quinta-feira, 31 de outubro de 2013

As novas linguagens do teatro

Camila Maciel / Repórter da Agência Brasil





São Paulo - A primeira Bienal Internacional de Teatro da Universidade de São Paulo (USP) ocorre de hoje (31) até 15 de dezembro e pretende mostrar como o tema “Realidades incendiárias” nas recentes mobilizações mundiais se traduz nos palcos. Na lista de peças vindas do exterior estão produções do Líbano, da Argentina, Cisjordânia, Eslovênia e Tunísia. De acordo com a curadoria da mostra, os espetáculos se destacam pela ousadia em desafiar padrões estéticos vigentes.

"O tema escolhido [“Realidades incendiárias”] tem o sentido tanto de entender o palco como uma realidade transformadora, quanto [de entender] como ela é retratada por esse palco. Foi aí que chegamos a esses países, onde os conflitos são, infelizmente, ainda presentes", explica Celso Frateschi, diretor do Teatro da USP (Tusp). Ele reforça que o olhar para seleção dos espetáculos foi, sobretudo, artístico. "A curadoria não teve nenhuma preocupação em atender a algum tipo de demanda comercial existente."

Para a diretora teatral Deise Abreu Pacheco, integrante da curadoria da mostra, uma das discussões propostas pela bienal será o próprio enquadramento das produções em uma categoria. "Não são espetáculos o que a gente vai mostrar. É difícil nomear. São, na verdade, experiências muito radicais que tratam de questões da vida dessas pessoas", disse. Os curadores acreditam que, ao assistir a todas as apresentações, o público terá experiências diferenciadas. "Nenhuma é contemplativa, mas a forma como isso se dá é variada", complementou Ferdinando Martins, vice-diretor do Tusp.

A mostra será aberta às 14h, no Tusp, com o 66 Minutes in Damascus, do diretor libanês Lucien Bourjeily, inédito no Brasil. Com sessões seguidas para apenas oito pessoas de cada vez, o espetáculo levará o público a uma imersão cênica que propõe a experiência próxima à realidade de um turismo de guerra. A produção foi composta a partir do relato de jornalistas estrangeiros e ativistas locais sobre os centros de detenção sírios. Os turistas, que são os próprios espectadores, são presos pelo serviço secreto do país.

Outra atração internacional é a peça argentina Mi Vida Después, da diretora Lola Arias. O espetáculo promove o encontro de seis atores nascidos na década de 1970 com a juventude de seus pais a partir de fotos, cartas, fitas, roupas e memórias. Da Cisjordânia, o diretor Gary M. English traz o espetáculo The Island, que reconta a história do apartheid. Serão apresentados ainda os espetáculos estrangeiros Damned Be Traitor of His Homeland! (Eslovênia/Croácia); e Macbeth - Leila and Ben: a Booldy History (Tunísia).

Quatro espetáculos nacionais completam a programação da bienal. No dia 5 de novembro, às 20h30, o grupo Desvio Coletivo discute, na peça Pulsão, a motivação da vida por meio de jogos relacionais e de cenas que operam no limite entre o teatro e a performance. "O roteiro surgiu quando estava em um hospital vivendo uma situação limite ", contou Marcos Bulhões, diretor-geral do espetáculo. Ele considera positivo que a mostra selecione apresentações que fujam do apelo comercial. "Acreditamos que o espaço pedagógico permite esse tipo de ruptura."

O diretor do Tusp aposta que essa independência comercial, tendo em vista que todo o financiamento é da USP, será um diferencial da mostra em relação a outros festivais. "Como universidade, o que nos caberia fazer? Achamos que não seria correto que fôssemos para uma disputa de trazer o espetáculo mais importante do mundo. Nosso olhar foi tentar colocar questões que, pela característica dos festivais existentes, não se consegue colocar. Abrir essa questão estética", justificou Frateschi.

A programação nacional terá também os espetáculos BadenBaden, do Coletivo Banal de Florianópolis (SC);Arqueologias do Presente: a Batalha da Maria Antônia, da diretora Cristiane Zuan Esteves (SP), e Outro Lado, dirigido por Assis Benevenuto, Ítalo Laureano, Marcos Coletta e Rejane Faria, de Minas Gerais. A mostra conta ainda com atividades gratuitas de conferências, workshops e minicursos que podem ser conferidas no endereço www.usp.br/bienaldeteatro.

fonte: Brasil 247


quarta-feira, 30 de outubro de 2013

A biometria e o totalitarismo

Por Mauro Santayana, em seu blog

Estranhíssima resolução da Justiça Eleitoral determina coleta de dados físicos dos cidadãos. Medida não tem justificativa razoável e pode prestar-se a fins obscuros e antidemocráticos


É necessário refletir sobre Estado, Sistema e indivíduo, neste momento em que o TSE está implementando — por simples Resolução – o Recadastramento Biométrico obrigatório da população brasileira.

Bakunin nos recorda que, na maioria das vezes, a cada aumento da autoridade do Estado, corresponde igual ou maior diminuição da liberdade do cidadão. John Locke, na mesma linha, reflete que a finalidade da justiça – e da Lei – não pode ser nunca a de abolir ou restringir a Liberdade, mas sim, de fortalecê-la e aumentá-la.

E lembra que cada homem é proprietário de sua própria pessoa, e, com relação a ela, a ninguém poderá ser dado o direito de estar acima dele.

Há que se tomar cuidado com a biometria. Os nazistas a usavam para medir o crânio de ciganos e judeus, Mengele arrancava os olhos de crianças gêmeas para classificá-los pela cor da íris. Membros masculinos de prisioneiros de campos de extermínio eram amputados e guardados em vidros, cheios de formol, no “museu” de biologia racial de Munique.

O objetivo era catalogar e separar – como se fosse possível em compartimentos estanques – toda a herança genética humana estabelecida pelo acaso, durante milhares de anos.

No mundo inteiro, as mentes mais lúcidas estão se perguntando qual será o próximo passo, no controle do indivíduo pelo Sistema. Os governos espionam nossas comunicações. Softwares de reconhecimento facial são usados para reconhecer-nos na multidão. Sinais de celular são usados por drones para localizar, via satélite, seus alvos, matando, no processo, dezenas de civis inocentes.

Quando o Estado nos obrigará a deixar que nos registrem o fundo da pupila, ou recolherá o DNA de nossas bocas?

O que será feito desse banco de dados, quando concluído? Há poucos meses, não fosse pronta intervenção da Ministra Cármen Lúcia, dados pessoais de todos os eleitores brasileiros teriam sido entregues, graciosamente, pelo TSE, ao Serasa, instituição privada de controle de crédito.

O que irá ocorrer se a polícia pedir uma cópia desses arquivos? O cidadão saberá que dados recolhidos para fazer seu novo título poderão ser usados um dia contra ele? E se formos invadidos por outro país, ou, por causa de uma tentativa de golpe, voltarmos a mergulhar no autoritarismo?

Onde se esconderão nossos heróis, no futuro, se os repressores puderem identificar qualquer um, em segundos, com um simples toque do dedo de um suspeito, na passagem de uma barreira ou no meio de uma manifestação?

Quantos inocentes não teriam sido capturados, antes de conseguir escapar da Europa nazista, caso seus algozes tivessem acesso à internet, a um scanner de dedo e a um banco de dados como esse?

A essência da democracia está na possibilidade de se resistir ao Sistema quando o Sistema erra. Cada vez que tolhemos e aumentamos o controle sobre o indivíduo, fazemos o mesmo com nossos filhos e netos, e com o destino da liberdade, amanhã.



O que a Letícia foi fazer no México?

Letícia Raddatz está no México para participar do congresso.
Começou nesta segunda-feira (28), na cidade de Oaxaca, México, o 1º Congresso Internacional “Os Povos Indígenas da América Latina, séculos XIX-XXI. Avanços, perspectivas e desafios”.

Informações do site sobre o evento ressaltam que o encontro busca fortalecer a cooperação e a troca de experiências entre acadêmicos e profissionais da América Latina, Estados Unidos e Europa que trabalhem com os povos indígenas latino-americanos.

O evento ocorre no Instituto Cultural de Oaxaca até a próxima quinta-feira (31).



Tuparendi

Letícia Raddatz, nascida em Tuparendi e funcionária do Banrisul, integrante da direção do Sindicato dos Bancários de Santa Rosa e região, deslocou-se até a cidade mexicana para participar do evento. Segundo ela, “aproveitei o período das minhas férias e resolvi participar do evento para vivenciar mais de perto as diversas culturas indígenas da América Latina. Meu objetivo é ampliar horizontes e conhecimentos através da participação em palestras e práticas que o evento proporcionará aos participantes”, declarou. Em conversa com o editor da Revista Afinal, Letícia confirmou que viajou por conta própria e que não representa nenhuma instituição. Ela deverá retornar para Santa Rosa dia 5 de novembro.

>> Para saber mais sobre o Congresso, acesse www.congresopueblosindigenas.org




segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Mídia democrática: Argentina 4 x 0 Brasil

Por Pedro Ekman*, no Intervozes




Desde a aprovação da Lei de Meios, multiplicaram-se, no país vizinho, TVs e rádios públicas e comunitárias. Fatos e números mostram resultados concretos da garantia do Direito à Comunicação


A Argentina comemorou quatro anos de vida da Lei de Serviços de Comunicação Audiovisual 26.522, popularmente conhecida como lei de meios, no dia 10 de outubro. Os resultados produzidos pela lei construída para democratizar a comunicação no país saltam aos olhos, mesmo que o monopólio siga com todos os esforços para interditar a aplicação integral da regra.

O Grupo Clarín recusa-se a cumprir o artigo 161 da lei e mantém uma batalha judicial para que não seja obrigado a compartilhar o espaço que ocupa no sistema de comunicações com outras vozes. O artigo é um dos principais instrumentos de desconcentração da propriedade dos meios e de promoção da diversidade e da pluralidade, pois define que cada grupo deve ter, no máximo, 24 licenças de TV a cabo e 10 licenças de serviços abertos (TV aberta, rádios AM e FM). Estabelece, ainda, que aqueles que excederem esse limite devem apresentar um plano de adequação devolvendo as licenças que tiver em excesso para que todos possam ter o direito a ocupar esse espaço que, afinal de contas, é público.

O Clarín possui nada menos que 240 licenças de TV a cabo, 9 de rádios AM, 1 de FM e 4 de TV aberta. Depois de ter vista a falência da estratégia de chamar a lei de meios de “lei mordaça”, dado o amplo apoio popular ao instrumento multiplicador de vozes, o grupo monopólico se resignou a defender que tinha direito de ficar com todas as licenças, mesmo que isso não fosse o mais democrático. O Clarín agora reivindica abertamente o direito de ter o monopólio que adquiriu ao longo da história, porém a história agora é outra.

Mesmo com boa parte do espectro radiodifusor nas mãos do monopólio, a lei já criou um ambiente com uma diversidade de vozes que faz inveja a países como o Brasil. Os números do que já foi feito em 4 anos dão a dimensão da mudança. Desde a aprovação da lei de meios, foram instaladas, na Argentina, 152 rádios em escolas de primeiro e segundo graus, 45 TVs e 53 rádios FM universitárias. Se, no Brasil, os povos originários lutam para não perder direitos constitucionais, no país vizinho eles já passaram a ter o seu primeiro canal na TV aberta e 33 canais de rádio. A posse de meios de comunicação por parte desses povos era proibida antes da nova lei entrar em vigor.

Além de distribuir o espaço de forma mais equilibrada e plural, a lei de meios também começa a transformar radicalmente a economia setor. Mais de 65% do país está coberto por cooperativas de operadoras de TV a cabo e a distribuição gratuita de 1 milhão e duzentos mil codificadores digitais já possibilita a cobertura de 82,5% do território com TV digital aberta. Mais de 4.200 horas de conteúdos e 900 séries de ficção foram produzidas com fomento federal e distribuídas em mais de 30 canais nacionais e estaduais. A Argentina agora conta com 9 polos de produção audiovisual e 100.000 novos postos de trabalho no setor.

Centenas de comunicadores também surgiram nos últimos quatros anos. E para comemorar a política pública que tem tornado efetivo o direito à comunicação e transformado milhões de consumidores em comunicadores ativos não se restringiu a um tradicional ato público, eles foram reunidos no Primeiro Encontro de Comunicação dos Territórios. Nele, compartilharam experiências que estão sendo construídas do extremo norte do país à Patagônia, não mais apenas na cidade de Buenos Aires. O evento aconteceu na antiga Escola de Guerra Naval, hoje transformada no Espaço da Memória e de Defesa dos Direito Humanos. Não há como descrever a emoção de ver os corredores onde 5.000 pessoas foram torturadas, mortas e desaparecidas pela ditadura tomados por pessoas que comemoravam a vitória da democracia. Some-se a isso o fato do espaço não se dedicar apenas à memória, mas também à defesa dos direitos humanos, o que faz dele um espaço vivo que abriga, além do Arquivo Nacional da Memória a Universidade da Madres de Mayo, a produção de um dos canais de TV Públicos e diversas outras estruturas de organizações de ativistas defensores de direitos humanos.

A mesa que abriu os trabalhos estava composta pelo Ministério da Educação, Ministério da Saúde, Ministério do Desenvolvimento Social, Ministério do Trabalho Emprego e Seguridade Social, Ministério de Relações Exteriores, Comissão Nacional de Comunicação e Autoridade de Serviços de Comunicação Audiovisual (AFSCA) e pelo Instituto Nacional de Tecnologia Agropecuária (INTA). A composição nos dá a dimensão do que é trabalhar os diretos humanos como uma política de Estado e não apenas como uma pasta secundária. O INTA é o instituto equivalente à EMBRAPA no Brasil. Se levarmos em conta que foi o INTA o setor que mais mobilizou comunicadores para o evento, conseguiremos entender o que de fato significa construir políticas públicas que considerem a comunicação como direito e não como um negócio comercial. Um país que assume essa postura permite que se torne uma ferramenta importante não apenas para jornalistas e produtores audiovisuais, mas também para camponeses, povos originários e cidadãos.

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*Pedro Ekman é integrante da Coordenação Executiva do Intervozes



domingo, 27 de outubro de 2013

Vestibular de Verão 2014 do IESA

Estão abertas, desde o dia 21, as inscrições para o Vestibular de Verão 2014 do IESA. O prazo encerra-se no dia 29 de novembro, com aplicação da prova no domingo, 1º de dezembro.

Para esta edição serão disponibilizadas 643 vagas para os seis cursos de graduação: 100 vagas para Administração, 100 para Biomedicina, 80 para Ciências Contábeis, 163 para Direito, 100 vagas para Fisioterapia e outras 100 para o curso de Pedagogia.
Para disputar a seleção, o candidato precisa realizar inscrição junto ao portal iesanet.com.br. No primeiro mês, de 21 de outubro a 21 de novembro, a taxa de inscrição será de R$ 30. Já na última semana, de 22 a 29 de novembro, a inscrição passa a ser de R$ 50.

Prova

Aplicada no dia 1º de dezembro, entre 9h e 12h, a prova será composta de redação, sobre um tema da atualidade, e 30 questões objetivas sobre o conteúdo do Ensino Médio: Língua Portuguesa, Biologia, Matemática, Química e Conhecimentos Gerais.

Do total de vagas, 20% são reservadas para candidatos que optarem pelo ingresso com a nota do Enem.

EAD

No IESA, também seguem abertas as inscrições para os cursos à distância em Pedagogia (licenciatura), Gestão de Recursos Humanos e Processos Gerenciais – estes dois últimos na condição de tecnólogo, com duração de dois anos.


Atleta santa-rosense integra seleção que venceu torneio na Hungria

Destaque na Europa, atleta santa-rosense 
pode voltar ao Brasil

Deonise Fachinello Cavaleiro


Depois de atuar por sete anos na Europa, a atleta santa-rosense de handebol Deonise Fachinello Cavaleiro pode voltar a jogar por uma equipe brasileira. Tudo vai depender das condições que apontem para a participação nos Jogos Olímpicos de 2016, no Rio de Janeiro.

A atleta nascida em Santa Rosa há 30 anos, se tornou um dos maiores destaques do handebol mundial. Atuou por equipes no Brasil, depois rumou para a Europa onde atuou em equipes da Espanha, Áustria e França.

- “É uma possibilidade que existe, tendo uma estrutura onde eu possa manter um nível técnico alto para poder chegar bem em 2016, por que não?", comentou. Deonise que vive uma ótima fase na Europa, onde foi eleita a melhor de sua equipe, o Hypo, da Áustria, na disputa da Champions League.

Atualmente integra a equipe do Hypo NÖ, da Áustria. “Estou na equipe desde a temporada passada onde conquistamos os títulos da Liga Austríaca, Copa da Áustria e Recopa da Europa. Deonise conversou com o editor:

Quando foi a última vez que esteve em Santa Rosa?

Já faz muito tempo. Quando jogava pela equipe gaúcha da Ulbra/Altero/Paquetá fui um fim de semana relembrar onde tinha nascido. Uma pena não poder ter ficado mais tempo, gostaria de conhecer mais sobre Santa Rosa.

Qual a impressão que teve da cidade?

Fui embora muito pequena (tinha 2,5 anos quando a família se mudou para Ivaí, Paraná), mas a lembrança que tenho é de uma vida limpa, em todos os sentidos. Um povo muito amigo. Lembro que a casa dos meus pais tinha sempre os vizinhos conversando e todos se ajudando no que fosse preciso. Isso é algo que vou levar para sempre, essa pureza da amizade entre as pessoas.

Deixou parentes em Santa Rosa?

Tenho um tio e alguns primos por parte de pai. Infelizmente é difícil de manter contato com eles porque há muitos anos estou longe e acabamos por perder todo o contato.

Ao término da entrevista, Deonise ressaltou o carinho que nutre pela sua cidade natal e revelou que sempre que possível se identifica como “gaúcha de Santa Rosa”.

- “Sei que estive sempre longe de todos vocês, mas quero que saibam que o meu amor pela minha terra sempre existiu. Tenho muito orgulho de dizer a todos pelo mundo que sou uma Gaúcha de Santa Rosa. Quero poder levar todos vocês junto comigo ao lugar mais alto do pódio no próximo mundial e na Olimpíada. Cada vitória minha também é de vocês” – finalizou.


>> Acesse o site da atleta: www.deonise.com

>> FACEBOOK: www.facebook.com/deonisecavaleiro

<> Matéria publicada na edição impressa da Revista Afinal nº 42 / Out.2013.

Confira a revista online aqui: http://issuu.com/gersonrodrigues/docs/afinal__42_


Dia Nacional do Livro

Bienal Internacional de Curitiba tem instalação interativa na Biblioteca Pública do Paraná no Dia Nacional do Livro


O Dia Nacional do Livro é comemorado em 29 de outubro e a Biblioteca Pública do Paraná (BPP) pretende atrair um grande público, já que além de sua extensa coleção de publicações, conta com uma instalação interativa inspirada na literatura.

A obra “Reler”, da premiada artista Raquel Kogan, faz parte da Bienal Internacional de Curitiba 2013 e é composta por 24 livros aparentemente iguais entre si. Eles se diferenciam por um número dourado e devem ser ouvidos, não lidos. O som remete a trechos de textos selecionados por 24 pessoas, que também são responsáveis por imprimir ali conteúdo e voz. Quem abre um desses livros, tem o rosto iluminado por um led enquanto o som é reproduzido.

Por exemplo, Antonio Abujamra escolheu um trecho do livro “A tabacaria”, de Fernando Pessoa; Ayrton Luiz de Campos Bicudo escolheu “A chave do tamanho”, de Monteiro Lobato e Filipe Leite escolheu a “Cozinha confidencial”, de Anthony Bourdain.

Raquel Kogan foi selecionada no Rumos Itaú Cultural Arte e Tecnologia duas vezes. Em 2002, dentro do recorte Transmídia, com a seleção de sua obra “Reflexão #3” e em 2006, na carteira de apoio à produção de obras do mesmo programa com a obra “Reler”, agora em exposição na BPP. Formada em arquitetura (Mackenzie), já expôs no México, Espanha, França, Alemanha, Estados Unidos e Portugal e ganhou o Prêmio Aquisição da Fundação Rômulo Maiorama (Pará, 2000) e Menção Honrosa no 6° Prêmio Sergio Motta de Arte e Tecnologia.

Serviço:
Biblioteca Pública do Paraná
Data: 31 de agosto a 1° de dezembro de 2013
Horário de visitação: 8h30 às 20h (2ª a 6ª feira) e 8h30 às 13h (sábado)
Local: Rua Cândido Lopes, 133 I Centro
Tel.: (41) 3221-4900 e 3225-6883
Ingresso: Gratuito

Imagens: http://www.mediafire.com/sorttiesolcriativas





sábado, 26 de outubro de 2013

Danúbio Gonçalves expõe na capital gaúcha

Danúbio Gonçalves e o santa-rosense Arnaldo
Buss, na Galeria Duque.
Aos 88 anos, Danúbio Gonçalves, natural de Bagé, um dos maiores ícones vivos e em atividade nas artes plásticas do Rio Grande do Sul irá realizar uma grande exposição na Galeria Espaço Cultural Duque, onde mostrará seus desenhos, pinturas, gravuras e colagens demonstrando que o artista continua produzindo provocado por sua criatividade e ousadia na liberdade de estilos.

Danúbio A Glória do pincel tem a curadoria de Wagner Patta, que selecionou obras das mais diversas fases do artista, reconhecido como mestre da gravura, um “artesão paciencioso”, como afirmava Érico Veríssimo. Diversas pinturas foram selecionadas, como algumas da reconhecida série Balonismo, muitos desenhos e outras técnicas que tem como tema o erotismo, frequente em sua obra, assim como os desenhos e gravuras que registram as últimas charqueadas.
Danúbio também é reconhecido por sua obra pública como murais pintados e seus mosaicos, como o que se encontra em frente ao Mercado Público de Porto Alegre intitulado “Memorial da Epopeia Rio-Grandense Missioneira e Farroupilha”, de 31X3m, e o da Igreja São Sebastião, também na capital gaúcha. É um mestre da gravura, um “artesão paciencioso”, como afirmava Érico Veríssimo.

A exposição
A exposição está dividida em três segmentos aos quais mostram diversas características distintas possibilitando novas interpretações.
No primeiro andar da exposição é possível encontrar obras de Danúbio em diálogo com artistas que marcaram sua trajetória artística e influenciaram sua produção.
No segundo andar continuam as obras que influenciaram e dialogam com as obras de Danúbio e podemos apreciar, também, um conjunto de obras que foram trazidas do atelier do artista mostrando as principais características ao qual o artista conquistou sua glória e esplendor.
O visitante poderá encontrar no terceiro andar um conjunto de obras inéditas e mais ousadas, com materiais distintos, mostrando a produção recente, assim como teremos, pela 1ª vez, a cedência de duas obras de Danúbio, que foram adquiridas recentemente pelo MARGS. Este termo de empréstimo demonstra a importância da exposição na retrospectiva do artista e o grau de confiança que a Galeria conquistou no cenário do Estado do Rio Grande do Sul.

O artista:
Danúbio Gonçalves estudou com Cândido Portinari e frequentou em Paris a Academia Julian e fez contatos com Vasco Prado e Iberê Camargo. Foi um dos fundadores dos Clubes de Gravura em Bagé e em Porto Alegre. No Atelier Livre da Prefeitura, por mais de três décadas, contribuiu para a formação de gerações de jovens artistas ensinando, acima de tudo, sua paixão pelo ofício.

O curador
A Galeria, propôs uma curadoria ousada a Wagner Patta, que também atua na curadoria do MARGS, auxiliando os curadores em suas exposições. A exposição foi idealizada pela modelo Ledir Carvalho Krieger e não podemos deixar de agradecer todo o apoio fornecido pela Sandra Gonçalves.
“As obras estão distribuídas em justaposição criando diálogos que conduzem o visitante a conhecer aspectos da vida de Danúbio”, afirma Wagner Patta.

A Galeria
A Galeria Espaço Cultural Duque, localizada na Rua Duque de Caxias, 649 no Centro Histórico de Porto Alegre, com quatro andares e um acervo fantástico, com grandes nomes locais, nacionais e internacionais à disposição do público. Para que esta exposição acontecesse foi necessário restaurar diversas obras que estavam no Atelier do artista.
A prédio da galeria recentemente passou, também, por um restauro de sua estrutura externa e possui três andares expositivos e um café ao qual o público pode apreciar a arte com o maior conforto possível. A galeria também é totalmente climatizada, com acessibilidade universal e possui total segurança para acomodar as obras de Danúbio Gonçalves.

Exposição Danúbio – “A Glória do Pincel”
De 8 de outubro a 14 de dezembro
Na Galeria Espaço Cultural Duque (rua Duque de Caxias, 649)
De segunda a sexta, das 10h às 19h e aos sábados das 10h às 17h
Entrada Franca

Galeria Espaço Cultural Duque
Rua Duque de Caxias, 649
Centro Histórico
Porto Alegre - RS
galeriadaduque@gmail.com
www.galeriaespacoculturalduque.com.br
51 3228 6900


Música de Cena no Ocidente

MÚSICA DE CENA – ARTHUR DE FARIA E TRUPE



O músico e compositor Arthur de Faria vem criando canções para trilhas sonoras de filmes e peças de teatro há muito tempo. Pois finalmente resolveu juntar muitas delas no espetáculo musical MÚSICA DE CENA, tocadas, cantadas e, por vezes, encenadas por uma grande e animada trupe selecionada entre diversos grupos da cena teatral porto-alegrense. O show, conduzido por ele e dirigido por Áurea Baptista, vai ser apresentado dia 30 de outubro, quarta-feira, às 21 horas no Bar Ocidente.

Música de Cena foi surgindo aos poucos: primeiro a compilação das músicas, depois a vontade de juntá-las em disco e, por fim, a ideia de colocá-las, antes do álbum, num palco, interpretadas por quem mais entende do assunto: músicos/atores, com seus figurinos e maquiagens, criando novos climas a partir dos espetáculos originais: Solos Trágicos, Antígona, Flicts, Wonderland e o Que Michael Jackson Encontrou por Lá, Natalício Cavalo, O Casamento do Grande Mágico Maycon Estallone, Os Plagiários, Puzzle e Ideologia, Marxismo & Rock´n´Roll.

A trupe (que varia), neste show é formada por Arthur de Faria, Áurea Baptista, Gustavo Susin, Marcelo Crawshaw, Frederico Vittola, Pingo Alabarce, Valquiria Cardoso, Ursula Collischonn e Marina Mendo, com iluminação de Wander Wildner.

O diretor e produtor teatral Luciano Alabarse viu o espetáculo e escreveu em Zero Hora:

"Arthur de Faria é pop. Arthur de Faria é rock. Arthur de Faria é o mais talentoso compositor gaúcho de sua geração. (...) É justamente a variedade de estilos e gêneros que mostra o talento singular de Arthur. (...) O show Música de Cena, mais recente trabalho do multi-instrumentista poderia ser apresentado em qualquer cidade descolada do mundo, e viraria sucesso instantâneo. Bom que esteja sendo apresentado aqui, em Porto Alegre.(...) Tantos acertos se devem à contribuição da irreverente equipe, composta por alguns dos mais talentosos jovens atores da cena local. Todos estão admiravelmente bem, a serviço do clima de cabaré alemão que impregna a cena. A direção de Áurea Baptista acentua, acertadamente, o clima brechtniano da apresentação. Impossível não pensar em Kurt Weill, As composições, que abrilhantaram espetáculos de Dilmar Messias, Patrícia Fagundes e Daniel Colin estão presentes, cantadas, coreografadas e tocadas por todos, com talento, informalidade e humor. Se você quer se divertir e acreditar que há vida inteligente nos palcos gaúchos, não deixe de ver Música de Cena".

Show : MÚSICA DE CENA – ARTHUR DE FARIA E TRUPE
Data : 30 OUTUBRO – QUARTA
Horário : 21 HORAS
Local : BAR OCIDENTE - Av. Osvaldo Aranha 960 – Porto Alegre
Ingressos : R$20,00


quinta-feira, 24 de outubro de 2013

O ALEMÃO VOADOR

MARCELO DAHMER É LÍDER DEPOIS DE VENCER AS TRÊS PRIMEIRAS RODADAS DO ESTADUAL DE MOTOVELOCIDADE

Foto: Arquivo pessoal

O piloto três-maiense Marcelo Werri Dahmer, 25 anos, começou uma nova etapa em participações esportivas. Depois de atuar por oito anos em pistas de terra no motocross, Dahmer optou por disputar o campeonato gaúcho de motovelocidade, agora no asfalto.
 
- “Velocidade exige nova postura do piloto. As motos são super rápidas, vão a 300 km/h nas retas. O piloto fica colado à moto, formando um corpo só, deslocando-se apenas nas freadas e curvas” – explica Dahmer.

A estreia ocorreu em Santa Cruz do Sul, em agosto, na abertura do campeonato que se prolonga até novembro, dividido em cinco etapas. Dessas, três foram vencidas pelo piloto três-maiense. Ele lidera a categoria Turismo.


Foto: André Cobalchini (Chacal)
Marcelo Dahmer corre com uma Suzuki, ano 2009. Seus adversários, na maioria, correm com motos da marca Kawazaki. A Suzuki de Marcelo é considerada ‘exótica’ e antiga, mesmo assim, tem superado todos os desafios. A prioridade é conseguir recursos para adquirir uma nova suspensão e se possível, uma nova moto. As despesas atingem o montante de cinco mil reais por prova. Toni Manhabosco, um dos patrocinadores, provoca o riso de todos quando conta que ‘no princípio, todos o achavam louco. Agora, eles têm certeza!’

A penúltima etapa do Gaúcho de Motovelocidade será em Guaporé, dias 9 e 10 de novembro, e a última etapa em Santa Cruz do Sul, dias 7 e 8 de dezembro.

Marcelo Dahmer tem como patrocinadores o Posto Fritsch, Hettwer Bier, Welke Motos, Pneucar, Pertoni Motos e Dahmer Mármores e Granitos.



As novas doenças provocadas pelo uso da internet

É oficial. Conheça oito novas doenças que surgiram - ou pioraram - por conta do uso quase compulsivo da Internet e dos dispositivos digitais móveis


A Internet é um buffet infinito de vídeos de gatos, TV e Instagrams de celebridades. Mas ela também pode estar aos poucos levando você à beira da insanidade. E não estamos aqui usando nenhuma figura de linguagem.

À medida que a Internet evoluiu para ser onipresente da vida moderna, testemunhamos o aumento de uma série de transtornos mentais distintos ligados diretamente ao uso da tecnologia digital. Até recentemente, esses problemas, amenos ou destrutivos, não tinham sido reconhecidos oficialmente pela comunidade médica.

Algumas dessas desordens são novas versões de aflições antigas, renovadas pela era da banda larga móvel, enquanto outras são criaturas completamente novas. Não fique surpreso se você sentir uma pontinha de – pelo menos – uma ou duas delas.

Nomophobia

O que é: a ansiedade que surge por não ter acesso a um dispositivo móvel. O termo "Nomophobia" é uma abreviatura de "no-mobile phobia" (medo de ficar sem telefone móvel).

Sabe aquela horrível sensação de estar desconectado quando acaba a bateria do seu celular e não há tomada elétrica disponível? Para alguns de nós, há um caminho neural que associa diretamente essa sensação desconfortável de privação tecnológica a um tremendo ataque de ansiedade.

A nomophobia é o aumento acentuado da ansiedade que algumas pessoas sentem quando são separadas de seus telefones. E não se engane, pois não se trata de um #FirstWorldProblem (problema de primeiro mundo). O distúrbio pode ter efeitos negativos muito reais na vida das pessoas no mundo todo. E é mais intenso nos heavy users de dispositivos móveis

Tanto que essa condição encontrou seu caminho na mais recente edição do Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders (DSM-5, ou Manual Diagnóstico e Estatístico de Distúrbios Mentais) e levou a um programa de tratamento dedicado à Nomophobia no Centro de Recuperação Morningside em Newport Beach, Califórnia.

"Estamos condicionados a prestar atenção às notificações dos nossos telefones", disse Rosen. "Somos como os cães de Pavlov, de certa forma. Você vê as pessoas pegarem seus celulares e dois minutos depois fazerem a mesma coisa, mesmo que nada tenha ocorrido. Isso é impulsionado pela ação reflexa, bem como pela ansiedade para se certificar de que não ter perdido nada. É tudo parte da reação FOMO (Fear Of Missing Out, ou medo de estar perdendo algo)."

Síndrome do toque fantasma

O que é: quando o seu cérebro faz com que você pense que seu celular está vibrando no seu bolso (ou bolsa, se você preferir).

Alguma vez você já tirou o telefone do bolso porque o sentiu tocar e percebeu depois que ele estava no silencioso o tempo todo? E, ainda mais estranho, ele nem estava no seu bolso para começo de conversa? Você pode estar delirando um pouco, mas não está sozinho.

Segundo o Dr. Larry Rosen, autor do livro iDisorder, 70% dos heavy users (usuários intensivos) de dispositivos móveis já relataram ter experimentado o telefone tocando ou vibrando mesmo sem ter recebido nenhuma ligação. Tudo graças a mecanismos de resposta perdidos em nossos cérebros.

"Provavelmente sempre sentimos um leve formigamento no nosso bolso. Há algumas décadas nós teríamos apenas assumido que isso era uma leve coceira e teríamos coçado", diz Rosen em entrevista ao TechHive.

"Mas agora, nós configuramos o nosso mundo social para girar em torno dessa pequena caixa em nosso bolso. Então, sempre que sentimos um formigamento, recebemos uma explosão de neurotransmissores do nosso cérebro que podem causar tanto ansiedade quanto prazer e nos preparam para agir. Mas ao invés de achar que é uma coceira, reagimos como se fosse o telefone que temos que atender prontamente", completa.

No futuro, com a computação vestível, há o risco da doença evoluir para novas formas, como, por exemplo, usuários de Google Glass começarem a ver coisas que não existem porque seu cérebro está ligado a sinais típicos do aparelho.

Náusea Digital (Cybersickness)

O que é: a desorientação e vertigem que algumas pessoas sentem quando interagem com determinados ambientes digitais.

A última versão do iOS, sistema operacional móvel da Apple, é uma reivenção plana, versátil e bonita da interface do usuário móvel. Infelizmente, ela também faz as pessoas vomitarem e forneceu o mais recente exemplo da doença.
Assim que a nova versão do iOS foi liberada para os usuários de iPhone e iPad no mês passado, os fóruns de suporte da Apple começaram a encher com reclamações de pessoas que sentem desorientação e náuseas depois de usar a nova interface.

Isso tem sido atribuído em grande parte ao efeito que faz com que os ícones e a tela de abertura pareçam estar se movendo dentro de um mundo tridimensional abaixo do visor de vidro.

Essas tonturas e náuseas resultantes de um ambiente virtual foram apelidadas de ciberdoença. O termo surgiu na década de 1990 para descrever a sensação de desorientação vivida por usuários iniciais de sistemas de realidade virtual. É basicamente o nosso cérebro sendo enganado e ficando enjoado por conta da sensação de movimento quando não estamos realmente nos movimentando.

Depressão de Facebook

O que é: a depressão causada por interações sociais (ou a falta de) no Facebook.

Os seres humanos são criaturas sociais. Então você pode pensar que o aumento da comunicação facilitada pelas mídias sociais faria todos nós mais felizes e mais contentes. Na verdade, o oposto é que parece ser verdade.

Um estudo da Universidade de Michigan mostra que o grau de depressão entre jovens corresponde diretamente ao montante de tempo que eles gastam no Facebook.

Uma possível razão é que as pessoas tendem a postar apenas as boas notícias sobre eles mesmos na rede social: férias, promoções, fotos de festas, etc. Então é super fácil cair na falsa crença de que todos estão vivendo vidas muito mais felizes e bem-sucedidas que você (quando isso pode não ser o caso).

Tenha em mente que esse crescimento da interação das mídias sociais não tem que levar ao desespero.

O Dr. Rosen também conduziu um estudo sobre o estado emocional dos usuários do Facebook e identificou que, enquanto realmente há uma relação entre o uso do Facebook e problemas emocionais como depressão, os usuários que possuem um grande número de amigos na rede social mostraram ter menor incidência de tensão emocional.

Isso é particularmente verdade quando o uso da mídia social é combinado com outras formas de comunicação, como falar ao telefone.

Moral da história: 1) não acredite em tudo o que seus amigos postam no Facebook e 2) pegue o telefone de vez em quando.

Transtorno de Dependência da Internet

O que é: uma vontade constante e não saudável de acessar à Internet.

O Transtorno de Dependência da Internet (por vezes referido como Uso Problemático da Internet) é o uso excessivo e irracional da Internet que interfere na vida cotidiana. Os termos "dependência" e "transtorno" são um pouco controversos na comunidade médica, já que a utilização compulsiva da Internet é vista frequentemente como sintoma de um problema maior, em vez de ser considerada a própria doença.

"Diagnósticos duplos fazem parte de tratamentos, de modo que o problema está associado a outras doenças, como depressão, TOC, Transtorno de Déficit de Atenção e ansiedade social", diz a Dra. Kimberly Young. A médica é responsável pelo Centro de Dependência da Internet, que trata de inúmeras formas de dependência à rede, como o vício de jogos online e jogos de azar, e vício em cibersexo.

Além disso, ela identificou que formas de vício de Internet geralmente podem ser atribuídas a "baixa autoestima, baixa autossuficiência e habilidades ruins".

Vício de jogos online

O que é: uma necessidade não saudável de acessar jogos multiplayer online.

De acordo com um estudo de 2010 financiado pelo governo da Coreia do Sul, cerca de 18% da população com idades entre 9 e 39 anos sofrem de dependência de jogos online. O país inclusive promulgou uma lei chamada "Lei Cinderela", que corta o acesso a games online entre a meia-noite e às 6 da manhã para usuários com menos de 16 anos em todo o país.

Embora existam poucas estatísticas confiáveis ​​sobre o vício em videogames nos Estados Unidos, o número de grupos de ajuda online especificamente destinados a essa aflição aumentou nos últimos anos. Exemplos incluem o Centro para Viciados em Jogos Online e o Online Gamers Anonymous, que formou o seu próprio programa de recuperação de 12 passos.

Embora a atual edição do Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders não reconheça o vício em jogos online como um transtorno único, a Associação Psiquiátrica Americana decidiu incluí-lo em seu índice (ou seção III), o que significa que estará sujeito a mais pesquisa e pode eventualmente ser incluído junto a outras dependências não baseadas em substâncias químicas, como o vício em jogos de azar.

"Quando você é dependente de algo, seu cérebro basicamente está informando que precisa de certas substâncias neurotransmissoras, particularmente a dopamina e a serotonina, para se sentir bem", diz o Dr. Rosen. "O cérebro aprende rapidamente que certas atividades vão liberar essas substâncias químicas. Se você é um viciado em jogos de azar, tal atividade é o jogo. Se você é um viciado em jogos online, então a atividade é jogar vídeogames. E a necessidade de receber os neurotransmissores exige que você faça repetidamente a atividade para se sentir bem."

Cibercondria, ou hipocondria digital

O que é: a tendência de acreditar que você tem doenças sobre as quais leu online.

O corpo humano é um magnífico apanhado de surpresas que constantemente nos presenteia com dores misteriosas, aflições e pequenos inchaços que não estavam ali da última vez que verificamos. Na maioria das vezes, essas pequenas anormalidades não dão em nada.

Mas os vastos arquivos de literatura médica disponíveis online permitem que a nossa imaginação corra solta em todos os tipos de pesadelos médicos!

Teve uma dor de cabeça? Provavelmente não é nada. Mas, de novo, a WebMD diz que essas dores de cabeça são um dos sintomas de tumor no cérebro. Há uma chance de você morrer muito em breve! É esse o tipo de pensamento que passa pela cabeça de um cibercondríaco – que juntam fatores médicos para chegar às piores conclusões possíveis.

E isso está longe de ser incomum. Em 2008, um estudo da Microsoft descobriu que autodiagnósticos feitos a partir de ferramentas de busca online geralmente levam os "buscadores aflitos" a concluir o pior. A hipocondria sempre existiu, claro, mas antes as pessoas não tinham a Internet para ajudar a pesquisar informações médicas às três da manhã. A cibercondria é apenas uma hipocondria com conexão banda larga.

"A Internet pode exarcebar os sentimentos existentes de hipocondria e, em alguns casos, causar novas ansiedades. Porque há muita informação médica lá fora, e algumas são reais e válidas e outras contraditórias", disse o Dr. Rosen. "Mas, na Internet, a maioria das pessoas não pratica a leitura literal da informação. Você pode encontrar uma maneira de transformar qualquer sintoma em milhares de doenças terríveis. Você alimenta essa sensação de que está ficando doente."

O efeito Google

O que é: a tendência do cérebro humano de reter menos informação porque ele sabe que as respostas estão ao alcance de alguns cliques.

Graças à Internet, um indivíduo pode facilmente acessar quase toda a informação que a civilização armazenou ao longo de toda sua vida. Acontece que essa vantagem acabou alterando a forma como nosso cérebro funciona.

Identificada algumas vezes como "The Google Effect" (ou efeito Google) as pesquisas mostram que o acesso ilimitado à informação faz com que nossos cérebros retenham menos informações. Ficamos preguiçosos. Em algum lugar do nosso cérebro está o pensamento "eu não preciso memorizar isso porque posso achar no Google mais tarde".

Segundo o Dr. Rosen, o Efeito Google não é necessariamente uma coisa ruim. Ele poderia ser visto como o marco de uma mudança social, uma evolução que apontaria para o nascimento de uma população mais esperta e mais informada. Mas também é possível, admite ele, que tenha resultados negativos em certas situações. Por exemplo, um jovem adolescente não memorizar a matéria das provas porque ele sabe que a informação estará no Google quando ele precisar, diz o médico.


Fonte: Pragmatismo Político (via Geledés Instituto da Mulher Negra)




Manifesto de um sem-vergonha

Otávio V. de Siqueira*

Em minha adolescência, fui tão tímido que seria melhor chamar esta fase da minha vida de vergonhecência. Tinha vergonha de tudo. De conversar, de aparecer, de andar na rua. Das meninas. Pouca coisa resta a um piá feio e tímido a não ser ficar no quarto e fazer dele um refúgio para ouvir as músicas que ninguém mais gosta ou ler alguma coisa enquanto espera a adolescência passar. Mas um dia isso precisa mudar. Ano após ano, a vergonha vai passando. A de conversar, a de aparecer, a de andar na rua. Até a das meninas. Ufa! Mas confesso: perdi vergonhas demais e minha sem-vergonhice só se fez aumentar. Hoje, descobri que sou um completo sem-vergonha. Descaradamente, vou revelar o porquê.

Só um sem-vergonha pode contar que ouve Paul Mauriat e Richard Clayderman, enquanto muitos têm vergonha de admitir que gostam de sertanejo universitário.

Um sem-vergonha dá sua opinião sincera, mesmo que ela seja o inverso do que espera a maioria. Aliás, o sem-vergonha não tem vergonha de ser minoria.

Na República do Pampa, só o sem-vergonha recusa uma cuia e admite que não gosta de mate, enquanto um tímido se queima por falta de prática.

É preciso ser muito sem-vergonha para não ter um perfil no Facebook, enquanto os pudicos postam suas fotos sem rosto tiradas diante do espelho.

O sem-vergonha sabe recusar, enquanto o avergonhado adora tudo que não gosta.

A moda abraça os que têm vergonha de dizer que gostariam de ser mais simples, enquanto um sem-vergonha observa tudo de longe.

O sem-vergonha se dá o direito de ter mais coração do que bíceps.

Um sem-vergonha admite quando está triste, enquanto muito acanhado vive a fingir felicidade.

Sexo por sexo os recatados andam fazendo bastante. Mas só um verdadeiro sem-vergonha consegue dizer “eu te amo” olhando nos olhos de uma mulher.

* Otávio Vicari de Siqueira é publicitário.

 










<> Texto publicado na página 14 da edição nº 42 da Revista Afinal.




quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Bienal Internacional de Curitiba

Questões sociais são tema de obras de artistas da Bienal Internacional de Curitiba neste Dia das Nações Unidas

Nesta quinta-feira, dia 24 de outubro, se comemora o Dia das Nações Unidas e alguns artistas da Bienal Internacional de Curitiba expõem trabalhos relacionados ao tema.




Os conflitos militares e o desarmamento; o trabalho escravo e infantil; a miséria na África; os desafios de preservação do meio ambiente, enfim o pleno exercício dos direitos humanos são apenas algumas das questões atuais que a Organização das Nações Unidas se propõe a lutar. Nesta Bienal, mais de 20 artistas de diversos lugares do mundo trazem à tona seu pensamento crítico e criatividade nesta discussão global.

O argentino Carlos Trilnick utiliza um estádio de futebol vazio e um pano preto cobrindo um dos gols para propor, no vídeo intitulado “Contahomenaje 1978-2003, 2003”, um relato metafórico da corrupção e violação dos direitos humanos na Argentina durante a ditadura militar. Especializado em vídeo, fotografia e tecnologias digitais, já expôs no MOMA em Nova Iorque, na Bienal das Imagens em Movimento de Genebra, no Instituto de Arte de Chicago.

O artista japonês Jonathan Meese apresenta foto-colagem e livros com aplicações em cerâmica que abordam a iconografia do nazismo e remetem à problemática do tempo e da matéria. Ele faz parte do Magnet River, um coletivo de artistas europeus que também expõem nesta Bienal. Sua obra está presente em museus importantes como o ARTAX em Dusseldorf e o Pompidou em Paris.

William Kentridge é um dos principais nomes da cena artística mundial, um sul-africano que mostra quatro vídeo-animações nesta Bienal, dentre elas, "Felix in Exile". Os vídeos inovam na técnica, com discursos que abordam conflitos sociais, pessoais e a transição da África do Sul, com sua independência e o fim do apartheid.

A obra "Abismo" do brasileiro João Castilho é um vídeo minimalista em que imagens plásticas incertas é mostrado um bote com homens negros, quase invisíveis à noite, rumo ao desconhecido. Alude aos imigrantes africanos clandestinos que hoje buscam o sul da Europa, ou aos que partem de Cuba rumo à Flórida. Pelo seu trabalho já recebeu os prêmios Ibram de Arte Contemporânea, Projets de Création Artistique, Prêmio Marc Ferrez de Fotografia e Prêmio Conrado Wessel.

O alemão Wolfgang Stiller expressa a sua arte a partir do sofrimento físico e mental, gerado pelos desgastes urbanos cotidianos, que provocam o esgotamento ou burn out diante das pressões do dia a dia. A instalação “Monges” representa um grupo de seres refugiados, vivendo distante dos conflitos da sociedade contemporânea. Sua obra faz parte de coleções como Museum Bochum (Alemanha) e Museum Belden na Zee (Holanda).

O imaginário da guerra se faz presente em diversos outros trabalhos como na série “Farsa”, da artista Dora Longo Bahia, que mostra a profundidade da pesquisa pictórica sempre com implicações políticas. Os contextos de guerra em pinturas históricas são confrontados com fotografias de mesmo cunho, que circularam na mídia. As pinturas realizadas sobre lona de caminhão do exército são vandalizadas no espaço expositivo pela própria artista que é doutora em Poéticas Visuais (ECA/USP).

Para a israelense Michal Rovner, a obra “Tracing” é um trabalho elaborado na interseção entre a imagem estática da fotografia e a imagem em movimento referindo-se com frequência ao tempo e a condição humana. Seu trabalho revela um histórico de discussão de questões políticas com exposições em Nova Iorque (Whitney Museum), Paris (Louvre) e Londres (Tate Gallery).

Dominique Dubosc nasceu na China, mas vive e trabalha principalmente em Paris. Cineasta de documentários desde 1968, já rodou cerca de cem filmes mundo afora. Em “Territórios ocupados”, doze sequências filmadas na Cisjordânia e em Gaza, mostra cenas cotidianas dos territórios palestinos ocupados por Israel. A obra revela mais do que a longa e sangrenta disputa pelo espaço, mas também o estado permanente de viver sob ameaça.

Na performance da australiana Jill Orr, mostra-se a crueldade da invasão americana ao Iraque através da representação da aberração humana de Goya. “The sleep of reason produces monsters” retrata os acontecimentos mundiais dos últimos tempos com esculturas criadas a partir de uma tonelada de ossos. Ela é doutora pela Universidade Monash (Melbourne, 2013) e já recebeu prêmios do Australia Council, Arts Victoria and Vic Health.

Em "Shadows from another place", a artista de webarte Paula Lavine mapeia a primeira noite da invasão americana em Bagdá (2003) espelhando-a na cidade de São Francisco. Interessada em uma ampla variedade de mídias digitais seus projetos recentes de utilizam a web, mapeamento e coordenadas GPS. "The Wall – The World" usa o Google-Earth para mostrar o muro de 15 milhas na Cisjordânia, que pode ser projetado em qualquer cidade escolhida pelo usuário.

Escritor, artista, publicitário e tecnólogo, James Bridle usa imagens do Google Earth para interagir com literatura, cultura e internet. Na obra "Dronestagram" o busca em sites da mídia, dos governos e na Wikipédia, as localidades que Drones (veículos aéreos não tripulados) utilizados por exércitos atingem.

Pioneira na arte web, a russa Olia Lialina apresenta em "My boyfriend came back from war" o relato de dois amantes que se reúnem após um conflito militar. O espectador vai alinhavando mentalmente o enredo, achando, por fim, um sentido do texto.

A investigação do artista colombiano Edwin Sánchez vem abordando a linha tênue da moral, a noção de direito e a complexidade da violência e do conflito armado em seu país. Os trabalhos tentam romper com as bases estabelecidas, mostrando quase sempre as provas dos seus delitos. Para ele interessa evidenciar os mecanismos perversos de uma sociedade e não apenas mostrar as soluções como na obra “Exercício de Anulação”. Ele já expôs na Costa Rica, Noruega e no México.

O paulistano Laerte Ramos mostra uma catalogação de armas de fogo cuja forma e tamanho são tão fiéis quanto o título das obras. “Arma Branca” e “Temporada de Caça” são armas feitas de cerâmica de amplo sentido pictórico. O artista já ganhou diversos prêmios como o Don Alvar Nuñes Cabeza de Vaca e o Prêmio Mostra Trienal de Gravura Lelocleprints04 (Suíça).

O cubano René Peña já participou de exposições individuais e coletivas na América e Europa. Sua fotografia assume os valores da bela forma (harmonia, equilíbrio, síntese e proporção), para registrar as contradições de uma realidade social conflituosa e apontar com ironia figuras da história da arte como é o caso de “Black Marat”.

O video-artista Antoni Abad expõe em "Megafone.Net" é uma plataforma que agrega materiais produzidos por grupos que sofrem algum tipo de discriminação, utilizando celulares com dispositivo fotográfico. Já foram desenvolvidas ações com desabrigados na Colômbia, taxistas no México, trabalhadores do sexo em Madrid, motoboys em São Paulo, cadeirantes em Barcelona, jovens camponeses em Leon e Lérida (Espanha).

A série “Mãos para São Paulo” do artista José de Quadros foi concebida como uma homenagem silenciosa às pessoas incógnitas que atuam nos grandes centros urbanos – retratando em monotipias as mãos de habitantes de São Paulo que foram vítimas de acidentes de trabalho e, por isso, mutilados. O trabalho é acompanhado de esculturas de ex-votos que retratam também corpos mutilados. Sua obra pictórica seja ela sobre papel, tela ou acrílicos abrange temas de caráter social e político baseadas em seu cotidiano e assimiladas através de seu olhar e sensibilidade aguçados.

O maceioense Delson Uchôa expõe sua tapeçaria elaborada com tinta acrílica e resina sobre lona. A desconstrução do clichê do tropicalismo brasileiro e a crítica ao circuito de produção e circulação dos bens transportados desde a China até o Nordeste estão presentes em sua obra, que também questiona a exploração do trabalho e o uso de mão de obra barata. Dentre diversas exposições destacam-se: Arco Madrid (Espanha, 2013 e 2011), 12ª Cairo Bienalle (Egito, 2010) e 10ª Bienal de la Habana (Cuba, 2009).

O hondurenho Adán Valencillo veio para Curitiba para criar sua obra que apresenta uma crítica social e ambiental utilizando pigmentos e fluidos (chorume) coletados no Aterro da Caximba. A obra foi feita diretamente na parede do Museu. Já expôs seu trabalho em bienais como a de Veneza (2011), Pontevedra na Espanha (2010) e La Habana em Cuba (2009).

Por fim, a obra do indiano Jitish Kallat propõe um novo planejamento urbano e paisagismo para a cidade de Mumbai. A proposta aparece na série fotográfica “Chlorophyll Park (Mutatus Mutandis)”, com soluções utópicas construídas para simular outra realidade. Nas imagens, o artista insere grama no chão, um elemento surreal que altera a realidade sobre o trânsito caótico da cidade. Kallat trabalha com uma grande variedade de meios como pintura, escultura, fotografia e instalação e já realizou exposições em lugares como o Museu Arken (Dinamarca), Museu de Arte Contemporânea de Lyon (França) e Essl (Áustria).


Serviço:
Data: Até 1° de dezembro
Adan Valencillo, Carlos Trilnick, Dominique Dubosc, Jonathan Meese, Michal Rovner, René Peña, William Kentridge, João Castilho, Delson Uchôa
Local: Museu Oscar Niemeyer (Rua Marechal Hermes, 999 I Centro Cívico)
Horário de visitação: 10h às 18h (3ª feira a domingo)
Tel.: (41) 3350-4400
Ingresso: R$6 e R$3 (meia entrada)


Edwin Sánchez
Local: Solar do Barão – Museu da Gravura e Museu da Fotografia Cidade de Curitiba

Horário de visitação: 9h às 12h e 13h às 18h (2ª a 6ª feira) e 12h às 18h (sábado, domingo e feriados)

Local: Rua Pres. Carlos Cavalcanti, 533 I Centro

Tel.: (41) 3322-1525

Ingresso: Gratuito



José de Quadros, Laerte Ramos, Dora Longo Bahia, Wolfgang Stiller

Local: Casa Andrade Muricy (Al. Dr. Muricy, 915 I Centro)

Horário de visitação: 10h às 19h (3ª a 6ª feira) e 10h às 16h (sábado, domingo e feriados)

Tel.: (41) 3321-4798 e 3321-4786

Ingresso: Gratuito

www.cam.cultura.pr.gov.br



Jitish Kallat
Local: Paço da Liberdade (Praça Generoso Marques, 189 I Centro)

Horário de visitação: 10h às 12h (3ª a 6ª feira), 10h às 18h (sábados) e 11h às 17h (domingos e feriados)

Tel.: (41) 3234-4200

Ingresso: Gratuito

http://sescpr.com.br/eventos/pacodaliberdade/



Jill Orr
Local: Galeria da APAP/PR (Associação Profissional dos Artistas Plásticos do Paraná - Av. Jaime Reis, s/n Sala 07 I São Francisco)

Horário de visitação: 14h às 17h (3ª a 6ª feira) e 10h às 13h (sábado e domingo)

Tel.: (41) 3232-0408

Ingresso: Gratuito

www.apap.com.br


domingo, 20 de outubro de 2013

E ASSIM NASCE O PROBLEMA ENTRE VONTADE E DESEJO

por Leonardo Inazaki*

“Ela” simplesmente observou, não houve correspondência entre o desejo do que era sentido e a vontade de realizar este algo. “Ela” precisou agir já que o desejo era um e a vontade era outra. Mas “Ela” sabia, ainda que não tivesse se manifestado que era a única capaz de controlar os desejos e as vontades como também estabelecer a diferença de uma e de outra. 

Se a Vontade é a responsável direta por colocar a vida em movimento e por meio dela fazer do pensamento ação o desejo por sua vez se conecta diretamente aos sentimentos e as emoções. Desejamos por sentires e emoções e realizamos isto pela vontade. Neste sentido, as duas apesar de se aproximarem – por que ambas querem algo –, se apresentam de formas distintas. Até mesmo por que a vontade pode, e freqüentemente o faz contrapor-se ao desejo para evitar a consumação de algo que pode nos trazer dor ou angustia. Assim nasce o problema e as diferenças notáveis entre o significado como uma e outra se expressa no desejo do masculino e do feminino. A vontade é a categorização do desejo em ação, como “Ela” é a Lógica ou a Razão mediando estas pulsões.

No feminino o desejo se mostra camuflado, com um disfarce sutil de forma quase que indireta. É uma espécie de savoir-faire que se manifesta de forma tímida ou intencionalmente acanhada. O feminino parece desejar menos que o masculino, com um tom de intensidade relativizada, mas isto é aparente e nas aparências não se encontra a verdade. Isto pode ser explicado por este desejo feminino se expressar com maior freqüência que no universo masculino.

Na verdade, o feminino deseja ardentemente, fortemente, mas sabe quando deve moldar seus desejos em relação ao outro. Este moldar evita o conflito e frustração do feminino ao não conseguir a realização de seus desejos e vontades. Quando não consegue a realização do desejo pela ação da vontade a idéia de destruição do mundo a sua volta é de uma crueza inconsolável e avassaladora. Tudo lhe escapa, tudo é trágico e um outro desejo toma conta como forma de substituir esta frustração. Comer por exemplo. Mas se realizado ou consumado o seu desejo a idéia de poder ou de realização, algo como ter o mundo em suas mãos, é capaz de envolvê-las completamente da cabeça aos pés.

No masculino o desejo se apresenta como uma linha reta, direto, imediato. É como se o masculino estivesse possuído de uma imensa fome e tivessem que matar esta fome de forma imediata. O desejo no masculino é imediato sem espera. O masculino se sente impaciente se não consegue consumar este desejo, ou seja, o impulso deste desejo é prioritário e mais facilmente confundido com a vontade. Quanto mais rápido o masculino consome seu desejo mais depressa se desmanchará sua impaciência.

Por isto que “Ela” a razão ou a lógica não pode permanecer em estado de imobilidade diante a Vontade e o Desejo humano. Se o Desejo provém de estímulos dos sentidos e das emoções a Vontade provém do pensamento e da razão. Se o Desejo satisfaz caprichos e fantasias a Vontade satisfaz necessidades na luta pela vida. Se o Desejo é impulsivo e de difícil controle a Vontade é racional, controlada pelo pensamento, enfim, se não houver a razão mediando estes conflitos nasce o problema entre a Vontade e o Desejo.


*Graduado em Filosofia.

<> Texto publicado na edição nº 43 da Revista Afinal.


sábado, 19 de outubro de 2013

Festa Nacional da Música reúne grandes nomes da MPB em Canela

A serra gaúcha vai respirar música e viver cultura a partir de 20 de outubro, quando começa a edição 2013 da Festa Nacional da Música, um dos maiores eventos do gênero na América Latina. Até o dia 24 (quinta-feira), grandes nomes da MPB, produtores, músicos,técnicos, empresários e profissionais ligados ao show business vão se reunir em Canela (RS) para shows, palestras, bate-papos, homenagens e diversão. 

Estão confirmados:Zeca Pagodinho, Beth Carvalho, Gusttavo Lima, Yamandu Costa,Jorge Aragão, Fernanda Abreu, Barão Vermelho, Só Pra Contrariar, Detonautas, Fafá de Belém, Ângela Maria, Hugo & Tiago, Sandra de Sá, Thiaguinho, Péricles, Chimarruts, Margareth Menezes, Jeito Moleque, Turma do Pagode, Fagner, Guilherme Arantes, Claus e Vanessa, Fresno, D’Black, George Israel, Diego Figueiredo, Serginho Moah, Paulo Massadas,Michael Sullivan, Guri de Uruguaiana, Oswaldir e Carlos Magrão, Elton Saldanha, Nelson Coelho de Castro, entre outros nomes da música brasileira.“É a maior concentração de artistas em um evento deste gênero”, avalia o organizador e idealizador da Festa, Fernando Vieira.

Além do grande número de artistas, a Festa Nacional da Música se destaca pela diversidade. Todos os ritmos são bem-vindos e tem espaço garantido: da bossa nova ao funk, do samba ao gospel, do sertanejo ao rock. “O Brasil tem uma riqueza de ritmos tão grande que nenhum poderia ficar de fora de um evento tão plural como este”, defende.

>> saiba mais, acesse: www.festanacionaldamusica.com.br 




quinta-feira, 17 de outubro de 2013

E por falar em Ética...

Comissão realiza I Jornada de Educação Ética da UFFS


A Comissão de Ética da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) realiza a I Jornada de Educação Ética da instituição, com programação nos meses de outubro e novembro.

A primeira etapa está programada para acontecer no Campus Cerro Largo (RS), no próximo dia 22 de outubro. Para o encontro a professora do curso de especialização em Ética e Direitos Humanos da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Giancarla Brunetto, organiza a palestra com o tema “Ética e Direitos Humanos”.

A Jornada será realizada no Auditório da Unidade Seminário do Campus Cerro Largo, às 19h. O público-alvo são os agentes públicos da esfera Federal, Estadual e Municipal, especialmente os vinculados à UFFS e demais interessados no tema “Ética na Administração Pública”.

Para a comunidade acadêmica não será necessária inscrição, diferentemente dos servidores externos que deverão realizá-la até o dia 21 de outubro, através do e-mail: etica@uffs.edu.br.

A palestra será transmitida via videoconferência a todos os campi. A próxima etapa da Jornada deve acontecer em Chapecó, no dia 21 de novembro.



Os Milagres do Caaró e os Santos Mártires das Missões.

por José Roberto de Oliveira*

As Missões começam a criar coragem de falar abertamente dos milagres que vêm ocorrendo no Santuário do Caaró. Gente de todo o País e países vizinhos têm vindo para agradecer as curas realizadas. Os turistas que visitam as Missões dizem “Aqui é um lugar que se sentem coisas”, há uma aura espiritual potente e que posiciona a região como um dos locais mais importantes de turismo místico e religioso do mundo.

A canonização dos Três Santos Missioneiros [Roque Gonzáles, Afonso Rodrigues e João de Castilho] se deve a cura de câncer da Senhora Maria Catarina Stein, moradora em São José do Inhacorá. O milagre foi reconhecido e no dia 16 de maio de 1988 o Papa João Paulo II canonizou-os, declarando-os Santos oficialmente. Os Santos são reconhecidos como do local onde são mortos e os nossos morreram na Região das Missões.

Nos últimos tempos se têm muitas informações de casos de curas. Na última vez que tivemos com a Globo News no Santuário do Caaró, após falar sobre as diversas ocorrências de milagres, um casal de Curitiba, que estava na Igreja disse que estavam ali agradecendo a cura de câncer na laringe do marido.

Na Romaria Mirim que ocorreu no dia 15 de agosto de 2013, mais um relato foi dado, neste caso de uma professora da região. O Pároco do Caaró se refere a muitos casos que são falados em termos de “confissão”, não podendo ser divulgados.

O certo é que a “Água milagrosa do Caaró” e as energias que a acompanham estão fazendo seus efeitos para as pessoas que ali buscam seus alívios.

Uma pergunta não quer calar: Se temos informações, por que não olhamos com entusiasmo e reconhecimento a presença dos Três Santos e os fatos que ali vêm ocorrendo?

A primeira hipótese que vem, é que a História das Missões não foi assumida pelos moradores da Região. Desconhece-se a importância das Missões para o mundo:

Voltaire chamou de ”Triunfo da Humanidade”. Montesquieu de ”Primeiro Estado Industrial da América”. O Padre Lugon, afirma que foi a mais original das sociedades realizadas. Paul Lafargue, em conjunto com Bernstein, Kautski, Plechanov explica que o projeto constituiu um das experiências mais extraordinárias, que jamais tiveram lugar. Charlevoix e Muratori reconheceram-na como um modelo sem precedentes de sociedade cristã. A revista Lês Lettres Edificantes et Curieuses, dirigida pelos jesuítas, comparava os guaranis aos primeiros cristãos e descrevia suas comunidades como a “realização ideal do cristianismo”. O Abade Carbonel chamou de ”coletivismo espontâneo”. Pablo Hernandez na Organización Social de lãs Doctrinas Guaranies, escreve que o maravilhoso surge a cada passo. O filósofo Rayal escreveu: Aí se observavam as leis, reinava uma civilidade exata, os costumes eram puros, uma fraternidade feliz unia os corações, todas as artes de necessidade estavam aperfeiçoadas. A abundância era ai universal.

Uma segunda hipótese sobre o não reconhecimento é de que os Jesuítas não nasceram aqui e como tal não são nossos. Para isto a obviedade de que foram os primeiros a chegar: Roque Gonzales de Santa Cruz nasceu na cidade de Assunção no ano de 1576. Seu pai, Bartolomeu Gonzales de Valverde, e sua mãe, Maria de Santa Cruz. Afonso Rodrigues nasceu aos 10 de março de 1598, em Zamora, Espanha. João de Castilho nasceu em Belmonte na Espanha em 14 de setembro de 1595.

Não custa lembrar que qualquer lugar do mundo renderia homenagens imensas aos seus Santos. Nós Missioneiros e Povo Gaúcho temos três Santos reconhecidos e canonizados, todavia, ainda são poucos os que buscam divulgar, orar e valorizá-los. Quem sabe se com a aprovação de Roma do processo que está em andamento sobre a Basílica dos Santos Mártires passemos a crer e prestar mais atenção nos milagres que estão ocorrendo a nossa volta. E para aqueles que só pensam em ganhar dinheiro, o tema está precisando de bons empreendedores.


* José Roberto de Oliveira é pesquisador sobre o tema das Missões e o processo de desenvolvimento regional.


Vanessa Longoni se apresenta no Rio

Vanessa Longoni se apresenta 
no Vizta dia 24 de outubro



A cantora gaúcha Vanessa Longoni se apresenta no próximo dia 24/10 no restaurante Vizta, no Rio de Janeiro, no Projeto que tem direção artística de Fernando Clark.

Vanessa canta músicas de seu disco de estreia “A Mulher de Oslo” – trabalho premiado no Rio Grande do Sul que traz, entre outras, “Espinho na Roseira”, de André Abujamra. De seu próximo CD “Canção para Voar”, que será lançado em novembro produzido por Antonio e Gastão Villeroy, ela adianta inéditas comoMercado, de Délia Fischer, que é o #SingledaSemana# do iTunes até 22/10 e Folia do Divino (Marcelo Delacroix/Ruben Penz), que no disco conta com a participação especialíssima do Danilo Caymmi. A cantora vem acompanhada pelos músicos André Siqueira (violão) e Marcelo Cebukin (flauta, clarinete e guitarra).

Baixe grátis e escute em primeira mão: https://itunes.apple.com/br/album/mercado-single/id720872114



SERVIÇO:

Show de Vanessa Longoni (voz)

Com: André Siqueira (violão) e Marcelo Cebukin (flauta, clarinete e guitarra)

Vizta – Av. Delfim Moreira, 630- 2ºAndar – Leblon - Hotel Marina Palace

Horário: a partir de 21h

Preço: R$40,00 (couvert artístico); lista amiga: R$30,00

Reservas: (21) 2172-1089 garantidas até às 21h15

Capacidade: 80 lugares

Censura: 18 anos.


Festival Vós - Experiências Culturais Sustentáveis

Na próxima semana, dia 21/10, tem início em Santa Maria o Festival Vós - Experiências Culturais Sustentáveis, que ocupa diversos espaços com programação completamente gratuita oferecendo oficinas nas áreas de artes, técnicas e de gestão e ainda uma mostra cultural.



Para as oficinas as inscrições podem ser feitas previa e gratuitamente através do site: http://vos.org.br/oficinas-e-debates/


Confira a programação:

- Oficina de Elaboração de Projetos para Editais Públicos. Dias: 21 e 22/10. Horário: 18h às 20h. Local: SUCV - 1º andar.

- Oficina de Roadie. Dias: 21, 22 e 23/10. Horário: 19h às 21h. Local: Macondo Lugar.

- Oficina Studio Ópera. Dias: 21 a 25/10. Horário: 14h às 16h. Local: Campus UFSM - Teatro Caixa Preta.

- Oficina de Criação de CNPJs para artistas e agentes culturais. Dia: 23/10. Horário: 18h às 20h. Local: SUCV - 1º andar.

- Oficina Cartonerismo e Sustentabilidade. Dia: 24/10. Horário: 14h às 18h. Local: Gare, sala 06.

- Oficina Voz Ativa. Dia: 26/10. Horário: 15h às 18h. Local: Casa Fora do Eixo.

- Oficina Serigrafia. Dia: 27/10/2013. Horário: 14h às 17h. Local: Casa do Cezar - R. João Lino Preto - Tancredo Neves.

- Oficina de Elaboração de Projetos ao Fundo de Apoio à Cultura/RS. Dia: 28/10. Horário: 14h às 17h. Local: SUCV - Auditório.

- Oficina Experiências em Home Studio. Dia: 28/10. Horário: 18h às 20h. Local: Macondo Lugar.

- Oficina Corpo singular, olhar coletivo. Dia: 28 e 29/10. Horário: 14h às 17h. Local: Campus UFSM/ Espaço Multiuso.


Mostra Cultural

Shows: Nova Beat (Santa Maria) + Voz Ativa (Pelotas) + Guantánamo Groove (Santa Maria) Projeto CCOMA (Caxias do Sul)

Performance Cênica: Butoh c/ bailarina Élle Bernardini

Discotecagem Reggae | Ska | Dub com Dj Jackass

Data: 27/10 Horário: 16h

Local: Largo da Gare. (final da Av. Rio Branco)


Além da programação aberta ao público em geral, há também o Vós na Escola - ação através da qual são realizadas atividades transversais que unem cultura e educação em oficinas realizadas com alunos e professores. O objetivo é complementar e ampliar o espaço-tempo de aprendizado e as oportunidades de formação continuada dos educadores. Para isso serão realizadas as seguintes oficinas:

- Leitura. Dia: 22/10/2013. Horário: 09h às 12h. Local: E. E. João Link Sobrinho - Itararé.

- Rima. Dias: 29 e 30/10. Horário: 14h às 18h. Local: E. E. João Link Sobrinho - Itararé.

- Técnica Vocal para Educadores. Dia: 23/10.Horário: 09h às 12h. Local: E. E. João Link Sobrinho - Itararé.


O Vós é integrado a UniCult - Universidade das Culturas, rede que reúne iniciativas que atuam com metodologias que priorizam a experiência prática como método de livre formação e que pautam o reconhecimento dos saberes e fazeres populares. Ainda no campo da formação, o projeto oportuniza vivências para interessados em ter contato inicial com produção e comunicação na área cultural.


A iniciativa é da Casa Fora do Eixo Santa Maria e conta com recursos de financiamento por meio da Lei de Incentivo a Cultura de Santa Maria. O projeto integra também a Rede Brasil de Festivais Independentes, que conecta plataforma de circulação e difusão artística e de conhecimento por todo o país.


SERVIÇO:

O quê: Festival Vós - Experiências Culturais Sustentáveis

Quando: 21 a 30 de outubro

Quanto: Gratuito

Classificação: Livre

Informações: www.vos.org.br