domingo, 6 de setembro de 2009

Há método na loucura tucana

por Marco Aurélio Weissheimer - www.rsurgente.opsblog.org

As constantes manifestações de desequilíbrio emocional da governadora Yeda Crusius podem induzir ao erro de se avaliar que o problema do governo tucano no Rio Grande do Sul é, em certo sentido, decorrente de uma certa dose de insanidade da titular do Piratini. Esta, a insanidade, até pode existir, mas há método na loucura tucana. Vide o que está acontecendo no governo do tucano José Serra, em São Paulo. Com apoio e cumplicidade da chamada grande mídia, está em guerra com moradores de favelas na capital paulista. Paulo Henrique Amorim afirma que os recentes ataques aos pobres da comunidade de Heliópolis (ou vândalos, como prefere o Jornal Nacional) seguem um mesmo padrão. Ele compara esse padrão ao exercício pleno daquilo que o filósofo italiano Giorgio Agamben chama de “estado de exceção”.

Nessas situações de exceção, explica, o Estado faz as suas próprias leis e usa os dispositivos legais justamente para suprimir os limites à sua atuação: para suprimir a própria legalidade e os direitos dos cidadãos. O comportamento de José Serra é muito similar ao de Yeda Crusius. Manifestações sociais e protestos são tratados como casos de polícia e os instrumentos de negociação são o cassetete e as balas. Outra semelhança é o modo como essa truculência é diluída pelos grandes meios de comunicação de São Paulo e do Rio Grande do Sul. As vítimas da violência policial são transformadas em vândalos e arruaceiros. Os autores da violência, por sua vez, ganham ares de vítimas, mesmo sendo acusados de tortura e assassinato. Aqui como em São Paulo, jornalistas estão se tornando cúmplices da ilegalidade e da violência.

Agentes ativos e administradores dos interesses de grandes corporações e grupos criminosos travestidos de agentes públicos, esses jornalistas e políticos alimentam uma política que tem ódio visceral a qualquer coisa que tenha cheiro (argh!) de povo. Fazem campanhas contra esmolas nas esquinas, contra moradores de rua, contra ambientalistas e movimentos sociais. Esmeram-se na distribuição de prêmios e troféus duvidosos a homens e mulheres apresentados como estandartes do “bem”. Protestam irados quando alguém desse grupo ganha braceletes de metal também conhecidos como algemas. Exigem eternamente provas e, a cada nova prova ou fato novo que aparece, entra em movimento o processo de qualificação e uma nova, prova, um novo fato, é exigido. A mentira e a violência compõem o brasão desse método.

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