Do site RS URGENTE - www.rsurgente.blogspot.com
Simon, que por muito menos usou toda a sua verve para pedir a derrubada de ministros e que, no caso de Yeda empresta uma solidariedade suspeitíssima, provavelmente só está querendo saber a hora certa para dar a ordem de desembarque ao seu PMDB. Fidelidade, se sabe, nunca foi, mesmo, o forte do partido.
Luciana segue a linha PSOL e alarma: mais pessoas, além de Marcelo, podem morrer! As provas podem sumir! Tudo bem, são argumentos que guardam alguma lógica com os últimos acontecimentos mas, convenhamos, não é para tanto.
A Ordem dos Advogados dá contorno jurídico a sua manifestação: se todo mundo já está falando, se já há até reportagens sobre o tema, não há mais porque manter o segredo. Alto lá. Melhor do que ninguém, os advogados sabem que um simples vazamento de uma investigação que corre em segredo de Justiça pode gerar a nulidade do processo e culminar com a absolvição dos acusados. Pela forma, não pelo conteúdo.
No caso da imprensa, a grita revela uma certa incompetência. Ou o bom jornal não é aquele que faz a fonte oficial correr atrás dele?
Isto posto, cabe perguntar se não ocorre aos reclamões de plantão, a possibilidade de que o material em mãos do Ministério Público Federal seja tão potencialmente bombástico que, uma vez revelado, possa derrubar um governo legitimamente eleito? E que, justamente por assim ser, devem os procuradores ter o máximo de cuidado com a busca das provas? E que isso leva tempo, muito tempo? E que este tempo não deve ser alterado em nome do que quer que seja porque, afinal, se está tratando de fazer justiça? E que nem mesmo a idéia de que esta demora paralisa o Estado pode ser alegada já que, se há mesmo paralisia, ela não se dá por culpa dos procuradores mas justamente pelo envolvimento dos que deveriam fazer andar a administração?
Não há razão para que se ponha em dúvida, ao menos até agora, a seriedade do trabalho do Ministério Público Federal do Rio Grande do Sul quando se trata de corrupção no governo Yeda. A participação deles na força-tarefa que desbaratou a quadrilha do Detran, foi decisiva.
Fundamental compreender, então, que os tempos da justiça, da política e da imprensa, são distintos. Talvez Simon, Luciana, a OAB e até a imprensa possam pensar em apoiar abertamente o pedido de CPI que se discute na Assembleia Legislativa porque este, sim, parece estar no tempo e no lugar certo, além de, como instância investigatória, tem legitimidade para requerer provas e documentos que estejam em mãos do MP. (Maneco)
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