por Pedro Büttenbender*
Os nossos olhos enxergam o que oferecemos a eles. Olhar para o desenvolvimento de um território nos oportuniza ver as fortalezas construídas por sua gente, que é empreendedora, trabalhadora, cooperativista e comunitária. Diferentes visões, ideologias, conceitos e paradigmas.
Conhecer de forma aprofundada a história, valorizando-a, a realidade atual, que está em transformações profundas e velozes, e o futuro projetado, permite visualizar oportunidades, tendências e desafios. Somos e vivemos hoje as consequências das escolhas do passado e seremos e viveremos amanhã (futuro) os resultados das capacidades, do planejamento, das escolhas e decisões de atuais.
O desenvolvimento, que é uma palavra de fácil uso, é ampla, complexa e impactante em nossas vidas e no território. Ele pode ser visto como: um processo contínuo e evolutivo; um estágio ou conceito; e/ou um conjunto de capacidades e competências. Enquanto um processo, o desenvolvimento resulta de um conjunto de planos, projetos e ações planejadas e geridas, que devem ser articuladas, concertadas (as vezes com ‘s’), e governadas. Os processos de desenvolvimento são protagonizados por instituições, lideranças e cidadãos com responsabilidades adicionais e delegadas, portadores de competências adicionais. Citam-se os governantes (prefeitos, governadores, presidente, deputados, vereados, etc.), os agentes produtivos (empresários, trabalhadores, cooperativas etc.), e os centros de geração e difusão de conhecimentos e tecnologias (universidades, faculdades, escolas, centros tecnológicos, etc.).
O segundo, o desenvolvimento definido conceitualmente como um estágio, um nível elevado de desempenho de três dimensões: o econômico, o social e a ambiental. Este status construído, conhecido e validado por um conjunto de indicadores de índices elevados e favoráveis de desempenho.
No terceiro, o desenvolvimento reconhecido pelos processos de aprendizagem e a formação de competências do saber, saber fazer e comportamental. Estas capacidades de executar funções tecnológicas superiores são frutos de investimentos em pesquisa e desenvolvimento, geração de inovações e a acumulação de competências tecnológicas, humanas e dinâmicas. Esta atmosfera de competências promovedoras de um ambiente inovador e empreendedor.
Em minha recente Tese de Doutorado em Administração, pesquisei e sustento esta tríade dos três fundamentos. Assim como triângulo é referência em muitas crenças e concepções de fé e vida, também conforma um constructo que combinada estas três dimensões em uma Matriz “Tripla-Tripla-Tri”. Recomendo a Você, leitor da Revista Afinal, pensar e imaginar um triplo triângulo que combina esta complexa matriz, conformando o Constructo de “Desenvolvimento Territorial Sustentável”. Este foi desenvolvido com base no mapeamento e descrição de um conjunto de práticas inovadoras de gestão do desenvolvimento do Noroeste Gaúcho.
Vivemos, aprendemos, trabalhamos, estudamos e muito mais no território do Noroeste Gaúcho. Defrontamo-nos com muitas oportunidades e desafios. Com a contínua qualificação da gente da terra, em cooperação endógena e exógena a região, um ambiente inovador e empreendedor, investimentos públicos e privados, seguiremos confirmando que esta é uma região de esperança e futuro promissor para os jovens e veteranos, de gente boa e feliz.
É uma grande alegria e honra integrar esta região com toda a sua riqueza e história, planejamentos e futuro promissor. Em especial, neste momento que o sexagenário, alvissareiro, progressista e trabalhador Município de Três de Maio completa festividades emancipatórias. Realiza a XIV Expofeira e suas programações.
Também parabéns pela trajetória de Bodas de Ouro da Revista Afinal, com 50 edições de casamento com os leitores e a região.
*Pedro Büttenbender é Doutor em Administração, Mestre em Gestão e Especialista em Cooperativismo e Administrador. Professor Pesquisador da Unijuí,/Dacec. Presidente do Corede Fronteira Noroeste e Coordenador do Núcleo de Extensão Produtiva e Inovação - NEPI. pedrolb@unijui.edu.br
**Texto publicado originalmente na edição nº 50 da Revista Afinal.
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