Por Lelê Teles
Além de ser otimista, é honesta. O próprio cidadão da foto, de quem pincelaram uma frase descolada do contexto, diz ter reduzido o consumo de dez para duas pedras diárias.
A prefeitura informa, na mesma reportagem, que queles que abandonaram a ação voltaram para suas famílias ou aderiram a outros programas de tratamento.
E o mais curioso, “especialistas ouvidos pela Folha dizem que a desistência segue o padrão de outros tratamentos”, ou seja, nada de anormal.
A reportagem ainda afirma que esse modelo de tratamento foi exitoso no Canadá e nos Esteites, portanto não se trata de nenhuma invenção bolivariana tresloucada.
A prefeitura informa também que houve redução de 80% nas aglomerações de viciados, um problema que afligia a população e gerava insegurança.
No infográfico, a Folha mostra que entre 70% e 80% dos assistidos pelo programa municipal afirmam ter reduzido o consumo de crack.
Ao oferecer emprego para os viciados que moram nas ruas, a prefeitura lhes dá autonomia e eleva sua autoestima, além de garantir assistência social, de saúde e psicológica.
A única coisa realmente negativa na reportagem é a manchete canalha, típica de uma mídia que aposta no mundo-cão, na urubologia, no negativismo, na desinformação, e na fabricação de odiosos midiotas.
É com base nesse tipo de manchete que sociopatas midiotizados saem às ruas xingando e rezando o terço, batendo penelas, tilintando taças de cristais, ameaçando espancar bebês e ofendendo autoridades em estádios, hospitais, restaurantes e casamentos.
Como sabe que o brasileiro têm dificuldade em interpretar texto – e o midiota não vai além da chamada de capa- a grande mídia geralmente tem feito afirmações negativas em manchetes, mesmo que o conteúdo do texto desminta o que vem como epígrafe.
Um grande simulacro, diria Baudrillard.
Palavra da salvação.
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