismo mais participativo e integrado com seu público, já que os maiores jornais do planeta estão investindo muito nessas novas mídias.
Sob a supervisão de Aron Pilhofer, o jornal norte-americano pretende conceitualizar melhor o termo mídia social. Aron comenta que não querem classificá-lo apenas como um amontoado de sites. Ele menciona que tudo deve fazer parte, tudo deve se integrar e ser uma continuidade no trabalho jornalístico.
Quando o NYT criou o cargo de editor de mídias sociais, houve muitas críticas a respeito. Alguns jornalistas já trabalhavam com tais mídias, mas muitos outros não sabiam como utilizá-las ou não sabiam quais eram as finalidades desses novos meios dentro do jornal. Na época sob o comando de Jennifer Preston, o editor de mídias sociais detinha um papel um tanto quanto delicado: demonstrar para os jornalistas que aquelas ferramentas não serviam apenas para a promoção de conteúdos, mas também na construção de comunidades e na aquisição de novos públicos. Daí, jornalistas passaram a publicar notícias em tempo real e a realizar a coberturas ao vivo de histórias via Twitter, por exemplo.
Um diálogo digitalHoje, essa função de evangelização e engajamento passou para toda a redação, pois o NYT afirma acreditar que esse cargo não pode pertencer a uma única pessoa, já que deve haver uma total integração entre todos os membros do jornal. Por curiosidade, hoje o Twitter vale o dobro do jornal.
Esse engajamento digital é analisado há quatro anos pelo britânico The Guardian. Em um infográfico extremamente simples, no estilo x e y, o jornal demonstrou a produção e o consumo tradicional de informação jornalística, onde na linha horizontal temos o processo do jornalismo e na linha vertical, a publicação. Acima da linha horizontal, temos as ações dos jornalistas, que inclui o trabalho de apuração, contextualização e demais atividades do meio jornalístico; abaixo, a dos usuários.
O que podemos observar é que tal estruturação tente a se modificar cada vez mais. Antes da publicação só havia atividades dos jornalistas e após a publicação só havia movimentação dos usuários. Isso muda porque os consumidores de informação também passaram, após o advento da web e suas interatividades possíveis, a participar da apuração e da produção jornalísticas. Além disso, a tendência na pós-publicação é de um aumento nas atividades por parte dos jornalistas, estando cada vez mais perto do público leitor.
Este trabalho de engajamento digital é realizado por Meg Pickard, que se juntou ao jornal britânico quatro anos atrás e tinha justamente a função de modificar esse gráfico. Hoje o jornal se dedica a uma compreensão de valor na relação com a sociedade. Há todo um trabalho de construir um diálogo – digital – entre o jornal e o público. É sensacional.

fonte: Observatório da Imprensa - 
http://www.observatoriodaimprensa.com.br

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